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História, Arte e Humanização — Hospital Português da Bahia

7 de julho de 2004

História, Arte e Humanização

07 July 2004

O dia 29 de junho, data em que se comemorou três anos de inauguração do Centro Médico Hospital Português, foi especialmente escolhido para o início de um trabalho de grande importância para a Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro – a catalogação de objetos históricos e obras de arte da Instituição, peças presentes nos apartamentos, serviços e corredores do Hospital Português, Centro Médico e Quinta Portuguesa que proporcionam todos os dias aos clientes um pouco de cor e humanização. Os objetos históricos, além da função estética que desempenham, fazem parte da memória da Instituição que, em janeiro de 2007, completará 150 anos.

A comemoração foi aberta com uma homenagem póstuma a Neves e Sousa, artista plástico de grande renome mundial que ficou conhecido por pintar e colecionar informações valiosíssimas sobre os lugares onde viveu e visitou, principalmente Angola, Portugal e o Brasil. Em seguida, foi realizada uma apresentação especial da peça “Álcool Gel em Ação”, promovida por colaboradores do Hospital.

A homenagem trouxe um pouco sobre a vida e obra do artista. Além dos seus quadros, foram expostas fotos de Neves e Sousa em momentos criativos e a reprodução de manuscritos do artista nos quais escreveu importantes momentos da sua história, suas viagens e a vinda para a Bahia.

Em aquarela e óleo sobre tela, as peças assinadas do acervo do Hospital Português, foram doadas por Neves e Sousa em 1982. Além do caráter estético, assumem uma importante função lúdica e ajudam a tornar mais humano o ambiente hospitalar e clínico. Atualmente, a Real Sociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Setembro conta com um acervo de cerca de 40 quadros do artista. Seus temas apresentam cenários que conheceu pessoalmente e trouxe em rabiscos para serem finalizados em Salvador, hábito que lhe era bastante peculiar.

Neves e Sousa

Albano Neves e Sousa (Albano Silvino Gama de Carvalho das Neves e Sousa) nasceu em 1921 em Matozinhos, Portugal. Fez o curso do liceu em Luanda, Angola. Faleceu em Salvador, em 11 de maio de 1995. Além de pintor, era também poeta e soube retratar como ninguém as belezas do povo e da terra de Angola, a sua grande paixão. A sua obra pode ser vista em países como Brasil, Portugal, Espanha, África entre outros. O resultado de seu trabalho vinha das inúmeras viagens que fez e dos desenhos acompanhados por anotações que não deixavam que a memória de tudo o que via se perdesse no tempo.

Jorge Amado, em texto dedicado ao catálogo de uma das exposições do pintor, o definiu como um artista completo, apaixonado e exigente. Segundo Amado, Neves e Sousa incorporou-se à vida baiana de corpo e alma, não sabia guardar distância, viver isolado, sozinho. Era um ser solidário, um criador de arte nascida da intimidade com o povo.

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