Notícias Fique por dentro das novidades

Dor no peito? Procure um serviço de emergência! — Hospital Português da Bahia

27 de março de 2006

Dor no peito? Procure um serviço de emergência!

27 March 2006

Dor no peito? Procure um serviço de emergência!O incômodo pode ser causado também por problemas no pulmão, músculos, esôfago, coluna, mamas e pele, ou até ser de fundo emocional. Para descobrir sua origem, é muito importante procurar atendimento especializado o quanto antes já que somente o médico pode definir se o quadro clínico indica um simples mal-estar ou uma doença de maior gravidade.

Pensando na importância da rapidez no diagnóstico desses casos, a Unidade de Emergência do Hospital Português desenvolveu um protocolo de dor torácica visando a sistematização do atendimento e a minimização do atraso no tratamento. O protocolo ajuda a equipe médica a utilizar melhor os recursos disponíveis, possibilitando a alta dos pacientes de forma mais rápida, segura e com menos custos.

O Hospital Português já possui ampla tradição em atender pessoas com este problema, contando com um cardiologista a postos 24 horas por dia, todos os dias da semana, na Unidade de Emergência, para identificação precoce dos pacientes com dores de origem cardíaca. Isso viabiliza a terapêutica imediata e a pronta recuperação dos pacientes, melhorando a qualidade da assistência prestada.

Infarto

A dor torácica pode ser indicativa de doenças cardíacas como infarto, angina e pericardite, doenças de origem músculo-esquelética, refluxo esofágico, embolia pulmonar e dissecção aguda da aorta, a única mais grave que o infarto, porém muito rara. Entre as possíveis causas da dor torácica, o infarto é a mais preocupante, tanto pela sua gravidade como por sua alta incidência. O infarto pode ser definido como a necrose de uma parte do músculo cardíaco, provocada pela ausência de irrigação sangüínea responsável por levar nutrientes e oxigênio ao coração.

Diagnóstico

Durante o atendimento de emergência, o objetivo principal é investigar a dor torácica para afastar a possibilidade de doenças graves. Usualmente, isso é feito através da realização do eletrocardiograma e da dosagem de marcadores de necrose miocárdica – substâncias detectadas no sangue no caso da maioria das doenças agudas do coração. Se os resultados desses exames forem normais, a possibilidade de infarto é praticamente descartada. Ocasionalmente, também podem ser feitos outros exames antes do paciente receber alta, como a tomografia do tórax, o ecocardiograma ou o teste de esforço.

Tratamento

Até ter a certeza de que a pessoa não está sofrendo um infarto, o tratamento é basicamente aquele dedicado a pacientes na vigência de um infarto, o que inclui o uso de ácido acetil salicílico, monitoração eletrocardiográfica e eletrocardiogramas repetidos. Algumas vezes, o paciente deve receber o tratamento completo para infarto antes mesmo da confirmação do diagnóstico.

Na fase aguda do tratamento do infarto, existem medicamentos que podem desobstruir artérias coronárias ocluídas agudamente. Uma alternativa é a desobstrução mecânica através de um tratamento chamado angioplastia coronariana (procedimento parecido com o cateterismo cardíaco).

Nas primeiras horas de sintomas também é importante o paciente ter acesso ao desfibrilador, um aparelho capaz de reverter arritmias graves e até uma parada cardíaca, quando utilizado precocemente. Na fase subaguda ou crônica, o tratamento para evitar novos infartos pode ser a cirurgia cardíaca com colocação de “pontes de safena” ou a realização de angioplastias, além da utilização de alguns medicamentos com eficácia comprovada.

Sintomas

  • Dor no peito, que pode variar de intensidade, ou parecer mais com uma compressão;
  • Ardor no peito, que pode ser confundido com azia;
  • Dor no peito que se irradia para a mandíbula ou para os ombros e braços;
  • Suor frio, náuseas, tontura e desmaio;
  • Arritmias (palpitações);
  • Falta de ar.

Prevenção

A melhor maneira de prevenir o infarto é evitar ou controlar os principais fatores de risco:

  • Hipertensão arterial – controlar a pressão arterial e mantê-la em níveis adequados é fundamental para prevenir doenças cardíacas;
  • Diabetes – o controle da glicemia, ou seja, do nível de açúcar no sangue, é indispensável, especialmente se a pessoa já for portadora da doença;
  • Colesterol alto – deve-se manter sempre o colesterol total abaixo de 200 e aumentar o nível do HDL, conhecido como o bom colesterol;
  • Obesidade – uma alimentação saudável e balanceada, aliada à prática regular de atividade física, é a melhor forma de manter-se dentro do peso;
  • Estresse – para aliviar a tensão do dia-a-dia, nada melhor que reservar um tempo para o lazer, investir em atividades de relaxamento e manter contato com a família e amigos;
  • Hereditariedade – se no histórico familiar existirem parentes próximos com infarto ou morte súbita precoces, o cuidado deve ser redobrado;
  • Tabagismo – a nicotina é um dos fatores de risco mais agressivos no caso de doenças cardiovasculares. Por isso, fique longe do cigarro.

Alguns números:

  • Aproximadamente em um terço dos pacientes com dor torácica atendidos em serviços de emergência, a causa é cardíaca;
  • Dos pacientes atendidos em consultórios com o mesmo problema, um quinto apresentam problemas no coração;
  • Nos Estados Unidos, a dor torácica é responsável por 8% dos 100 milhões de atendimentos por ano em Emergências;
  • No Brasil, estima-se que ocorram 350 mil infartos por ano;
  • Anualmente, cerca de 90 mil óbitos no país têm o infarto como causa principal.

 

Atenção!

Se você sentir qualquer dor no peito que persista por mais de cinco minutos e que não tenha origem conhecida, procure um serviço de emergência o mais rápido possível. A urgência no atendimento diminui o risco de morte, que está concentrado na primeira hora dos sintomas. Cerca de 50% das mortes por infarto acontecem nesse intervalo de tempo e poderiam ser evitadas, em grande parte, se o paciente estivesse numa unidade de emergência.

Colaboração: Dr. Júlio Braga – Cardiologista do Hospital Português CRM 9902