Tireóide: fundamental para a vida — Hospital Português da Bahia
25 de abril de 2006
Tireóide: fundamental para a vida
25 April 2006
Glândula em forma de borboleta, a tireóide fica localizada na parte anterior do pescoço, entre a pele e a traquéia e possui um lobo direito e um lobo esquerdo, unidos no meio. Apesar do tamanho reduzido, é uma glândula muito importante, responsável pela produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que atuam em todo o organismo, regulando o metabolismo celular, a digestão, o tônus muscular, as batidas cardíacas, a temperatura corporal, o crescimento das unhas e cabelos, etc. Seu funcionamento é regulado pelo TSH (hormônio estimulante da tireóide), fabricado na glândula hipófise, no cérebro.
Quando a tireóide não funciona da maneira correta, os efeitos podem ser sentidos em todo o corpo, indo desde sintomas que passam desapercebidos até casos mais preocupantes. As doenças ligadas a esta glândula são muito comuns, mais freqüentes nas mulheres, e a maioria pode ser tratada com sucesso.
Mesmo o câncer da tireóide mais freqüente, o carcinoma papilífero, não oferece tanto perigo já que tem baixa mortalidade e pode ser facilmente detectado e erradicado através de intervenção cirúrgica e, se for o caso, radioiodoterapia, seguida de reposição do hormônio tireoideano nas doses necessárias.
O bócio (todo e qualquer aumento em volume da tireóide) é uma das doenças mais antigas que a humanidade conhece. Relatos históricos confirmam a presença do fenômeno do bócio nos baixos relevos egípcios aproximadamente 2 mil anos aC. Esta é uma doença de evolução lenta, decorrente de alterações da ingesta de iodo no organismo, resultando numa hipertrofia compensatória da tireóide.
De grande importância para a prevenção de doenças como o bócio endêmico e o cretinismo, o iodo é essencial para a biosíntese dos hormônios tireoidianos, e , geralmente, é encontrado nos alimentos.
A portaria nº 1806, de 24 de novembro de 1994, do Ministério da Saúde, estabelece como o mais recomendado para o consumo humano o sal com 40 a 60 mg de iodo metalóide por Kg (Brasil, Ministério da Saúde, 1994). A ingestão diária recomendada de 150 mcg/dia de iodo é suficiente para adultos e adolescentes. Mulheres grávidas e lactentes necessitam de um acréscimo em torno de 175 mcg e 200 mcg, respectivamente (Brasil, Ministério da Saúde, 1998).
Diagnóstico No passado, a única forma de examinar a tireóide era por meio da palpação. Em geral, o médico se posicionava atrás do paciente e, com as mãos, procurava verificar se existiam alterações na glândula. Com o crescimento dos exames de ultra-sonografia foi possível detectar alterações da glândula cada vez mais precoces, sejam inflamações, nódulos, aumentos de tamanho e atrofias. A função da tireóide é verificada com as dosagens de T3, T4, TSH e dos anticorpos (anti TPO e AAT) que servem para o diagnóstico de tireoidite linfocítica crônica, a causa mais comum de hipotireoidismo.
Quando o ultra-som revela a existência de nódulos, é prudente realizar uma biópsia aspirativa com agulha fina, exame minimamente invasivo que permite ao médico patologista estudar as células que compõem o nódulo em questão e indicar se é benigno ou maligno. A cintilografia da tireóide, antes utilizada para todos os caso, hoje tem sua indicação restrita. O exame é utilizado nos casos de nódulos tireoideanos hiperfuncionantes (que produzem muito hormônio), de ectopias tireoideanas (tireóide fora de sua posição anatômica habitual) e para o rastreamento de metástases cervicais e à distância.
Auto-exame da tireóide As alterações nessa glândula não são um problema exclusivamente feminino, por isso é importante que todas as pessoas estejam atentas, independente de sexo e idade. Para prevenir as doenças da tireóide é preciso sempre fazer o auto-exame, consultar o endocrinologista periodicamente e evitar exposição à radioatividade externa nas regiões da cabeça e pescoço (profissionais da área de saúde e pessoas que residam em cidades com usinas nucleares). Aprenda a fazer o auto-exame e identificar os sintomas. Para fazê-lo é necessário ter à mão um copo com água e um espelho, de preferência, com cabo:
1 – Segure o espelho e procure em seu pescoço a região logo abaixo do “pomo-de-adão”, popularmente conhecida como “gogó”. 2 – Incline a cabeça para trás para que o pescoço fique mais exposto e focalize essa região no espelho. 3 – Beba um gole de água. 4 – Com o ato de engolir, a tireóide sobe e desce. Observe se existe algum aumento ou saliência na tireóide. Mas atenção, não confunda a tireóide com o “pomo-de-adão”. Lembre-se que a glândula está logo abaixo. Para ter certeza, repita esse teste várias vezes. Ao notar qualquer alteração, procure um endocrinologista. Principais problemas que acometem a tireóide:
Nódulos Os nódulos da tireóide, ou bócio nodular, podem ter causas diversas. Não se sabe exatamente por que eles aparecem, a maioria não é visível nem palpável, e muitas vezes sequer provocam sintomas. Estima-se que grande parte da população brasileira tenha nódulos na tireóide em algum momento da vida, o que não significa que sejam malignos. Dentre a ocorrência desses nódulos, estima-se que entre 5 e 10% são malignos. Quando se trata de um nódulo benigno, a postura indicada é a observação periódica pelo ultra-som. Caso o nódulo seja maligno, a recomendação é que se faça uma cirurgia para remoção da tireóide, conhecida por tireoidectomia. (leia mais sobre este assunto na página 8). Hipertireoidismo O hipertireoidismo tem sua origem na liberação de hormônios em excesso pela tireóide, disfunção que resulta na aceleração do metabolismo em todo organismo. O tratamento requer a utilização de medicamentos, iodo radioativo ou cirurgia. No hipertireoidismo:
Dorme-se pouco
O coração dispara
O intestino solta
O indivíduo fica agitado,
Sente-se com muita energia, embora apresente-se cansado
Os cabelos crescem com maior facilidade mas com queda acentuada de fios
As unhas enfraquecem
Sente-se mais calor
Hipotireoidismo O hipotireoidismo é provocado pela produção insuficiente de hormônios pela tireóide que faz com que o organismo funcione mais lentamente. Para tratar a doença, é preciso tomar o hormônio tireoideano na dose prescrita pelo médico, todos os dias, sem parar. No hipotireoidismo:
O indivíduo apresenta depressão
O coração bate mais devagar
O intestino prende
Na mulher, a menstruação fica irregular e ela deixa de ovular
Há diminuição da memória
O indivíduo apresenta cansaço e sonolência excessivos
A pele fica seca e há queda de cabelos
Há ganho de peso
Aumenta o colesterol no sangue
Presença e dores musculares e nas juntas
Colaboração: Dra. Maria Cristina Actis de Freitas, Endocrinologista (CRM 3591) e Dr. Paulo Mettig Rocha, Cirurgião de Cabeça e Pescoço (CRM 9884), médicos do Centro Médico Hospital Português.
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