Serviço de Iodoterapia — Hospital Português da Bahia
9 de junho de 2006
Serviço de Iodoterapia
09 June 2006
O Hospital Português será o primeiro de Salvador a contar com um Serviço de Iodoterapia com leitos terapêuticos individuais. Estão sendo inaugurados dois apartamentos terapêuticos preparados especialmente para o Serviço. Isso significa que durante todo o tratamento com o Iodo-131, o paciente poderá permanecer internado numa acomodação confortável e segura, de acordo com as normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEM).
As novas instalações vêm suprir uma grande carência na área. Atualmente, o número de leitos existente em Salvador é insuficiente e os pacientes de todo o Estado da Bahia têm que esperar por dois ou três meses para realizar o tratamento, o que obriga muitas pessoas a procurar cidades como Aracaju, Recife e São Paulo em busca da terapêutica. Agora, com os leitos individuais, o paciente terá assistência e suporte completo, podendo desfrutar de todo o conforto e privacidade necessários para sua recuperação.
Sob a coordenação dos médicos Rogério Luís Porto de Paula e Adelina Sanches, e tendo como físico responsável Edmário Costa, o Serviço foi minuciosamente preparado para atender às necessidade específicas dos pacientes com câncer na tireóide. Construídos com blindagens especiais, os leitos possuem uma estrutura diferenciada em relação aos quartos convencionais, além de contar com todas as medidas exigidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) para proteger os colaboradores, visitantes e outros pacientes da exposição desnecessária à substâncias radioativas.
Com os novos leitos, o Hospital passa a contar com todos os serviços de diagnóstico e tratamento para o câncer da tireóide, incluindo exames como ultra-sonografia e cintilografia com captação de iodo-131, além de tratamento com iodo radiativo para doenças benignas, entre elas o hipertireoidismo.
A iodoterapia, tratamento com iodo radioativo altamente específico para os casos de tumores malignos da tireóide, é realizada após a intervenção cirúrgica que retira, na maioria das vezes totalmente, a glândula. Logo depois, o paciente é avaliado por exames da Medicina Nuclear, que incluem pesquisa de corpo inteiro e captação cervical para descobrir se houve ou não uma sobra significativa de tecido tireoideano.
Se a resposta for afirmativa, o paciente é internado no quarto especializado para tomar uma dose de iodo conhecida como ablativa. Administrado em doses orais, o iodo extermina as metástases loco-regionais ou o tecido tireoideano que sobrou mesmo depois do procedimento cirúrgico. Aliado à cirurgia, o tratamento é comprovadamente eficaz, alcançando índice de sucesso de até 95% e apresentando efeitos colaterais pouco significativos.
Além da iodoterapia, os quartos terapêuticos também podem ser utilizados para o tratamento de tumores neuroendócrinos com MIBG-I-131 e de alguns tipos de tumores, através de anticorpos monoclonais marcados com substâncias radioativas.
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