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Divulgação de pesquisas científicas — Hospital Português da Bahia

2 de outubro de 2006

Divulgação de pesquisas científicas

02 October 2006

Uma enquete disponível na página do Hospital Português na internet, no último mês, revela o interesse sobre a divulgação de pesquisas científicas através dos meios de comunicação. Ao serem questionados sobre Como avaliam a divulgação na mídia de pesquisas científicas que apresentam resultados contraditórios, 44.23% dos votantes disseram que o debate faz parte do processo de evolução da ciência, 33.65% responderam que se orientam apenas com profissionais médicos e 22.12% acham que a divulgação da mídia é sensacionalista.

Muitas vezes, pesquisas são divulgadas antes da sua finalização, despertando dúvidas nas pessoas. O que era válido apenas para determinada população – ou somente para camundongos – vira verdade universal na mídia.

A grande dificuldade da pesquisa sobre a alimentação, por exemplo, é que o cardápio das pessoas sempre é formado por mais de um alimento. Por isso, é tão difícil conferir os efeitos de determinado nutriente, isolando-se dos demais. Existem itens como vinho, azeite de oliva, chocolate, café e ovo que sempre estão na berlinda dos estudos científicos e, por vezes, apresentam contradições. Na opinião da internauta Elza Maria da Costa, o bom senso é se orientar com profissionais:  “Utilizo como exemplo as informações do Hospital Português, pois conheço a seriedade dos profissionais dessa Instituição e acredito que a mesma tem um grande compromisso com a qualidade de vida das pessoas ao divulgar as pesquisas científicas”, afirma.

Já para o outro internauta Eliton Baraúna, o bombardeio de informações por parte da mídia confunde as pessoas: “Às vezes, tendem a confundir a cabeça do espectador, o que ontem era certo hoje torna-se errado, é muita informação. É preciso filtrar e se preparar para o novo”, disse.

Mas, a maioria dos votantes tem a mesma opinião que a internauta Eliana Sales. “Creio que seja parte da evolução, pois sempre existem questões a serem refutadas e cabe ao profissional posicionar-se a respeito da sua decisão e sempre pesquisar a fundo as descobertas”.
 
Preocupação com alimentos

Maus hábitos alimentares são uma das principais causas de doenças crônicas, como as cardiovasculares, o diabetes, a obesidade e o câncer, segundo a Organização Mundial da Saúde. Mas essas mazelas levam décadas para aparecer e a divulgação de pesquisas que envolvem alimentos e saúde caminha em ritmo lento até que se comprove a veracidade.

Muitas vezes, as mensagens parecem contraditórias, mas são frutos do avanço do conhecimento. A margarina, por exemplo, foi muito recomendada quando se acreditava que ela fosse mais saudável que a manteiga. Com o tempo – e muitos estudos epidemiológicos – os pesquisadores descobriram que a gordura vegetal hidrogenada presente na margarina é tão ruim para a saúde quanto a gordura animal. Durante o processo de fabricação, a gordura da margarina se transforma em gorduras trans, um sebo que entope as artérias. Hoje já existem marcas de margarina livres de gorduras trans.

Leia a seguir alguns alimentos que despertam dúvidas se são bons ou ruins ao longo das pesquisas científicas:

  • Chocolate
    Sempre esteve na categoria das guloseimas nada saudáveis. Novas pesquisas mostram que o chocolate amargo ajuda a reduzir o colesterol ruim.
  • Leite
    O consumo sempre foi estimulado devido ao cálcio, que fortalece os ossos e os dentes. Nos últimos anos, os especialistas passaram a questionar a quantidade diária recomendada (750 ml de leite desnatado ou semi). Um estudo da Universidade Harvard demonstrou que mulheres idosas que tomam mais leite não sofrem menos fraturas.
  • Salmão
    Até os anos 80, era um produto caro e pouco pesquisado. Não entrava nas recomendações alimentares. Atualmente, sabe-se que ele (assim como o atum e a sardinha) é rico em ômega 3. O nutriente ajuda a melhorar a circulação sangüínea.
  • Vinho Tinto
    No início dos anos 90, era considerado benéfico ao coração devido à substância resveratrol. Em 1996, a Universidade Harvard concluiu que qualquer bebida alcoólica produzia o mesmo efeito. Estudos posteriores reafirmaram o papel protetor do vinho tinto ou do suco de uva.
  • Café
    Até o fim dos anos 80, acreditava-se que pudesse causar hipertensão e doença coronariana. Essa ligação foi refutada na década de 90. A Universidade Johns Hopkins revelou que os consumidores tinham pressão mais elevada, mas o café não era o culpado.
  • Ovo
    Acreditava-se que o colesterol da gema fosse prejudicial. Nos últimos anos, descobriu-se que o aumento do colesterol no sangue depende, também, de características individuais. O controle do peso corporal é a medida mais eficaz para manter o colesterol sanguíneo dentro dos limites de normalidades.
  • Castanha-do-pará
    O consumo não era recomendado devido ao alto valor calórico. Hoje, recomenda-se uma unidade por dia para suprir a necessidade de selênio, que estimula o sistema imune, e tem efeito antioxidante.
  • Alho
    Era utilizado com fins medicinais, mas seus componentes eram pouco estudados.Hoje, sabe-se que possui o nutriente alicina. Estudos sugerem que ele estimula o sistema imune.
  • Azeite de oliva
    Era recomendado com moderação. Além de ser altamente calórico, dizia-se que a fritura poderia causar câncer. Em 1999, um grande estudo mostrou que o azeite ajuda a prevenir infarto. A versão extravirgem é a mais saudável.