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Transplante Renal: 25 anos de avanços — Hospital Português da Bahia

3 de novembro de 2006

Transplante Renal: 25 anos de avanços

03 November 2006

Segundo o coordenador da equipe de nefrologia, Dr. Ivo Coelho, a sobrevida dos pacientes transplantados no Hospital se compara à dos melhores centros do Brasil e do exterior. “Temos pacientes com mais de 15 anos de cirurgia”, afirma.

Com o objetivo de comemorar o aniversário da realização do primeiro transplante renal e de incentivar a doação de órgãos, o Simpósio Comemorativo dos 25 anos do Transplante Renal reuniu profissionais de saúde, pesquisadores, estudantes, candidatos a transplante e pessoas da comunidade.

A conferência do Dr. Valter Garcia, nefrologista da Santa Casa do Rio Grande do Sul e ex-presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos  (ABTO), abriu o  evento analisando o “Passado, Presente e Futuro do Transplante Renal”. O simpósio incluiu conferências, mesas redondas, apresentação de pôsteres e abordou outros pontos relacionados ao tema, como qualidade de vida do paciente transplantado, novos medicamentos contra rejeição, aspectos clínicos e cirúrgicos, doação e políticas para captação de órgãos.

Segundo Dr. Margarida Dutra, nefrologista, o fator limitante para os transplantes é a insuficiência de órgãos para atender às necessidades da comunidade de pacientes portadores de insuficiência renal crônica. O simpósio, que contou com a presença de 220 participantes, aconteceu nos dias 28 e 29 de setembro, no Auditório Adélia Carvalho, Centro Médico Hospital Português.

Doe órgãos, doe vida – O primeiro rim transplantado na Bahia, em 10 de outubro de 1980, contou com uma equipe de 17 médicos especialistas do Hospital Português, entre clínicos e cirurgiões, e deu um salto qualitativo na vida de pacientes baianos com insuficiência renal, que até então, só dispunham de hemodiálise ou tinham que se deslocar para outros estados para realizar a cirurgia.

Atualmente, o Hospital Português possui todos os recursos para realizar tanto procedimentos simples como cirurgias complexas de transplantes renais, de fígado e medula óssea. A questão dos transplantes, porém, envolve também a doação de órgãos. Para tanto, campanhas de captação de órgãos são desenvolvidas com freqüência pela Comissão Intra-Hospitalar de Transplante nas diversas Unidades do Hospital.

A doação de órgãos é um ato pela vida: uma pessoa manifesta a vontade de, após o momento de sua morte, uma ou mais partes do seu corpo (órgãos ou tecidos), em condições de serem aproveitadas para transplante, ajudarem outras pessoas. Também é possível a doação entre pessoas vivas, como no caso do primeiro transplante de rim, em que doador e transplantado eram irmãos. A generosidade da doação de órgãos, portanto, é igual a qualquer outro tipo de doação, como brinquedos, roupas e livros, mas implica também em bondade, desprendimento, incondicionalidade e renúncia. Doar é garantir que uma parte de si continue a viver em outra pessoa, algo que explica bem a condição que partilhamos: seres humanos, da mesma espécie.

Mensagem de um doador Anônimo

(Colaboração enviada pelo Dr. Abraão G.Mendes
Coordenador do Banco de Olhos de Vitória/ES)

Não chamem o meu falecimento de leito da morte, mas de leito da vida.

Dêem minha visão ao homem que jamais viu o raiar do sol, o rosto de uma criança ou o amor nos olhos de uma mulher.

Dêem meu coração a uma pessoa cujo coração apenas experimentou dias infindáveis de dor.

Dêem meu sangue ao jovem que foi retirado dos destroços de seu carro, para que ele possa viver para ver os seus netos brincarem.

Dêem os meus rins às pessoas que precisam de uma máquina para viver de semana em semana.

Retirem meus ossos, cada músculo, cada fibra e nervo do meu corpo e encontrem um meio para fazer uma criança inválida caminhar.

Explorem cada canto do meu cérebro. Retirem minhas células, se necessário, e deixem-nas crescerem para que, um dia, um menino mudo possa gritar em um momento de felicidade ou uma menina surda possa ouvir o barulho da chuva de encontro à sua janela.

Queimem o que restar de mim e espalhem as cinzas ao vento, para ajudarem as flores brotarem.

Se tiverem que enterrar algo, que sejam meus erros, minhas fraquezas e todo o mal que fiz aos meus semelhantes.

Se, por acaso, desejarem lembrar-se de mim, façam-no com ação ou palavra amiga a alguém que precise de vocês.

Se fizerem tudo o que pedi, estarei vivo para sempre.