A fé é um dos pilares que sustentam 150 anos de atuação em favor da saúde. A tradição cristã foi difundida no Brasil pelos portugueses, responsáveis, inclusive, pela maioria das Igrejas edificadas na cidade de Salvador.
Não poderia ser diferente com o Hospital Português, que desde a fundação das primeiras instalações, em setembro de 1866, ainda no Alto do Bonfim, possuía uma capela construída no primeiro pavimento, próxima à enfermaria. Depois de 65 anos, junto com a nova sede, em junho de 1831, a tradição se manteve e uma capela foi construída externamente, em um anexo, próxima ao Hospital.
A importância da capela é comprovada, não somente pelo espaço sempre reservado a ela em meio a muitas ampliações, mas também pelas missas solenes que nela ocorrem para marcar a inauguração de novas instalações, como em 15 de agosto de 1944, ano em que foi concluída a ampliação do que atualmente representa o principal pavilhão.
Data de 17 de abril de 1972, uma ata que apresenta a primeira reunião, entre diretores e conselheiros, para a exposição do projeto que transferiu a capela principal do seu local inicial. O projeto incluía a derrubada da edificação e a aquisição de um casarão através de permuta para, assim, ampliar o espaço reservado a orações e conforto espiritual dentro do Hospital. Em estilo moderno, com vitrais coloridos, formato triangular e painel de objetos litúrgicos assinado por Mário Cravo, a capela atual, consagrada à Nossa Senhora da Assunção, foi edificada em 1975.
Pe. Boaventura Veiga Ferraz, capelão de 1987 até 2001, explica que o projeto arquitetônico inicial era dotado de grande simbolismo e baseado no sincretismo. Segundo ele, o formato oval, parecido com o de um tabuleiro, e o mármore preto da mesa do altar, assim como a cor da parede, são referências ao povo negro e à cultura africana. “As janelas de vidros coloridos representam o folclore e a cultura popular baiana, simbolizando as bandeirolas comuns em festas de São João e São Pedro”, diz Pe. Boaventura.
O capelão que mais tempo permaneceu no Hospital conta ainda que a capela era ecumênica até a década de 70. O desejo de Irmã Inocência, madre superiora da época, tornou o espaço uma capela cristã. Para tanto, um dos sócios, Sr. Joaquim de Souza Torres, presenteou o Hospital com imagens vindas de Portugal: o Cristo crucificado e a imagem de Nossa Senhora da Assunção.
Assim como Irmã Inocência, muitas outras freiras ajudaram a cultivar a religiosidade e a fé dentro do Hospital. Congregação nascida em Portugal, no ano de 1871, as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Portuguesas, hoje Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, chegaram, inclusive, a assumir a administração do Hospital Português, em 1932, sob a direção da Irmã Esperança da Glória.
Atualmente, as cinco Irmãs Franciscanas que permanecem na Instituição, têm um compromisso firmado com a hospitalidade, representado pelo intuito que diz “Onde houver o bem a fazer, que se faça!”. A simplicidade, característica específica da vocação, inclui as irmãs no serviço de levar conforto espiritual aos pacientes internados e aos seus familiares.
Segundo a Madre Superiora, Irmã Gizelda, a capela é a fonte na qual as pessoas vão buscar o bem-estar e sua atuação abrange não só o Hospital, mas também a comunidade ao redor. “A missa de Domingo é bastante concorrida. Toda a Barra vem assistir a missa daqui da capela”, afirma. Pe. Boaventura explica que, num Hospital, as pessoas costumam estar fragilizadas e sempre há o medo da morte e, portanto, mesmo quem não possui religião, está em busca da fé.
Atualmente, além da capela externa, há uma outra, consagrada à Nossa Senhora Aparecida, mais conhecida como capela interna, que fica aberta todo o tempo. Na Quinta Portuguesa, a capela foi dedicada a São Gonçalo de Amarante, em homenagem à devoção portuguesa ao dominicano que, segundo a tradição, é responsável por assegurar um bom casamento aos devotos.
Assunta de Corpo e Alma
“Nossa Senhora é Maria, mãe de Jesus, com vários títulos”, explica Pe. Uelson de Souza. A devoção a Nossa Senhora da Assunção, segundo ele, é antiga, mas, apenas em 1950, o título dado à Maria foi proclamado como dogma de fé pela Igreja Católica, através do Papa Pio XII.
A Bíblia revela que, desde a Anunciação feita pelo anjo Gabriel, Maria aceitou a missão de conceber o Salvador, numa trajetória de renúncias e serviço a Deus. Por esta maternidade, Ela tornou-se isenta de todo pecado e foi quem primeiro recebeu a graça e a plenitude da vida eterna. “A Virgem Maria foi elevada aos céus de corpo e alma. Sua Assunção é uma participação singular na Ressurreição de seu filho e uma antecipação da ressurreição de todos nós, cristãos”, conta Pe Uelson, há três anos capelão do Hospital Português.
A glorificação de Maria aos céus é, portanto, um prêmio de sua fé, dedicação, santidade e exemplo, num sinal de esperança aos fiéis. As comemorações a Nossa Senhora da Assunção, padroeira do Hospital, reafirmam a esperança da humanidade em sua comunhão com Deus.
O atual capelão observa que é muito importante a presença de um espaço como a capela dentro do Hospital. A eucaristia, as visitas que faz aos doentes, o perdão dos pecados e o sacramento da unção contribuem para a cura espiritual, para o fortalecimento da fé e, em alguns casos, também para a cura corpórea. “Às vezes, a doença é o momento da conversão, mas a conversão também é uma busca diária. Bom seria que todo hospital tivesse um padre e uma capela”, conclui.
Para solicitar a Assistência Espiritual:
Irmãs Religiosas: 3203-5370 Capelão: 3203-5552
Horários e locais das missas:
Segunda à Sábado (exceto quinta-feira), 17h – Capela de Nossa Senhora da Assunção Quinta, 17h – Capela de Nossa Senhora Aparecida Domingo – 8h, Capela de Nossa Senhora da Assunção
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