Medicamentos que agem diretamente sobre o câncer e provocam menos efeitoscolaterais que a quimioterapia ou a radioterapia são a última novidade na luta contra a doença. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o câncer acometeu 3,2 milhões de pessoas no ano passado; no Brasil, 472 mil, segundo o Ministério da Saúde. Estigmatizado no século passado, hoje os índices de cura aumentam ano após ano. Em 2006, por exemplo, houve decréscimo na taxa de mortalidade do câncer de mama. Os tratamentos têm se modernizado com velocidade impressionante.
Os mais novos tratamentos, através de remédios biológicos alvo-dirigidos, atingem determinados setores das células cancerosas – sinais intracelulares -, inibindo ou bloqueando o crescimento e a proliferação celular. Os anti-angiogênicos, por exemplo, inibem a criação dos vasos sanguíneos que nutrem o tumor. Esses medicamentos, por serem direcionados à doença, não prejudicam as outras células do corpo. Os efeitos colaterais são fracos ou inexistentes.
Os alvo-dirigidos são, em sua maioria, injetáveis, mas o objetivo e a tendência dos farmacêuticos é criar medicamentos que possam ser ministrados por via oral. Isso facilita a utilização, principalmente em idosos, e reduz o custo e o risco das internações.
A tendência dos remédios biológicos é serem mais eficientes que a quimioterapia. É uma abordagem que está sendo desenvolvida desde a década de 90. Alguns agentes já são a primeira indicação em diferentes tipos de câncer, como o GIST ( gastrointestinal stromal tumor), um tipo de sarcoma para o qual, há três anos, não existia tratamento e, agora, graças à droga Glivec, tem cura.
O principal problema dessas medicações é o custo: ainda são muito caras. A classe médica crê no barateamento dos novos tratamentos, mas ainda não se pode precisar quando isso irá ocorrer. Uma outra questão é a própria velocidade com que têm sido desenvolvidos; é tão grande que não se pode afirmar, com 100% de certeza, o equilíbrio da relação de custo-benefício dos fármacos. Contudo, como estão proporcionando resultados fantásticos, em alguns países esses medicamentos estão chegando ao mercado, para testes e uso, antes mesmo de se ter conhecimento dos efeitos colaterais, em médio e longo prazos.
Provavelmente, no futuro, os remédios biológicos serão responsáveis pela cura da maioria dos cânceres. De maneira geral, com o tempo, todos os tratamentos têm evoluído e apresentado melhores resultados. O paciente, contudo, precisa fazer a parte dele, compreendendo sua doença e seu tratamento. Essa postura do paciente, associada a uma boa relação com o médico e toda a equipe assistente, lhe ajuda a suportar melhor a doença, o tratamento e seus efeitos colaterais, quaisquer que sejam. Cuidados com a alimentação também são importantes, assim como mudança de hábitos de vida. Além disso, a fé, o suporte religioso e espiritual influenciam positivamente na convivência com a doença.