Ter uma doença hepática parenquimatosa crônica terminal não põe o doente automaticamente na fila para o transplante. Há a necessidade de uma avaliação clínica prévia, realizada por médicos (hepatologistas, cirurgiões, psiquiatras, anestesiologistas etc), psicólogos e odontologistas, para verificar se o paciente está apto ou não a receber o órgão. Somente após esta avaliação ele poderá ser efetivado na lista.
Durante o período em que o paciente permanece em lista de espera, ele é avaliado continuamente, tendo em vista que a doença segue progredindo ou apresentando complicações. O fato de um indivíduo já estar na lista não quer dizer que continuará nela até receber o órgão. Tudo depende da evolução do seu quadro clínico. Às vezes, a situação piora tanto que o enfermo não tem condições de suportar um transplante, o que provoca sua retirada da lista. “O processo poderia matá-lo”, pondera o Dr. Jorge Bastos. Há outras situações em que o paciente apresenta complicações da doença hepática que podem ser tratadas como infecções; problemas cardíacos etc. Ele sai temporariamente da lista e retorna após a resolução do problema.
A avaliação psicológica é especialmente importante, particularmente para pacientes alcoólatras que desenvolveram cirrose. É contraproducente realizar um procedimento tão extremo e caro em um paciente que pode voltar a ter os mesmos hábitos que já destruíram seu fígado uma vez. Segundo a legislação, os cirróticos por álcool só podem entrar na lista após passarem por seis meses de abstinência. A regra foi criada para que provem ser capazes de abandonar a ingestão de bebidas alcoólicas. Por outro lado, em um número significativo de casos, após este período de abstinência, a doença pode regredir, desaconselhando o transplante.
Doar é salvar vidas
Quando se tem o indicativo de uma doação, mesmo que não haja certeza absoluta de que ela irá se concretizar, é feita a comunicação com o receptor indicado pela Central de Transplantes, um órgão mantido pelo Governo Estadual, mas dirigido pelo Ministério da Saúde. O potencial receptor é colocado em alerta, para dirigir-se ao hospital tão logo seja chamado. Quando não há possibilidade de contato, ou do paciente chegar ao hospital, chama-se o paciente subseqüente. Após o transplante, transposto o período crítico de pós-operatório, o paciente passa também a ser acompanhad indefinidamente. Este controle é vital para que se possa controlar o esquema de medicações contra a rejeição; a ocorrência de complicações tardias e a recorrência da doença que levou à cirrose, como no caso das hepatites virais.
Receber um transplante de fígado significa um renascimento pleno para um paciente que teria uma expectativa de apenas um punhado de meses de vida. Para que o transplante esteja disponível para um número maior de pacientes, é necessário que trabalhemos para o crescimento do número de doações.
Alberto Tourinho e sua família pretendem continuar lutando por esta causa. “Doar é salvar vidas. Estamos muito engajados para que isso perpetue”, conta, e dá uma mensagem de esperança: “Quem está na fila, não desista: confie que dá certo”.
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