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Tecnologias para o tratamento de cálculo renal — Hospital Português da Bahia

3 de agosto de 2007

Tecnologias para o tratamento de cálculo renal

03 August 2007

Tecnologias para o tratamento de cálculo renalEstima-se que 10% dos baianos sofrem de cálculo renal; doença conhecida popularmente como pedra no rim. Os cálculos são formações sólidas, que migram dentro do aparelho urinário, causando muita dor e desconforto. O Hospital Português conta com um dos mais eficientes tratamentos para o problema: a litotripsia extracorpórea, realizada através do aparelho Siemens Lithostar Multiline; nenhuma outra Instituição de saúde da Bahia tem a mesma tecnologia.

Várias são as causas dos cálculos renais: hereditariedade, infecções urinárias, distúrbios metabólicos. O problema é especialmente grave em lugares quentes, pois o calor favorece a formação de cristais nos rins. A água do corpo é eliminada, sobretudo, por meio do suor e da urina; como em temperaturas altas sua-se mais e urina-se menos, ocorre maior concentração de cristais e cálculos no organismo.

A medida mais eficiente de prevenção é a ingestão de três a quatro litros de água por dia. “Dessa forma, a urina fica mais diluída, o que dificulta a cristalização e precipitação”, explica o coordenador do Serviço de Urologia do Hospital Português, Dr. José Melo. A depender do tipo de distúrbio, podem ser necessárias mudanças na alimentação. Um paciente com alterações no metabolismo do cálcio ou do ácido úrico, por exemplo, pode necessitar excluir da dieta os alimentos ricos em cálcio e proteínas. “Para quem possui o metabolismo equilibrado, o melhor é ter uma alimentação balanceada, associada aos exercícios físicos”, conta o urologista.

A maioria das pedras sai do corpo naturalmente. Dentro do aparelho urinário, os
cristais migram, levados pela urina, e esse deslocamento provoca as cólicas renais. A dor da migração é muito forte, aguda e requer intervenção emergencial.

Os cálculos renais podem obstruir o aparelho urinário, o que facilita a instalação de infecções, pois a urina estagnada favorece a proliferação de bactérias. Se não tratados, podem levar a uma hidronefrose e destruição dos rins, que culmina na retirada do rim injuriado, por intervenção cirúrgica.

O diagnóstico precoce de pedra no rim não é comum. Normalmente, o paciente procura o médico com crise dolorosa, ou quando urina sangue. “Em caso de qualquer suspeita ou episódio de cólica renal é essencial procurar atendimento o mais rápido possível”, alerta o Dr. José Melo. Quem já teve cálculo renal deve procurar o urologista de seis em seis meses.

Procedimentos menos invasivos

Os cálculos são diagnosticados através de ultra-sonografia, raios-x ou tomografia computadorizada. A depender do tamanho, da localização e das seqüelas dos cálculos, determina-se o tipo de tratamento; se clínico ou intervencionista.

O tratamento clínico consiste na tentativa de expulsar os sedimentos com hiper-hidratação e minimizar os sintomas, utilizando drogas analgésicas, antiespasmódicas e antiinflamatórias, enquanto se aguarda a eliminação espontânea dos cálculos; já o intervencionista pode ser feito através da cirurgia aberta ou das litotripsias intracorpóreas e extracorpóreas.

Atualmente, para cálculos menores que dois centímetros, o método mais utilizado é a litotripsia extracorpórea, um procedimento minimamente invasivo que, através de ondas eletromagnéticas, fragmenta as pedras. O Serviço de Urologia do Hospital Português já realizou cerca de 15 mil e 600 litotripsias, 13 mil pelo SUS.

A vantagem do aparelho do Hospital, o Siemens Lithostar Multiline, sobre os outros equipamentos, está na precisão de localizar os cálculos: ele utiliza a radioscopia, para cálculos rádio-opacos e a ultrasonografia, para cálculos radiotransparentes. Dessa forma, as ondas eletromagnéticas do aparelho trabalham com maior precisão e eficácia. “O problema é resolvido com menor quantidade de sessões e com mais rapidez”, afirma o Dr. José Melo. O número de sessões para eliminar completamente os cálculos depende dos tipos de pedras, que podem ser mais ou menos consistentes. A média varia de uma a seis sessões.

Os outros métodos intervencionistas são utilizados para cálculos maiores que dois centímetros. As litotripsias intracorpóreas podem ser duas: a ureterorenoscópica, feita por via endoscópica, através do ureter, e a nefrolitotripsia percutânea, que destrói as pedras através de orifícios na pele. A cirurgia aberta só é utilizada em casos especiais.

Sempre investindo em equipamentos de última geração, o Serviço de Urologia do Hospital tem projeto de adquirir, brevemente, um aparelho de ureterolitotripsia a laser. Dessa forma, o procedimento será ainda menos invasivo, o que proporcionará mais conforto e segurança ao paciente.