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Bom atendimento de emergência minimiza riscos — Hospital Português da Bahia

2 de outubro de 2007

Bom atendimento de emergência minimiza riscos

02 October 2007

Bom atendimento de emergência minimiza riscos A rubéola e as meningites virais (exceto a originada pelo herpes) têm características comuns: são provocadas por vírus e podem ser altamente contagiosas. Essas doenças costumam ser benignas e de fácil resolução, entretanto, se não forem descobertas precocemente, podem causar graves danos. Por isso, é importante um bom atendimento inicial, muitas vezes feito em caráter de emergência.

A meningite pode provocar problemas neurológicos irreversíveis, levando até mesmo à morte; e a rubéola, em mulheres gestantes, pode proporcionar infecção fetal intra útero e requer acompanhamento especial, freqüentemente em regime de internação hospitalar.

Em 2007, o número de casos de meningite viral triplicou. Os estudos epidemiológicos ainda não precisaram o agente etiológico, mas os médicos desconfiam que seja um enterovírus. Cuidados básicos de higiene, como lavar os alimentos corretamente, lavar as mãos antes de comer e evitar contato com secreções de terceiros, evitam o contágio com esse e com vários outros vírus.

Houve aumento do número dos casos de rubéola no país este ano, no entanto, esse incremento no estado da Bahia não foi expressivo. Reportagens sobre meningite e rubéola mereceram destaque nos meios de comunicação, aumentando a curiosidade da população em relação a essas doenças infecciosas.

A meningite viral não é passível de prevenção por vacinas, mas algumas meningites bacterianas e a rubéola sim. Oferecidas gratuitamente pelo estado, as vacinas são importantes, principalmente na infância, pois as crianças são mais suscetíveis a essas infecções. No caso da rubéola, é igualmente necessário que mulheres em idade fértil se vacinem. Grávidas doentes transmitem problemas de má-formação para os fetos, interferindo negativamente no resultado final da gestação.
Saiba mais sobre meningite

A meningite é uma inflamação nas membranas que recobrem o sistema nervoso central. A gravidade dessa infecção é determinada pela natureza do agente etiológico. Na maioria das vezes, é causada por vírus. Excetuando-se a meningite por herpes, o tratamento da imensa maioria das doenças virais é sintomático, inspira repouso e medidas de suporte: hidratação, pois o paciente freqüentemente perde água vomitando, remédios para vômitos, remédios para enjôo, para dor de cabeça e febre.

A meningite é uma infecção potencialmente grave, porque ela atinge o sistema nervoso central, um dos órgãos mais nobres do corpo. Reconhecer a doença é muito importante. Quando obtido o diagnóstico genérico de meningite, o próximo passo é identificar qual o agente infeccioso. Para cada agente em geral, há um tratamento diferenciado.

As meningites bacterianas são bem menos freqüentes que as virais, mas acontecem todo ano. Estão numa faixa endêmica, não epidêmica. Elas matam de 15 a 20% dos pacientes, enquanto as virais, pouco mais de 1%.

Atualmente, dois tipos de bactérias são as principais causadoras da doença: Streptococcus pneumoniae (pneumococo) e Neisseria Meningitidis (Meningococo). Ao contrário do que pensa a população, a meningite meningocócica não é a que maior taxa de letalidade apresenta. Estatisticamente, a taxa de mortalidade é menor que em meningite pneumocócica. O perigo é se o meningococo se manifestar como uma meningococcemia, infecção generalizada que pode levar ao óbito rapidamente. O tratamento, contudo, é mais rápido que nos casos de pneumococo.

A meningite pode ser transmitida de várias formas. Quando provocada pelo vírus do herpes, é adquirida através do contato íntimo; por enterovírus, com o consumo de alimento contaminado ou contato com secreção. Fezes de pombo também podem transmitir a meningite, mas de natureza fúngica (criptocócica). No entanto, isso só ocorre basicamente em pessoas imunodeprimidas, fator que predispõe à doença. Os pacientes debilitados estão expostos também à meningite e encefalite, causadas pela toxoplasmose. Esse protozoário é adquirido através da ingestão de alimentos mal-cozidos ou contaminados com fezes de gato.

As meningites virais e bacterianas são chamadas de meningites agudas. As provocadas por fungos, toxoplasmose, sífilis e tuberculose são infecções crônicas. A desnutrição, comum nos países subdesenvolvidos, é uma das maiores causas de tuberculose e, conseqüentemente, da meningite por tuberculose.
Pronto-atendimento
A meningite apresenta três sintomas típicos: dor de cabeça muito intensa, náuseas acompanhadas de vômitos (quase todos os casos) e febre. Pode ocorrer também dor no corpo, diarréia, convulsões, sonolência, alteração no nível de consciência e rigidez na nuca. Incomodados com o mal-estar e com a forte dor, a maioria dos pacientes procura a Unidade de Emergência e, normalmente é nela que descobrem a infecção.

A importância do atendimento de emergência consiste na prevenção de seqüelas. A meningite é uma doença com potencial de gravidade grande. A rapidez do diagnóstico e o tratamento, principalmente das formas mais graves, faz toda a diferença, no sentido de impedir complicações ou até mesmo a morte. Portanto, o diagnóstico precisa ser rápido, preciso e o tratamento imediato. Meningites bacterianas, não tratadas com eficiência, são fatais. Por isso, o tratamento se inicia já na Unidade de Emergência, onde são ministrados antibióticos.

Em todos os casos, há internamento no hospital. O tempo varia a depender do tipo de doença: três a cinco dias para as virais (excetuando-se o herpes), 7 a 14 para bacterianas. Quando há diagnóstico de meningite meningocócica, é necessário tomar precauções aéreas por gotículas: é feito um isolamento por 24 horas em quarto privativo, para o antibiótico fazer efeito e impedir que a bactéria contagie outro indivíduo. Existem cinco principais sorogrupos de meningites provocadas pelo Neisseria Meningitidis: A, B, C, Y e W135. Atualmente, existe vacina para o tipo C, eficaz no adulto, mas a duração desta eficácia é muito curta (dois anos), portanto somente utilizada em períodos de surto epidêmico pelo próprio meningococo C.

Seqüelas
As meningites bacterianas ou provocadas por herpes podem provocar muitas seqüelas neurológicas. O paciente pode apresentar paralisia cerebral, retardo mental, ou surdez. Pode causar danos irreparáveis ao raciocínio, redução do quociente de inteligência (QI), principalmente as bacterianas, quando diagnosticadas com atraso. Nos extremos da idade, a doença é mais grave, sobretudo na infância.

Pode haver evolução para hidrocefalia, que é um aumento de líquor no sistema nervoso central. O sistema nervoso tem, basicamente, três componentes: cérebro, sangue e líquor. O líquor é o líquido céfalo-raquidiano. Se existe aumento de algum desses três fatores, os outros ficam desequilibrados. As seqüelas provocadas pela meningite são tardias e persistentes, pois a infecção é no sistema nervoso central, onde teoricamente não há regeneração celular.

O que você precisa saber sobre rubéola

É uma doença altamente contagiosa, aguda e benigna, causada por vírus. Caracteristicamente, é uma doença benigna e de resolução espontânea. O que preocupa os médicos é a possibilidade de uma gestante transmitir a doença para o feto (síndrome da rubéola congênita), quando esta adquire a rubéola na gestação.

A rubéola é transmitida por via aérea através de secreções nasais e faríngeas
de pessoas infectadas. Começa a ser transmitida cinco a sete dias antes de o paciente manifestar a doença até sete dias depois de manifestada. Os sinais e
sintomas são febre baixa, dor intensa no corpo, dor nas juntas, dor de cabeça,
gânglios no pescoço, dor de garganta e o rash cutâneo eritematoso maculo-papular no início do quadro clínico e com característica de ser crânio-caudal (da
cabeça para os membros). A orientação é hidratação e controle dos sintomas (febre, náuseas, dor), repouso e afastamento das atividades até sete dias depois do início dos sintomas. Os remédios ministrados são analgésicos e antitérmicos.

A ocorrência de rubéola na gestação deve ser evitada a qualquer custo, principalmente nos três primeiros meses, quando estão se formando os órgãos do feto. Se contraída, há o risco de provocar malformações congênitas, parto prematuro, aborto e infecções ativas ao nascer. Como não há tratamento para a síndrome da rubéola congênita, todas as mulheres em idade fértil devem ser vacinadas.Tem-se observado que o surto apresentado no Brasil recentemente acomete, sobretudo, adultos do sexo masculino, portanto, evidenciando falha na
vacinação deste grupo.

Em todos os casos, a medida preventiva ideal é a vacinação. As crianças devem
tomar todas as doses indicadas, e é recomendável fazer um reforço da vacina
na idade adulta, para estimular o sistema imunológico a manter o nível adequado de proteção.

O diagnóstico da rubéola é clínico. Alterações em exames de sangue, principalmente no hemograma, demonstram anormalidades próprias das doenças virais. Através de exame sorológico, chega-se ao diagnóstico com precisão. Diferentemente da meningite, não é um exame feito na emergência.