O Brasil é o segundo país do mundo com maior número de casos novos de hanseníase detectados, o que o torna uma região endêmica. A hanseníase – que, durante muito tempo, viveu sob a sombra do preconceito e descaso – agora é tratada como uma doença infecciosa, crônica e de grande importância para a saúde pública, mas perfeitamente tratável e curável. No próximo dia 24, será comemorado o Dia Mundial do Hanseniano, oportunidade ideal para iluminar todas as sombras que ainda restam sobre esta que é tida como uma das mais antigas doenças que acometem o homem.
Segundo dados do Ministério da Saúde, a hanseníase possui alto poder incapacitante e atinge principalmente a faixa etária economicamente ativa. A doença é provocada pelo mycobacterium leprae, um parasita intracelular que apresenta afinidade por células cutâneas e por células dos nervos periféricos.
Os principais sintomas são manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo; área da pele seca e com falta de suor; área da pele com queda de pêlos, mais especialmente nas sobrancelhas; área da pele com perda ou ausência de sensibilidade (não sente ao tocar). Parestesias (sensação de ormigamento) ou diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato. A pessoa se queima ou se machuca sem perceber.
Também pode ocorrer dor e sensação de choque; fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas; inchaço de mãos e pés; diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face, devido à inflamação de nervos que, nestes casos, podem estar engrossados e doloridos; úlceras de pernas e pés; caroços no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos. Os sintomas podem estar localizados nas ex-remidades das mãos e pés, face, orelhas, costas, nádegas e pernas.
Mas é importante ressaltar que existem casos que apresentam doença sistêmica. Estes são mais avançados e muitas vezes o diagnóstico de hanseníase não é lembrado. Daí a importância de prestar atenção em sintomas como febre, edemas e dor nas juntas; entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz e olhos; mal estar geral e emagrecimento. Neste caso, faz-se necessário um exame neurológico.
Doença que se desenvolve lentamente, a hanseníase é transmitida por meio de uma pessoa enferma que apresenta a forma infectante da doença e que, estando sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior pelas vias aéreas superiores, podendo, assim, infectar outras pessoas suscetíveis. As residências são consideradas um importante espaço de transmissão da doença. Não existe transmissão hereditária, congênita ou por via sexual, ainda que existam evidências do fator genético de adoecer e na apresentação de formas clínicas. O tratamento da hanseníase acontece de forma ambulatorial através de uma associação de medicamentos.
Fonte: www.saude.gov.br