Psicologia Hospitalar: um recurso a mais na recuperação do paciente — Hospital Português da Bahia
7 de agosto de 2009
Psicologia Hospitalar: um recurso a mais na recuperação do paciente
07 August 2009
O trabalho do psicólogo hospitalar tem como principal instrumento a escuta. Através desta, o profissional viabiliza um espaço terapêutico que possibilita o paciente ressignificar as mudanças decorrentes do adoecimento e auxilia no enfrentamento do sofrimento psíquico frente à hospitalização. Os efeitos da escuta psicológica são atualmente reconhecidos como mais um elemento terapêutico no tratamento do paciente, marcando uma diferença na recuperação do mesmo. Os resultados da intervenção psicológica podem ser percebidos com a aceleração da reabilitação e consequente redução do tempo de internamento, assim como favorece a mudanças na dinâmica de vida do paciente.
No Hospital Português, duas psicólogas fazem o atendimento aos pacientes, principalmente os internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e na Hemodiálise, considerados, em geral, em situação crítica e de fragilidade emocional. “O atendimento psicológico é estendido aos familiares, que neste momento também demandam um cuidado psicológico, em função da desorganização provocada pela vivência da doença e hospitalização”, conta a psicóloga da UTI, Fernanda Neder.
A psicóloga da Hemodiálise, Maria Augusta Sales comenta que o acompanhamento psicológico nos pacientes em tratamento renal, em geral, é contínuo, já que a situação é crônica, com exceção dos que se submetem ao transplante. “Buscamos meios para que o paciente encontre formas para enfrentar a situação, lidar com seu novo contexto de vida, que envolve tratamento constante e limitações. Muitas vezes é um pai de família que tem que deixar de assumir o papel de provedor”, diz.
O trabalho da Psicologia Hospitalar exige profundo conhecimento técnico dos profissionais, cujo foco de atenção é a subjetividade. “Nós oferecemos ao paciente um espaço de elaboração que viabilize mecanismos de enfrentamento e recursos psicológicos para que ele possa lidar com conflitos e perdas que são característicos do adoecer. Perde-se, por exemplo, a autonomia, a condição de saudável, o ambiente familiar, um membro, um órgão. O psicólogo deve estar atento a todo esse intricado campo de impasses e limites do sujeito”, explica Fernanda Neder.
A equipe do Hospital Português acaba de ganhar reforço com a chegada de mais duas psicólogas, que atuarão na Maternidade Santamaria. Elisa Teixeira estará na UTI Neonatal e Karine Sepúlveda no Alojamento Conjunto. Neste contexto, a assistência psicológica estará voltada para a relação pai-mãe-bebê, com enfoque na intervenção precoce. A importância desses profissionais ganha destaque durante as homenagens pelo Dia Nacional do Psicólogo comemorado em 27 de agosto.
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