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Alimentos funcionais ajudam a prevenir doenças — Hospital Português da Bahia

27 de março de 2010

Alimentos funcionais ajudam a prevenir doenças

27 March 2010

Alimentos funcionais ajudam a prevenir doençasDra. Sylvania Campos Pinho*

Nas últimas décadas, a visão sobre os alimentos tem mudado e ressurgido o aforismo de Hipócrates: “Deixe que o alimento seja seu remédio e o remédio seu alimento”. Conceitualmente, alimento funcional é todo aquele alimento ou ingrediente que além das funções nutricionais básicas, quando consumidos na dieta usual, produz efeitos metabólicos e/ou fisiológicos benéficos à saúde, devendo ser seguro para o consumo sem supervisão médica.

Desde as mais remotas civilizações, o homem busca viver mais, sucedendo-se, assim, através dos tempos, porções e prescrições que prometiam a longevidade. No momento atual, os estudos mostram alimentos com princípios bioativos que neutralizam os radicais livres caracterizando um papel antioxidante atuando na prevenção de doenças crônicas, cardiovasculares e cancerosas.

A partir de evidências científicas comprovadas por Órgãos de Fiscalização (FDA), um alimento será definido como funcional quando atuar na manutenção da saúde, na prevenção de doenças crônicodegenerativas e aumento da defesa imunológica, na redução do processo de envelhecimento, no controle das condições físicas e mentais e na modificação das funções fisiológicas.

E são muitos os alimentos funcionais presentes nos supermercados e estabelecimentos do setor alimentício. Dentre eles, destacam-se o vinho, a soja, as oleaginosas, o salmão, a linhaça, as fibras alimentares, azeite de oliva, entre outros. O vinho, por exemplo, é uma importante fonte de antioxidantes (resveratrol) e seu consumo está associado a efeitos benéficos sobre o metabolismo dos lipídios, aumento da atividade antioxidante, redução da oxidação da partícula LDL-colesterol e melhora do estado de coagulação, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares, devendo ser consumido moderadamente. A substância antioxidante é aquela capaz de inibir a oxidação, ou seja, que as células fiquem “enferrujadas”.

A soja destaca-se pelo efeito na redução dos níveis de LDLcolesterol, inibição da peroxidação lipídica e diminuição da pressão arterial. As oleaginosas (castanhas, nozes e amêndoas) têm importante característica antioxidante, devendo ser consumida regularmente para prevenção de doenças cardiovasculares. O salmão e a linhaça são fontes naturais de ácidos graxos omega 3, que atuam na prevenção de doenças cardiovasculares e câncer.

Pode-se destacar, ainda, o licopeno, encontrado na goiaba, tomate e melancia, cujo consumo deve ser estimulado para prevenção de câncer de próstata. Atualmente, vários estudos estão sendo conduzidos para avaliar outros benefícios do licopeno.

Alimentos ricos em frutas, legumes, verduras e vegetais frescos, grãos integrais e redução de peso possuem efeito antioxidante e diminuem o risco de doenças crônicas não transmissíveis. Uma das explicações é a de que nos alimentos há uma grande variedade de antioxidantes em quantidades adequadas, que se combinam e interagem sinergicamente, conferindo um efeito em cadeia; já os suplementos são algumas substâncias e em dosagens ainda não estabelecidas. A suplementação de compostos bioativos ou vitaminas para reduzir o processo oxidativo e prevenção de doença é uma ação controversa e que exige mais estudo.

* Médica intensivista da Unidade de Gastro-Hepatologia (UGH) do Hospital Português, especialista em Nutrição Enteral e Parenteral pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral Enteral (SBNPE) e especialista em Cirurgia Geral pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões.