Prevenção é a melhor forma de evitar doença renal — Hospital Português da Bahia

Na segunda quinta-feira do mês de março comemora-se o Dia Mundial do Rim, uma boa oportunidade para se destacar a importância de manter a saúde desse órgão e alertar os gestores da saúde e a população em geral sobre os riscos da Doença Renal Crônica – DRC. Os rins são órgãos vitais, pois filtram o sangue, regulam a pressão arterial, eliminam as toxinas do corpo, controlam a quantidade de sal e água, produzem hormônios importantes para evitar a anemia e as doenças ósseas e participam do metabolismo da maior parte dos medicamentos administrados.

Segundo a nefrologista do Hospital Português, Dra. Margarida Dutra, as principais causas da insuficiência renal são a hipertensão e diabetes. Por isso, a prevenção dos problemas nos rins está diretamente relacionada aos cuidados com essas doenças. Especificamente no Brasil, o que mais leva à Doença Renal Crônica é a hipertensão arterial, em segundo lugar o diabetes, seguido de glomerulonefrites crônicas (doença imunológica que afeta os rins). Além destas, algumas doenças hereditárias como a doença renal policística, doenças autoimunes como o lupus eritematoso sistêmico, a presença de cálculos (pedras) nos rins associada à infecção urinária, nefrite intersticial causada pelo uso prolongado de analgésicos e antiinflamatórios, dentre outras, também podem levar à insuficiência renal.

Segundo especialistas, a doença renal é silenciosa nos estágios iniciais, só se manifestando tardiamente, mas é possível percebê-la por meio de alguns indícios: pressão alta; inchaço das pernas, na face ou generalizado; anemia ou palidez anormal; fraqueza e desânimo constantes, sem explicação aparente; náuseas e vômitos frequentes pela manhã; sangue na urina; dor lombar/cólica renal causada por cálculos (pedras); indícios de infecção urinária (dor, ardor ou dificuldade para urinar, urina mal cheirosa ou turva, aumento da frequência das micções). As formas crônicas da doença podem evoluir para a insuficiência renal. Em casos mais avançados, somente um transplante renal ou diálise pode salvar o paciente.

“A redução da mortalidade por doenças infecciosas e o aumento da expectativa de vida da população, além da maior prevalência do diabetes e hipertensão, têm levado a uma incidência crescente da Doença Renal Crônica, já sendo citada como a epidemia do século. A melhor maneira de evitar a DRC é mesmo a prevenção”, observa Dra. Margarida Dutra. Os principais grupos de risco para DRC são os hipertensos, diabéticos, obesos, fumantes, pessoas com mais de 60 anos e familiares de pessoas com problemas renais – e é esta população que merece maior atenção para se atuar preventivamente.

“Recomenda-se uma visita médica anual com aferição da pressão arterial, dosagem de glicemia, da creatinina para estimar a função renal, sumário de urina e ultrassonografia de aparelho urinário em alguns casos. Medidas simples de modificação do estilo de vida como evitar o fumo, o sedentarismo e a obesidade, ter uma alimentação saudável, a prática de exercícios físicos regulares, o controle rigoroso da diabetes e da pressão arterial podem prevenir ou lentificar a evolução da Doença Renal Crônica”, orienta a nefrologista.

No Brasil, atualmente, mais de 90.000 pacientes realizam hemodiálise (6.000 na Bahia) e este número vem crescendo cerca de 8% ao ano, com gastos anuais superiores a dois bilhões de reais, pelo Ministério da Saúde.

Pioneirismo – A equipe de Nefrologia do Hospital Português foi pioneira, na Bahia, no tratamento das doenças renais, tendo iniciado o programa de hemodiálise crônica no final dos anos 70 e o transplante renal já no início dos anos 80, já tendo realizado mais de 400 transplantes renais com excelentes resultados.

Campanha – Para alertar sobre a importância da detecção precoce e prevenção da Doença Renal Crônica, a Sociedade Brasileira de Nefrologia tem realizado nos últimos quatro anos o Congresso de Prevenção da Doença Renal Crônica, que este ano será em Salvador, no período de 12 a 13 de março. Fazendo parte da programação, a Regional Bahia realizará a Feira de Nefrologia, na Praça Tomé de Souza, no dia 11 de março. Aberto ao público e contando com a presença de diversos profissionais de saúde, o evento englobará ações como avaliação da pressão arterial, exames de glicemia, de urina e sangue e orientações sobre saúde renal.