Os leiomiomas uterinos são os tumores pélvicos sólidos benignos mais freqüentes da mulher. A teoria mais aceita quanto à origem dos miomas sugere que as células do miométrio (camada muscular do útero) sofrem perda da regulação do crescimento levando ao surgimento de nódulos de células monoclonais. O crescimento e o desenvolvimento dos mesmos dependem de uma complexa interação entre hormônios femininos, fatores de crescimento, citocinas e mutações somáticas.
Cerca de 20 a 30% das mulheres em idade fértil e 40% das mulheres acima de 40 anos apresentam miomas. As mulheres negras têm maior incidência. Raramente surge antes do menacme (primeira menstruação) e geralmente regridem após a menopausa. O risco de mioma diminui de 20-50% em mulheres que tiveram filhos. Na gravidez, os miomas costumam crescer, contudo na maioria dos casos não interfere no sucesso da gestação e a via de parto dependerá de critérios obstétricos, exceto nos casos de miomatose extensa que indica a realização de cesárea.
As manifestações clínicas mais comuns dos miomas são: menstruação excessiva, dor pélvica e infertilidade. O diagnóstico depende de uma história clínica detalhada e de um cuidadoso exame físico, bem como a realização de exames como: ultrassonografia e ressonância magnética. O tratamento dos miomas pode ser clínico ou cirúrgico. Estão disponíveis vários medicamentos para o tratamento do mioma, com a finalidade de redução dos nódulos, regularização dos ciclos menstruais ou instalação de um estado de amenorreia, viabilizando melhora clinica da paciente ou possibilitando o emprego de técnicas minimamente invasivas para o tratamento cirúrgico. As medicações mais efetivas são os análogos de GNRH. Após 60-90dias pode-se reduzir em média 70% do volume dos miomas. Os anticoncepcionais orais de baixa dosagem e os progestágenos também podem ser utilizados por terem bom controle do ciclo e melhora clinica.
Os tratamentos cirúrgicos minimamente invasivos para os miomas tiveram um avanço muito significativo nos últimos anos, principalmente, no que se refere à utilização da tecnologia dos equipamentos, bem como o surgimento de novas técnicas cirúrgicas minimamente invasivas, que exigem habilidades cirúrgicas, técnicas operatórias delicadas e material específico, com menor morbidade e menores índices de complicações. Os miomas podem ser tratados cirurgicamente, através da extirpação dos mesmos (Miomectomia), que pode ser realizada por via laparoscópica ou histeroscópica, a depender do caso. Nas pacientes com prole constituída, pode-se optar pela histerectomia minimamente invasiva, que consiste na retirada do útero miomatoso pela via vaginal ou laparoscópica. As vantagens dessa técnica são: menor tempo cirúrgico, pós-operatório menos doloroso, menor tempo de internação e retorno mais rápido às atividades habituais. Uma alternativa a cirurgia é a embolização da artéria uterina (EAU). Trata-se de um procedimento endo-vascular realizado por radiologista intervencionista sob supervisão do ginecologista, no qual através do cateterismo seletivo das artérias que nutrem o mioma pode-se obstruir o fluxo sanguíneo com micropartículas. Dessa forma, os miomas regridem, e os sintomas da paciente melhoram.
* Ginecologista e obstetra, especialista em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva no Hospital Sírio Libanês, professor de Cirurgia Ginecológica e Uroginecologia da Residência Médica de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Roberto Santos e professor de Anatomia Humana da Escola Bahiana de Medicina, atende no Centro Médico Hospital Português
This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.
Strictly Necessary Cookies
Strictly Necessary Cookie should be enabled at all times so that we can save your preferences for cookie settings.
If you disable this cookie, we will not be able to save your preferences. This means that every time you visit this website you will need to enable or disable cookies again.