Alergia alimentar: substituição do alimento é importante para evitar deficiências nutricionais — Hospital Português da Bahia
29 de setembro de 2010
Alergia alimentar: substituição do alimento é importante para evitar deficiências nutricionais
29 September 2010
Resultado de uma reação adversa do organismo a determinada substância presente nos alimentos, a alergia alimentar tem apresentação clínica muito variável, com sintomas que podem surgir na pele (urticária, inchaço, coceira, eczema), no sistema gastrintestinal (dor abdominal, vômito, diarreia) e respiratório (asma, tosse, rouquidão e chiado no peito). As reações podem ser leves, com simples coceira nos lábios, até graves, podendo comprometer vários órgãos. A alergia alimentar envolve um mecanismo imunológico, ou seja, ocorre quando o sistema de defesa do nosso organismo acredita que uma substância alimentar, até então inofensiva, é perigosa. Para se defenderem dessas substâncias, as células do sistema imune produzem anticorpos.
Qualquer alimento pode desencadear reação alérgica. No entanto, leite de vaca, ovo, soja, milho, abacaxi, manga, trigo, amendoim, nozes, peixe e frutos do mar estão entre os que mais provocam alergia. Alguns alimentos podem provocar reações cruzadas, ou seja, alimentos diferentes podem induzir respostas alérgicas semelhantes no mesmo individuo. O paciente alérgico ao camarão pode não tolerar outros crustáceos. Da mesma forma, pacientes alérgicos ao amendoim podem também apresentar reação ao ingerir a soja, ervilha ou outros feijões.
A chefe do Serviço de Nutrição do Hospital Português, Gildete Fernandes, alerta sobre o poder alergênico também dos conservantes, corantes e aditivos químicos. “Eles estão presentes nos biscoitos, sucos artificiais, gelatinas, iogurtes, massas e leites flavorizados, entre muitos outros itens”, cita.
Os principais fatores envolvidos na alergia alimentar são a predisposição genética, a potência antigênica de alguns alimentos e alterações do intestino. Estudos indicam que de 50 a 70% dos pacientes com alergia alimentar possuem história familiar de alergia. Se o pai e a mãe apresentam alergia, a probabilidade de terem filhos alérgicos é de 75%. Pacientes com doenças alérgicas apresentam uma maior incidência de alergia alimentar, sendo encontrada em 38% das crianças com dermatite atópica e em 5% das crianças com quadro de asma.
O diagnóstico da alergia alimentar depende de história clínica minuciosa associada a dados de exame físico que podem ser complementados por testes alérgicos. Até o momento, não existe um medicamento específico para prevenir o problema. Uma vez diagnosticado, são utilizados medicamentos específicos para o tratamento dos sintomas, sendo de extrema importância eliminar novos contatos com o alimento desencadeante e substituir o alimento excluído, evitando-se deficiências nutricionais até quadros de desnutrição. Uma boa notícia é que aproximadamente 85% das crianças perdem a sensibilidade à maioria dos alimentos (ovos, leite de vaca, trigo e soja) que lhes provocam alergia alimentar entre os 3 e 5 anos de idade.
A melhor forma de tentar prevenir a alergia alimentar é através do aleitamento materno durante o primeiro ano de vida do bebê, assim como a introdução tardia dos alimentos sólidos potencialmente provocadores de alergia. Recomenda-se a introdução dos alimentos sólidos após o sexto mês, o leite de vaca após 1 ano de idade, ovos aos 2 anos e amendoim, nozes e peixe, somente após o terceiro ano de vida.
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