Varizes dos membros inferiores — Hospital Português da Bahia
18 de novembro de 2010
Varizes dos membros inferiores
18 November 2010
Antônio Urbano Filho*
Varizes são definidas como veias dilatadas, alongadas e tortuosas, com alterações de suas paredes e da sua função. Aproximadamente 35% dos brasileiros têm algum tipo de varizes e dados do Ministério da Saúde registram que a enfermidade é a 14ª causa de afastamento temporário.
Os sintomas mais frequentes são dores, cansaço, edema e sensação de peso nas pernas, mas podem ocorrer quadros mais graves e incapacitantes, tais como alterações tróficas (eczema, dermatite ocre, dermatoesclerose e atrofia alba) e úlceras varicosas.
Na etiopatogenia dos indivíduos portadores de varizes, existe uma predisposição genética, resultando em veias com paredes fracas. Este erro genético se acentua sob determinadas condições, como as alterações hormonais (ciclos menstruais, gestações, anticoncepcionais e menopausa), além de outros fatores desencadeantes (idade avançada, gênero feminino, obesidade, profissão e sedentarismo). Ao contrário do que se pensa popularmente, sol, salto alto, depilação, corrida, alimentação, fumo e cruzar as pernas têm muito pouca influência no problema.
Quando existem alterações na parede das veias, estas perdem a elasticidade e a sua função valvular, acarretando o refluxo varicoso. Com isso, ocorre um aumento na pressão dentro das veias e conseqüente a dilatação das mesmas, levando à formação das varizes.
O diagnóstico é realizado através do exame clínico, auxiliado por exames complementares, como por exemplo, o ultrassom com Doppler colorido. Raramente são necessários angioTC, angioRM e a flebografia.
Na prevenção desta enfermidade, os angiologistas advertem que há fatores de risco, como a hereditariedade, sexo feminino e idade avançada, sobre os quais as pessoas não podem agir, mas lembram que podem evitar fatores modificáveis. É preciso adotar um estilo de vida mais saudável. Praticar atividades físicas regularmente, não fumar, controlar a pressão arterial e ter uma alimentação saudável são algumas das recomendações.
O tratamento clínico conservador consiste em medidas que evitem o sedentarismo, posição ortostática estática por tempo prolongado, repouso com as pernas elevadas, higiene dos pés, atividade física aeróbica e a utilização de meias elásticas de média compressão, no mínimo até a altura do joelho.
Os medicamentos ditos flebocinéticos ou flebotônicos agem de modo sintomático quanto ao peso e cansaço, não tendo qualquer função na parede do vaso dilatado, preventivo ou curativo. A escleroterapia é indicada para as teleangiectasias e varizes de pequeno calibre, devendo ser evitado no tratamento da veia safena e nas veias que guardam relação com veias perfurantes insuficientes.
O tratamento cirúrgico com a safenectomia, ligadura das veias perfurantes e ressecção das veias varicosas com incisões escalonadas é indicado quando esses sistemas estão insuficientes.
Modalidades alternativas consistem nas técnicas da microespuma densa, laser e radiofrequência, mas ainda com poucas evidências científicas a longo prazo.
* Angiologista, atende no Centro Médico Hospital Português
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