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Doença silenciosa: Hipertensão arterial — Hospital Português da Bahia

13 de abril de 2011

Doença silenciosa: Hipertensão arterial

13 April 2011

Maurício Nunes*

A hipertensão arterial ou pressão alta, como é mais conhecida, é uma importante causa de enfermidades no mundo ocidental. No Brasil, o Ministério da Saúde aponta as doenças cardiovasculares como um grave problema de saúde pública, representando na atualidade a principal causa de morte. Para ter uma ideia, estima-se que a população de hipertensos no país corresponda a 33 milhões de pessoas. Um agravante para esse índice é o fato da hipertensão ser clinicamente silenciosa e a sua detecção depender de avaliações clínicas periódicas. Por tudo isso, a doença se constitui em motivo de preocupação para os médicos. 

A pressão arterial resulta da força exercida pelo sangue sobre as paredes dos vasos sanguíneos, sendo determinada pela capacidade de bombeamento do coração e pela resistência dos vasos. Segundo as diretrizes, os valores de pressão arterial considerados normais são de 120×80 mmHg (milímetros de mercúrio). Entretanto, a sua medição pode variar ao longo do dia, em razão de condições relacionadas ao esforço físico, ansiedade, frio, calor e tabagismo. Uma vez alterada essa condição, para valores acima de 140×90 mmHg, geralmente está configurado o quadro de hipertensão. Mas, para uma pessoa ser diagnosticada como hipertensa é preciso permanecer com a pressão acima do normal. Assim, é essencial realizar exames de rotina para averiguar os batimentos cardíacos.

Aumento da espessura do músculo cardíaco (hipertrofia) e/ou aumento do coração (dilatação) são alguns danos decorrentes da pressão arterial elevada e não controlada. Temos ainda outras complicações relacionadas à doença, como angina, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, falência renal, cegueira e derrame. Daí, a importância de identificar os fatores que ocasionam a hipertensão, classificando-a como primária, isto é, quando não há uma causa definida e, portanto, resulta de vários fatores, como excesso de peso, tabagismo, estresse, etilismo, sedentarismo e hereditariedade. Ou ainda, como secundária, quando está relacionada à doença renal, doenças endócrinas e efeitos colaterais de medicações, como a pílula anticoncepcional.

Diante da gravidade dos danos que a falta de cuidados com a hipertensão pode causar, é imprescindível atentar para as formas de prevenção deste problema de saúde. Redução do peso, realização de atividade física, diminuição da ingestão do sal e bebidas alcoólicas, abandono do fumo, bem como evitar o estresse são algumas medidas simples que podem ser incorporadas aos hábitos de vida. Essas orientações são válidas ainda para quem já apresenta o problema, que é crônico (não tem cura, mas pode ser controlado). É verdade que a mudança de postura requer conscientização, mas também traz importantes benefícios à qualidade de vida.

* Cardiologista clínico e coordenador da Unidade Coronariana (UCO) do Hospital Português, vice-presidente da Associação Baiana de Medicina

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