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Pré-natal — Hospital Português da Bahia

11 de maio de 2011

Pré-natal

11 May 2011

Pré-natalPeríodo marcado por inúmeras transformações físicas, emocionais e psicológicas para a mulher, a gravidez necessita de cuidados especiais para o seu bom desenvolvimento. A saúde da futura mamãe e do bebê pode ser resguardada com a assistência médica periódica durante os nove meses de gestação. Através do exame pré-natal é possível identificar a situação física da mulher, o seu histórico de enfermidades, podendo prepará-la para uma gestação saudável, segura e equilibrada. O coordenador médico do Centro Obstétrico da Maternidade Santamaria, Leomar Lyrio ajudou a Imagem Real a elaborar um roteiro sobre o exame, no qual esclarece a importância desse procedimento de rotina para o bem-estar da gestante e da criança. “O pré-natal tem a função de preparar a mulher para  o ciclo grávido puerperal – que consiste em gestação, parto e puerpério – auxiliando na prevenção de possíveis intercorrências e também na orientação psicológica da mulher”, observa.

ESCOLHA DO MÉDICO

Antes de iniciar o pré-natal a gestante deve considerar alguns critérios para a escolha do obstetra que fará o seu acompanhamento, como qualificação profissional reconhecida, afinidade, e, acima de tudo, confiança estabelecida no decorrer das consultas. Esse cuidado vai assegurar uma relação satisfatória entre médico e paciente, além do conforto e segurança necessários à gestante.

INÍCIO E DURAÇÃO
 
O ideal seria que a mulher realizasse pelo menos uma consulta preconcepcional (antes de engravidar) para obter orientação médica sobre exames e medicações. Entretanto, o que comumente ocorre na prática é a consulta com especialistas a partir do segundo mês de gestação. Uma vez iniciadas, as consultas devem acontecer mensalmente até a 32ª semana e, a partir daí, quinzenalmente até a 36ª semana, quando passam a ser semanais até o parto.

PROCEDIMENTOS ENVOLVIDOS E IMPORTÂNCIA

O pré-natal é responsável por assegurar o bom andamento da gestação, identificar e monitorar os problemas preexistentes e também os que surgem no decorrer da gravidez. Na prática, o exame é realizado em consultório médico, de forma presencial, com um profissional especializado e instrumentos apropriados à finalidade. Durante o acompanhamento pré-natal é possível estimar a data provável do parto, identificando o tempo de gestação demarcado pela data da última menstruação (também chamada de DUM, que por convenção médica determina o início da gravidez). O exame permite ainda a ausculta cardiofetal, monitoria do crescimento do bebê, avaliação da história clínica e obstétrica da mulher e das suas condições físicas – com a medição da pressão arterial; mensuração do peso; análise do estado das mamas visando o aleitamento; avaliação do sumário de urina, hemograma e tipo sanguíneo; investigação de doenças como diabetes gestacional, toxoplasmose, rubéola, hepatite B, sífilis (realização do teste de VDRL), síndrome da imunodeficiência adquirida (teste de HIV), além da realização de ultrassonografias quando necessárias. As vacinas são determinadas de acordo com a condição clínica da mulher, dependendo de cada caso.

BENEFÍCIOS

Ao longo da assistência gestacional o médico obstetra, em geral, também recomenda a monitoração de um nutricionista, para indicação de uma dieta balanceada e com aporte energético adequado à grávida. “A alimentação da gestante deve sofrer modificações, tornando-se mais saudável. Do mesmo modo o seu condicionamento físico deve ser melhorado, sendo indicada a prática de atividade física monitorada por um profissional da área”, destaca Leomar Lyrio. O médico enfatiza que todos os cuidados já mencionados consistem no principal objetivo do pré-natal, que é orientar, dirimir dúvidas e afastar os temores que figuram entre os principais medos das grávidas: perda do feto, doenças congênitas, síndrome de down, deformidade física, etc.

GESTAÇÃO NA MATURIDADE

Em razão do atual estilo de vida feminino englobar inúmeras atividades, entre as quais a dedicação ao desenvolvimento profissional, muitas mulheres optam por engravidar tardiamente, geralmente após os 30 anos, quando já estão com maior estabilidade econômica. Nesses casos, o pré-natal torna-se essencial à prevenção de eventuais complicações e evolução saudável do feto. “A gravidez  tardia aumenta a possibilidade de riscos de anomalias cromossômicas, diabetes, distúrbios circulatórios,  prematuridade, doenças hipertensivas e abortamentos. Assim, a assistência médica permanente da gestante é imprescindível para a proteção contra problemas que podem ser evitados e, por vezes, põem em risco a própria vida”, alerta.

GESTAÇÃO DE ALTO RISCO

Nas situações de gestação de alto risco a recomendação do exame faz-se impositiva para a mulher. O especialista explica que uma gravidez é considerada de alto risco quando há uma possibilidade elevada de complicações para a mãe e/ou feto ou ainda quando já existe uma doença materna preexistente. Portanto, a adoção de cuidados específicos à situação é fundamental, tais como análises apropriadas que favoreçam a confirmação precoce e decisiva dos problemas existentes. “Nessas situações o pré-natal vai se adequar à necessidade da mulher, comportando cuidados específicos para cada caso. O motivo que classifica o pré-natal como de alto risco também vai determinar o procedimento a ser adotado”, diz o médico.

ERROS COMUNS DAS GESTANTES
   
De acordo com o Ministério da Saúde as complicações da gestação, parto e puerpério são a décima causa de morte feminina, sendo que a maior parte desses casos poderia ser evitada. Doutor Leomar Lyrio lembra que o que favorece essa incidência é justamente a falta de um pré-natal adequado, caracterizado pela vigilância e monitoramento rigorosos. Somado a isso, ele cita outros erros comuns das gestantes e suas consequências. “Fumo, consumo de álcool, sedentarismo, ausência de pré-natal, etc. Todos estes itens são sabidamente nocivos, e provocam alterações no desenvolvimento do embrião e/ou feto, originando retardo no crescimento intrauterino, malformações congênitas e até declínio intelectual dentre outras patologias”, adverte.

RISCOS DA GRAVIDEZ SEM ACOMPANHAMENTO

Algumas doenças estão diretamente relacionadas à gravidez. É o caso das síndromes hipertensivas, eclampsia e diabetes gestacional, que são as mais comuns entre as gestantes. Já a saúde do feto é mais frequentemente comprometida pelo crescimento intrauterino restrito, além de anomalias cromossômicas, renais, gástricas, cardiopatias, entre outros problemas. Assim, os riscos de uma gestação sem o devido acompanhamento médico pode favorecer o surgimento de doenças próprias do estado de gravidez, bem como complicações e acometimento de patologias que poderiam ser prevenidas e ou  impedidas  de acontecer à mãe e filho.

GESTAÇÃO SAUDÁVEL

De acordo com o obstetra Leomar Lyrio uma gestação saudável deve incluir hábitos de vida que favoreçam o bem-estar e potencializem a qualidade de vida da mulher e, consequentemente, do feto. Portanto, ele orienta as futuras mamães a realizarem consultas de pré-natal seriadas, adotarem uma alimentação balanceada, dormirem adequadamente com a postura correta, fazerem o controle de peso e, principalmente, terem paciência e amor para receber o novo ser que está sendo gerado.

PARTO NORMAL OU CESARIANO? 

Embora a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) seja o índice de 15% para o total de partos cesarianos em cada país, o Brasil registra a taxa nacional de 39% conforme dados do Ministério da Saúde. O percentual elevado pode estar relacionado ao fato de que muitas gestantes por medo, insegurança ou falta de informação decidem pela realização do parto cesariano. No entanto, os dois métodos de dar à luz oferecem benefícios à gestante e bebê, desde que sejam consideradas as particularidades de cada gestação. “A melhor opção para a gestante vai ser sempre aquela que proporcione mais segurança, vitalidade, bem-estar e saúde à mamãe e ao bebê”, destaca doutor Leomar Lyrio.