Meio ambiente: Preservar o ecossistema é cuidar da vida — Hospital Português da Bahia
9 de junho de 2011
Meio ambiente: Preservar o ecossistema é cuidar da vida
09 June 2011
Reflorestamento, coleta seletiva de lixo, reciclagem, consumo sustentável, aproveitamento integral de alimentos, produtos biodegradáveis, sustentabilidade. A temática ambiental tem conquistado maior espaço na pauta de discussões de organizações comprometidas com a gestão sustentável – responsável pela preservação do ecossistema, elevação das condições de vida, geração de riqueza, inclusão social, dentre outros benefícios – em todo o mundo, nos diferentes segmentos. Em razão do Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho, a Imagem Real compartilha com os leitores a experiência bem sucedida do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde do Hospital Português, que é uma referência no país, e traz alguns exemplos simples de ações sustentáveis para inspirar a prática cotidiana de preservação ambiental e maximizar a qualidade de vida.
Hospital Português: Referência em Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde
Atento ao exercício da responsabilidade social, o Hospital Português criou, em julho 2005, o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) no qual acompanha cada etapa da coleta seletiva de resíduo sólido (segregação, acondicionamento, identificação, tratamento interno, armazenamento temporário, coleta e transporte externos, e destino final). A iniciativa fez da instituição pioneira no Norte/Nordeste na aquisição de dois autoclaves (aparelho que trata o resíduo infectante por meio da esterilização de agentes biológicos, a uma temperatura de 150ºC, transformando-o em lixo comum). Desde então, o Hospital tem instituído ações voltadas à segregação criteriosa de resíduos e ao descarte apropriado do lixo gerado no local, seguindo normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A tecnologia empregada no PGRSS também segue a Política Ambiental do Hospital, destinada à melhoria contínua de ações em prol da saúde, segurança e meio ambiente. A adoção desses critérios fez com que nos últimos anos a instituição fosse visitada por renomadas entidades do segmento de saúde, interessadas em reproduzir os procedimentos realizados em seu abrigo de resíduos climatizado.
“O Português é o único hospital na Bahia que, antes do descarte, trata o lixo infectante na própria instituição através do processo de autoclavagem (esterilização pelo aquecimento). Além disso, uma câmara fria armazena os resíduos orgânicos, evitando decomposição, mau cheiro e incidência de pragas no abrigo de resíduos. Esse diferencial, aliado à atualização contínua dos processos e recursos humanos envolvidos, tem projetado a instituição como uma referência na Bahia e no Brasil no gerenciamento de resíduos do serviço de saúde”, diz o gestor ambiental e técnico em meio ambiente que atua no gerenciamento dos resíduos do serviço de saúde do Hospital Português, Mauro Freire. O especialista explica que a Maternidade Santa Maria, o Centro Médico, o Centro de Recursos Humanos e o Centro de Oncologia do Hospital Português também integram o PGRSS, que é atualizado anualmente, conforme o surgimento de novos serviços, tendências ambientais e as legislações vigentes.
Resultados do PGRSS
Reduzir os impactos ambientais gerados pelo descarte de resíduos, minimizar a produção de lixo, despertar a conscientização promovendo educação ambiental, evitar acidentes de trabalho, controlar a incidência de infecções hospitalares e gerar sustentabilidade estão entre os principais objetivos do PGRSS. Nos últimos seis meses o Hospital recolheu mais de meia tonelada de resíduos, com uma média aproximada de 91.000 Kg coletados por mês. Deste montante, 24.261 Kg foram destinados à reciclagem: Papelão (56%), plástico (28%), papel (8%), metais (7%), madeira (1%), além de 1.315 litros de óleo vegetal saturado. “Exigimos documentos ambientais de todas as empresas que compram material reciclável do Hospital Português, para atestar a real finalidade de reciclagem”, observa Mauro Freire, informando que o óleo vegetal saturado é doado ao Projeto PROBIODIESEL Bahia, desenvolvido na Universidade Federal da Bahia (UFBA) para fins de pesquisas na produção de biodiesel na região.
Além de contribuir socialmente com o descarte adequado e reaproveitamento dos resíduos de saúde, o PGRSS é responsável pela minimização de acidentes de trabalho no Hospital Português. “O gerenciamento é também para preservar o profissional que atua na coleta de resíduos, do risco de acidentes de trabalho, especialmente, no manuseio de artigos perfurocortante como vidros e agulhas”, lembra o especialista, acrescentando que os profissionais dos diversos setores da instituição participam de treinamentos regulares focados na melhoria do processo de segregação de resíduos na unidade geradora, redução de acidentes de trabalho e desenvolvimento da consciência socioambiental.
Destino dos resíduos separados no Hospital Português
Os resíduos biológicos infectantes (do Grupo A) são divididos em cinco subgrupos pela ANVISA. Assim, os resíduos gerados pelo Hospital, que fazem parte do subgrupo A1 (culturas e estoques de microrganismos, resíduos de laboratórios de manipulação genética, dentre outros) e A4 (kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, por exemplo), são encaminhados para o processo de esterilização por autoclavagem, realizado na própria instituição. Os resíduos dos subgrupos A3 (peças anatômicas de seres humanos) seguem para incineração em empresa especializada. O mesmo se aplica aos resíduos químicos (do Grupo B). Já os rejeitos radioativos (do Grupo C) permanecem armazenados, temporariamente, na sala de decaimento (no local de geração) e, quando atingem o nível total de eliminação determinado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) são classificados como resíduos comuns e liberados pelo físico responsável pela Radioterapia para o abrigo de resíduos do Hospital. A partir daí são coletados por empresa de coleta pública ou encaminhados para reciclagem (como no caso do chumbo), de acordo com a classificação de cada material.
Os resíduos comuns (do Grupo D), por não apresentarem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podem ser equiparados aos resíduos domiciliares. Por isso, os detritos não recicláveis são coletados por uma empresa de coleta pública especializada. Já os resíduos recicláveis são vendidos ou doados para empresas especializadas a fim de proporcionar a reutilização, conforme suas propriedades. Por fim, os resíduos perfurocortantes ou escarificantes (do Grupo E), como agulhas, ampolas, lâminas cirúrgicas e outros, são submetidos ao processo de esterilização por autoclavagem em empresa terceirizada.
Cidadão consciente exercita o consumo sustentável no dia-a-dia
Cada cidadão também deve contribuir em seu cotidiano com ações simples para melhorar as condições socioambientais e, consequentemente, a qualidade de vida. Confira as sugestões da Imagem Real!
No supermercado, dê preferência a produtos com embalagem reciclável e opte por sacolas retornáveis;
Feche a torneira ao escovar os dentes ou ensaboar as mãos;
Não varra a calçada com o jato da mangueira;
Separe o lixo doméstico. Papel, papelão, plástico e metais podem ser encaminhados para reciclagem. O material orgânico pode ser transformado em adubo para plantas.
Reduza o gasto de energia com lâmpadas fluorescentes e aparelhos com baixo consumo.
Mude também a sua relação com os alimentos
Nem tudo é lixo. Evite o desperdício aproveitando os alimentos integralmente no dia-a-dia com receitas saborosas e de baixo custo. Saladas e sucos podem incrementar o cardápio de forma nutritiva e econômica. “Talos de hortaliças, cascas, raízes e sementes possuem alto valor nutritivo. Embora essas partes sejam vistas como ‘menos nobres’ são ricas em vitaminas (A e C), ferro, potássio e outros nutrientes. Além disso, grande parte dos nutrientes, como ferro e fibras, está concentrada na casca de frutas e legumes”, diz a chefe de nutrição do Hospital Português, Gildete Fernandes.
Além de elevar o valor nutritivo das refeições, o aproveitamento integral de alimentos proporciona economia de dinheiro e um cardápio variado. “Antes de preparar os alimentos lave-os muito bem em água corrente, um a um; coloque-os em água clorada, por 15 minutos; para cada litro de água, coloque uma colher de sopa de hipoclorito. Depois retire e enxague em água corrente”, orienta a nutricionista.
Como utilizar integralmente os alimentos
Use talos de couve, agrião, beterraba, brócolis, salsa, etc. em refogados, feijão, sopa, suflês, tortas, patês, molhos, panquecas, massa de bolos e biscoitos.
Aproveite a água do cozimento de verduras, enriquecida com vitaminas e sais minerais dos alimentos, para outras preparações como feijão, sopa, arroz, etc.
Com as cascas de frutas como goiaba e abacaxi prepare sucos no liquidificador. Este suco também pode substituir ingredientes líquidos no preparo de bolos;
Transforme a entrecasca de frutas como maracujá, melancia e aipim, em doces, saladas, sopas e tortas;
Use sementes de alimentos como abóbora e jaca – cozidas e amassadas ou torradas e moídas – em receitas de pão, bolo, biscoito, mingau, moqueca e purê.
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