Doutor pela Universidade de Valência, na Espanha, com a tese “Hormônio Antimulleriano em Mulheres de Baixa Reserva”, o médico ginecologista e obstetra Luiz Machado apresentou os resultados da sua pesquisa de doutorado durante encontro aberto ao público, no auditório do Hospital Português, em 31 de maio. Para quem não pode apreciar a sua palestra, o especialista revela agora as principais descobertas do estudo que entusiasmou a comunidade científica baiana.
1. O senhor fez um estudo sobre o “Hormônio Antimulleriano em Mulheres de Baixa Reserva”. Qual foi o objetivo?
Analisar a relação entre os folículos do ovário e a dosagem do Hormônio Antimulleriano, descoberto há 5 anos. Por meio da ultrassonografia e da dosagem hormonal percebi que quanto menor a quantidade de folículos menor a produção desse hormônio pela mulher, principalmente, naquelas acima de 35 anos. O estudo também buscou esclarecer as pacientes sobre a real possibilidade de engravidar, evitando gastos desnecessários – uma vez que os investimentos em fertilização assistida ainda são altos – e também proporcionar uma perspectiva de fertilidade mais realista, minimizando possíveis desgastes emocionais.
2. Através da pesquisa o senhor descobriu uma série de eventos fisiológicos que permitem avaliar a fertilidade feminina após os 35 anos. Como é esse exame?
Os exames consistem basicamente na ultrassonografia, que possibilita a contagem dos folículos antrais, e na dosagem do Hormônio Antimulleriano. Este hormônio se mostrou muito mais importante porque permite avaliar a fertilidade feminina juntamente com a medida dos folículos antrais, enquanto que os demais hormônios normalmente analisados – LH, FSH, prolactina, dentre outros – só permitem avaliar a função do ovário sem mostrar a sua reserva hormonal. É importante lembrar que o envelhecimento feminino está diretamente ligado ao estrógeno, por isso, o teor do hormônio é que vai determinar o nível de fertilidade da mulher. Para a natureza, o ideal seria que a mulher engravidasse entre 22 e 26 anos. Por isso, 35% das mulheres entre 30 e 37 anos tem algum índice de infertilidade, enquanto que esse indicador aumenta para 90% a partir dos 40 anos, devido à perda do folículo do ovário. Ao contrário do que alguns acreditam a suspensão da menstruação por método artificial (através de hormônio) não retarda o processo de envelhecimento e de perda dos óvulos, pois embora a mulher não menstrue ela continua ovulando todos os meses e, portanto, reduzido a reserva dos ovários.
3. Como as mulheres acima dos 35 anos se beneficiam com a pesquisa?
Elas agora vão poder se perguntar “tenho condições de engravidar?”, “posso investir em fertilização assistida com chances de sucesso?” e poderão obter uma resposta muito próxima da realidade.
4. Quais impactos sociais podem ser esperados a partir desses resultados?
A redução do custo com investimentos para fertilização assistida e o fornecimento de recursos efetivos para a paciente que vai gestar.
5. Há previsão de quando o exame estará disponível na Bahia?
Nesse momento inicial o procedimento está sendo realizado apenas na Europa e nos Estados Unidos, com um custo elevado, como geralmente ocorre com um método recém-lançado. À medida que aumentar a procura pelo exame esse investimento deve ser diminuído. Acredito que isso ocorra, aproximadamente, dentro de um ano e que nesse período o teste já esteja disponível para a realização em larga escala e com valores mais acessíveis no Brasil.
This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.
Strictly Necessary Cookies
Strictly Necessary Cookie should be enabled at all times so that we can save your preferences for cookie settings.
If you disable this cookie, we will not be able to save your preferences. This means that every time you visit this website you will need to enable or disable cookies again.