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Vacinas — Hospital Português da Bahia

1 de setembro de 2011

Vacinas

01 September 2011

O crescimento da população mundial e as constantes migrações de contingentes populacionais têm contribuição importante para a propagação de doenças infecciosas, muitas vezes até já erradicadas de algumas regiões. No Brasil, por exemplo, após a vacinação erradicar a varíola, o sarampo e a paralisia infantil (poliomielite), surgiram novos focos de sarampo com visitantes de países onde a doença ainda incide. Outras patologias ainda não erradicadas do país também têm apresentado surtos eventuais, como a pneumonia e a meningite. Esses episódios servem para demonstrar o papel relevante das vacinas na prevenção, erradicação e controle de doenças contagiosas. “Hoje, devido à rapidez na mobilidade intercontinental, o contato de pessoas de diferentes regiões e a circulação de patógenos diversos são muito mais intensos. A vacinação assume, portanto, importância inequívoca na prevenção de doenças imunopreveníveis”, alerta o médico infectologista e presidente da Sociedade Bahiana de Infectologia, Adriano Silva de Oliveira.
 
Ele explica que a vacinação é uma tentativa de simular a doença para que o organismo humano produza anticorpos. O processo ocorre com a introdução de agentes imunobiológicos – integrais ou fragmentados – no corpo humano, que induzem o sistema imunológico a produzir uma resposta defensiva. “A reação deve durar a ponto de, em contato com o patógeno (bactéria ou vírus) na sua forma natural, o corpo previamente ‘treinado’ pela vacina, possa impedir a doença”, diz o infectologista, observando que os microorganismos se encontram mortos ou atenuados, sendo inofensivos à saúde.

Para desenvolver uma resposta imunológica ante as doenças transmissíveis, crianças e adultos devem se imunizar. Mas qual o momento certo? O infectologista lembra que cada vacina tem seu período e indicação específica. Para isso foi criado o Calendário de Vacinação Brasileiro, pelo Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI/MS), em 1977, visando à saúde pública. “O calendário protege a criança no tempo ideal: nem cedo demais, quando ela estaria despreparada para desenvolver uma resposta imunológica vigorosa, nem tardiamente, após o contágio. Quem não se vacina, obviamente, corre o risco de adoecer e padecer das consequências da doença contraída. Em alguns casos, para que a resposta imunológica permaneça ativa, é preciso provocá-la ao longo da vida tomando doses de reforço, como acontece com as vacinas antitetânica e anti-meningocócica. Isso varia de vacina para vacina”, observa.

Para manter a imunização em dia, o infectologista orienta apresentar o cartão vacinal ao médico clínico e questionar quais vacinas são necessárias. Mulheres em idade fértil, idosos (a partir de 60 anos), viajantes e portadores de doenças crônicas (insuficiência hepática, renal, cardíaca, AIDS, etc.) devem ter atenção especial. Doenças como rubéola e varicela precisam ser prevenidas antes da gestação, devido ao alto risco oferecido ao feto. Pessoas debilitadas por doenças crônicas precisam, necessariamente, ser imunizadas. Idosos devem se vacinar anualmente, seguindo o calendário do Ministério da Saúde, evitando doenças como gripe e pneumonia. “Confundida com os resfriados, a gripe é uma doença perigosa que leva muitos idosos ao óbito”, ressalta Dr. Adriano Oliveira. No caso dos viajantes, tão importante quanto preparar as malas e o roteiro da viagem deve ser a preocupação com as doenças infecciosas predominantes no local de destino, para o recebimento das vacinas necessárias.
 
Graças às campanhas públicas e ao calendário de vacinação periódica, promovidos gratuitamente nos postos de saúde, hoje, o país registra uma queda no número de óbitos decorrentes de tuberculose, sarampo, pneumonia, difteria, tétano, hepatite B, rubéola, parotidite (papeira ou caxumba), coqueluche, meningite, poliomielite, rotavirus (diarreia comum em crianças) e influenza (gripe). “Doenças como varicela (popularmente conhecida como catapora), HPV e hepatite, embora não tenham vacinas distribuídas gratuitamente, também requerem imunização”, alerta o infectologista.