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Qualidade de Vida na 3ª Idade — Hospital Português da Bahia

1 de outubro de 2011

Qualidade de Vida na 3ª Idade

01 October 2011

Qualidade de Vida na 3ª IdadeO envelhecimento da população é um fenômeno global. Em 2050, os maiores de 60 anos serão 20% da população mundial. Este fenômeno implica em aumento de demandas sociais, políticas e econômicas. Mas, queremos dar anos à vida, ou vida aos anos? As respostas estão na qualidade de vida que optamos ter e no uso dos avanços médicos e tecnológicos a nosso favor.

Envelhecer compreende dois processos: Um é a senescência, que é inevitável, gradual, com mudanças físicas, fisiológicas e cognitivas. O outro é a senilidade, que é o envelhecimento mais acelerado, patológico, resultante de doenças, abusos, afastamento das atividades sociais, cognitivas e físicas. É neste segundo processo que a Geriatria e a Gerontologia realmente atuam e modificam o presente e o futuro do indivíduo.

A Organização Mundial de Saúde define a qualidade de vida na terceira idade como a manutenção da saúde em seu melhor nível possível, em todos os aspectos (físico, emocional, social e espiritual). Podemos dizer que este conceito também é subjetivo e ligado à autoestima e bem-estar pessoal. Estudos com idosos apontaram que o bom relacionamento familiar e com amigos; a participação em grupos sociais, clubes, faculdades da terceira idade; saúde e hábitos saudáveis; condição financeira estável; trabalho remunerado ou voluntário e espiritualidade estão entre os conceitos de qualidade de vida neste grupo etário.

Para tanto, há necessidade de participação do idoso e de seus familiares, da equipe multidisciplinar (médico, fisioterapeuta, nutricionista, odontólogo, terapeuta ocupacional, educador físico, psicólogo, etc.) e do próprio governo; que devem diagnosticar, priorizar e tratar problemas que estejam impedindo este indivíduo de atingir a qualidade de vida. Doenças cardiovasculares e osteoarticulares, neoplasias, depressão, demência, hipertensão arterial, diabetes, sedentarismo, uso de fumo e/ou álcool precisam ser tratados ou bem controlados para alcance do bem-estar.

A Geriatria, a Gerontologia e outras áreas de conhecimento vêm avançando tanto em medicamentos (antidepressivos com menos efeitos colaterais, analgésicos, liberadores de “hormônios cerebrais” para tratamento da demência de Alzheimer, dentre outros), quanto em métodos não medicamentosos (como Reeducação Postural Global – RPG, pilates, dança, hidroginástica, musculação dirigida para idosos, dieta balanceada e reposição de nutrientes, Universidade Aberta à Terceira Idade – UnATI, etc.), resultando em medidas preventivas e terapêuticas com impacto positivo na qualidade de vida.

Como disse sabiamente a Madre Teresa de Calcutá: “Enquanto estiver vivo, sinta-se vivo… faça com que, em vez de pena, tenham respeito por você. Quando não conseguir correr, caminhe. Quando não conseguir caminhar, use uma bengala. Mas nunca se detenha!“.

* Médica geriatra, especialista pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), atua em consultório no Centro Médico Hospital Português e como plantonista da UTI do Hospital Português.