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Endometriose e o risco de infertilidade feminina — Hospital Português da Bahia

24 de janeiro de 2012

Endometriose e o risco de infertilidade feminina

24 January 2012

Endometriose e o risco de infertilidade femininaDoença benigna de evolução crônica, a endometriose é caracterizada pelo surgimento de tecido endometrial (revestimento interno do útero) na musculatura uterina ou em áreas externas como ovário, trompa, peritônio, septo retovaginal, ureter, bexiga e intestino. Cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva possuem a enfermidade e estima-se que até 50% desse público seja infértil. Os principais sintomas são dor pélvica crônica, cólica menstrual, infertilidade, dor durante a relação sexual, sangramentos e dor ao urinar ou evacuar, além de distúrbios emocionais que podem comprometer a qualidade de vida, embora a intensidade dessas reações possa variar em cada mulher. “A origem da endometriose ainda é fonte dúvidas, mas as pesquisas sugerem que o problema decorra do fluxo menstrual retrogrado (quando uma pequena quantidade de sangue sai pelas trompas) e da alteração no sistema imunológico. Outra hipótese é a disseminação de células endometriais na corrente sanguínea”, explica Dr. Allan Silva, mestre em Medicina e Saúde e médico ginecologista obstetra da Maternidade Santamaria. A boa notícia é que a doença tem tratamento capaz de devolver o bem-estar e as chances de maternidade.

O especialista informa que o diagnóstico é feito com base nos sintomas clínicos da paciente e nos resultados de avaliação ginecológica e exames de imagem como ultrassonografia endovaginal e ressonância magnética. A vídeo-laparoscopia é outro recurso tido como essencial para o diagnóstico e tratamento da doença. “Na cirurgia por vídeo-laparoscopia pequenas incisões permitem visualizar e tratar de forma efetiva a enfermidade com o mínimo de traumatismo para a cavidade pélvica, aspecto importante para não agravar a infertilidade”. O médico ressalta ainda que o trabalho de equipe multidisciplinar, envolvendo ginecologista, cirurgião geral, urologista, proctologista, médicos que trabalham com dor e fisioterapia é fator imprescindível ao sucesso terapêutico. No Hospital Português, os recursos oferecidos pelo Serviço de Bioimagem, Centro de Urologia, Centros Cirúrgicos, Centro Médico, Serviços de Apoio como o Departamento de Fisioterapia, integram a infraestrutura assistencial e tecnológica para a realização desses procedimentos.
 
O tratamento varia de acordo com o quadro clínico da mulher. Pode ser feito com analgésicos anti-inflamatórios não esteroides, contraceptivos orais combinados, progesterona, agonistas da GnRH (medicamento que inibe a ação dos hormônios naturais femininos)  ou ainda com inibidores da aromatase (fármaco bloqueador da enzima aromatase usado na prevenção do câncer de mama e que agora é apontado por estudos como eficiente no tratamento da endometriose). “Para as pacientes que não melhoram com esses tratamentos ou que desejam engravidar há ainda o tratamento cirúrgico com ressecção ou ablação dos implantes endometriais. Ambos proporcionam resultados compensadores e melhoria significativa na fecundidade”, diz, observando que a fertilização assistida (in vitro) é hoje o recurso mais eficaz em mulheres com infertilidade decorrente de endometriose.

Mulheres que não respondem positivamente a nenhum dos tratamentos disponíveis, mas já possuem filho, podem recorrer à cirurgia definitiva (histerectomia com ou sem retirada de um ou ambos os ovários) – que consiste na última alternativa de terapia, por ser radical.