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Maternidade Santamaria aplica técnica cirúrgica inédita em Salvador — Hospital Português da Bahia

11 de fevereiro de 2012

Maternidade Santamaria aplica técnica cirúrgica inédita em Salvador

11 February 2012

Maternidade Santamaria aplica técnica cirúrgica inédita em SalvadorNos últimos doze meses as equipes médicas da Maternidade Santamaria e do Hospital Português realizaram duas cirurgias de alta complexidade em gestantes com diagnóstico de placenta prévia percreta – doença caracterizada pela implantação anômala da placenta, que sai dos limites normais de implantação na cavidade uterina invadindo a musculatura deste órgão. Os procedimentos foram realizados com sucesso graças ao desenvolvimento pioneiro em Salvador de uma técnica cirúrgica específica para o tratamento da anomalia. De acordo com o coordenador médico da Maternidade Santamaria, Dr. Leomar Lyrio “a placenta prévia percreta geralmente evolui para um quadro hemorrágico dos mais graves, oferecendo risco de morte para o binômio mãe/filho”.

Por vezes comum, o problema pode ocorrer em gestantes de qualquer faixa etária, tendo maior incidência entre mulheres com histórico de malformações uterinas, tumores uterinos e gravidez após cesariana recente. O diagnóstico é feito a partir de sinais clínicos apresentados pela gestante e confirmado por meio de exames radiológicos como a ultrassonografia e a ressonância nuclear magnética no acompanhamento pré-natal. Devido ao alto risco para o desenvolvimento da gestação e consequentemente sobrevida do binômio mãe/filho, a patologia motivou os estudos feitos pelo corpo clínico da Maternidade Santamaria do Hospital Português, que culminaram na implantação do método inédito na capital baiana.

A aplicação da técnica é precedida da passagem provisória de cateteres nas artérias ilíacas, que permitem constatar a viabilidade cirúrgica. “O método consiste na interrupção controlada do fluxo sanguíneo para o útero, a partir do momento do clampeamento (corte) do cordão umbilical, através da oclusão temporária das artérias que nutrem a região pélvica. A diminuição do fluxo sanguíneo e, consequentemente, do sangramento nesta área, permitem a identificação e retirada do tecido placentário anomalamente implantado”, explica o cirurgião obstetra. Ele observa ainda que, em alguns casos, para a conclusão do procedimento cirúrgico poderá ser realizada a histerectomia subtotal sem sequelas para a paciente e o recém-nascido. Aspecto que ratifica a eficiência e segurança da técnica.

Segundo o especialista, a duração deste procedimento depende de cada caso isoladamente. Em razão da alta complexidade, diversos setores da Maternidade Santamaria e do Hospital Português foram envolvidos nas duas operações realizadas, como: Serviço de Radiologia e Hemodinâmica, Anestesia, Centro Obstétrico, Banco de Sangue, Laboratório de Análise Clínica, UTI Gastro Hepática e Farmácia. “A infraestrutura do Hospital Português preparada para cirurgias de alta complexidade e o entrosamento de todas as equipes envolvidas, foram essenciais para a obtenção de resultados de sucesso, preservando a segurança da paciente e do bebê”, destaca o coordenador médico.