Cirurgia Neonatal Inédita — Hospital Português da Bahia
18 de março de 2012
Cirurgia Neonatal Inédita
18 March 2012
Portadora de hérnia diafragmática congênita grave – doença rara, que acomete um a cada 4.500 fetos – a pequena K.V. chegou ao mundo aos sete meses e meio, através de parto cesariano realizado na Maternidade Santamaria, em 23 de janeiro de 2012. É a primeira vez que nasce um bebê portador dessa patologia na Bahia após receber a assistência necessária ainda no útero materno. O evento projeta o Estado entre as poucas regiões do país preparadas para tratar a enfermidade. A má formação congênita foi diagnosticada por ultrassonografia morfológica no quinto mês de gestação, durante o pré-natal. Constatada a gravidade, a genitora foi submetida a uma cirurgia endoscópica intrauterina (fetoscopia) também inédita na Bahia, visando aumentar as chances de sobrevida do bebê. O procedimento foi feito na unidade de saúde pública Albert Sabin, mas, devido à alta complexidade cirúrgica, a Maternidade Santamaria do Hospital Português foi escolhida como o local atualmente mais estruturado para realizar o parto.
Uma equipe multidisciplinar formada por anestesistas, neonatologistas, obstetras e enfermeiros atuou na cesariana, sob a orientação do coordenador médico da Maternidade Santamaria, Dr. Leomar Lyrio. O procedimento também contou com a participação de dois médicos convidados: Dr. Fábio Peralta, especialista em medicina fetal e cirurgia fetal endoscópica e professor da Universidade de Campinas (UNICAMP), que veio a Salvador especialmente para a cirurgia, e Dr. Sérgio Matos, ultrassonografista responsável pelo acompanhamento pré-natal da gestante de 19 anos. “As crianças diagnosticadas com essa patologia raramente sobrevivem, se não existir todo o aparato necessário ao tratamento cirúrgico”, destaca Peralta.
Para fazer o parto, primeiramente, os médicos tiveram que empregar um recurso desenvolvido na Bélgica e conhecido como EXIT (Tratamento Extra-útero Intraparto), no qual o recém-nascido fica parcialmente fora do abdômen materno. Através dessa técnica, os especialistas puderam remover o micro balão de látex que havia sido implantado na traqueia do feto, no sexto mês de gestação, a fim de permitir o desenvolvimento das funções respiratórias do bebê – uma vez que a hérnia diafragmática empurra os órgãos e limita a atividade pulmonar. As duas cirurgias (retirada do acessório e parto cesariano) tiveram duração total de duas horas e foram consideras um sucesso pelos cirurgiões.
A mãe teve alta hospitalar após cerca de 72 horas, enquanto o bebê continuou recebendo toda a assistência necessária até a realização do terceiro e último procedimento cirúrgico, que foi realizado também com sucesso em 26 de janeiro, devendo sanar a doença de forma definitiva. De acordo com os especialistas, a recém-nascida segue internada na UTI Neonatal da Maternidade Santamaria onde se recupera bem. A alta médica ocorrerá de acordo com a evolução do estado clínico do recém-nascido.
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