Insuficiência renal crônica pode ser prevenida — Hospital Português da Bahia

Atualmente, 92.091 brasileiros convivem com a insuficiência renal crônica, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia – SBN. Estima-se que grande parte desse público desenvolveu o problema pela falta de controle da hipertensão arterial e do diabetes melitus – patologias que podem passar anos sem apresentar sintomas e muito frequentes entre os brasileiros. “As pessoas não sabem que a hipertensão arterial e o diabetes, quando descontrolados por anos, evoluem para um quadro de doença renal crônica. Nesse estágio a capacidade renal é inferior a 10% e o tratamento é bastante complexo, envolvendo uso sistemático de medicações, seções de hemodiálise, diálise peritoneal e, em situações específicas, o transplante de rim”, observa Dra. Margarida Dutra, líder do Serviço de Nefrologia do Hospital Português, instituição pioneira no tratamento da doença renal na Bahia. A especialista informa que o progresso da doença é muito particular, podendo ocorrer em décadas ou em poucos anos, de acordo com o tipo de agressão sofrida pelo rim. O diagnóstico pode ser obtido de forma simples, através da realização de exames laboratoriais de rotina, como o de sangue e o sumário de urina, que mostram com clareza os indicadores do funcionamento renal.

“Ao observar esses exames, o médico avalia os níveis de creatinina e pode constatar se o rim está cumprindo bem o papel de limpar as impurezas do sangue. Altas taxas dessa substância são indício de atividade renal diminuída”, explica a nefrologista, destacando que quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores são as chances de sucesso no tratamento.

Antes de se tornar crônica, a doença renal passa por quatro fases: lesão renal, lesão renal leve, lesão renal moderada e lesão renal avançada. Até o quarto nível, o tratamento é feito com uso de medicações e emprego de dieta com baixa proteína. No estágio de falência renal, a terapia é feita com a ajuda de máquinas que substituem o rim na função de filtrar o sangue. Hoje, 118 pacientes fazem hemodiálise na Nefrologia do Hospital Português. O Serviço, totalmente reestruturado, funciona em instalações modernas e planejadas conforme os requisitos do Ministério da Saúde, para o maior conforto dos pacientes. Dispondo de dois consultórios médicos, 24 leitos e 30 equipamentos de última geração, o setor realiza cerca de 1.600 seções de diálise mensalmente, nos três turnos (das 7h às 21h, com média de quatro horas cada seção, três vezes por semana). A assistência conta com o suporte de profissionais altamente qualificados em diversas especialidades clínicas, incluindo 10 médicos nefrologistas, quatro enfermeiras, 32 técnicos de enfermagem, um psicólogo e uma assistente social (que, entre outras atividades, desenvolve trabalhos lúdicos com música e artes plásticas durante a terapia, especialmente em datas comemorativas, visando suavizar o tratamento). Além dos pacientes com insuficiência renal crônica, a equipe também assiste aos pacientes internados na UTI com doença renal aguda.

Para evitar a perda parcial ou total da função dos rins (processo lento, progressivo e irreversível, no qual a única chance de cura é o transplante), Dra. Margarida chama a atenção para os principais fatores de risco da doença: hipertensão arterial; diabetes; alta presença de cálculo nos rins, associada à infecção urinária; uso indiscriminado de analgésicos, antiinflamatórios; histórico familiar de insuficiência renal; idade superior a 60 anos; inflamação dos rins e predisposição genética. A especialista leva mais esclarecimentos à população sobre as formas de prevenção da doença na palestra educativa, realizada no Dia Mundial do Rim (08 de março), às 16h, no auditório Adélia Carvalho, localizado no mezanino do Centro Médico Hospital Português. O evento aberto ao público é uma iniciativa da Assessoria de Marketing e Comunicação da instituição filantrópica.