Saúde da Mulher: Prevenção ao câncer de colo do útero — Hospital Português da Bahia
2 de março de 2012
Saúde da Mulher: Prevenção ao câncer de colo do útero
02 March 2012
Mais de 17 mil brasileiras devem desenvolver câncer do colo do útero, em 2012, segundo estimativa recente do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Na Bahia, são esperados cerca de 1.500 novos casos da doença, que em 2009 vitimou fatalmente mais de cinco mil mulheres. Como o problema pode levar muitos anos para evoluir, o maior aliado na prevenção é o exame periódico de citologia oncótica – mais conhecido como preventivo ginecológico ou Papanicolau. “A citologia é uma avaliação que deve ser feita desde o início da vida sexual da mulher, até os 65 anos (fase em que a incidência desse tipo de afecção é mínima). Nos primeiros três anos, o exame deve ser anual; depois, em caso de resultado negativo, pode ser feito a cada três anos”, explica Dr. Gabriel Bittencourt Correia, ex-presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia da Bahia e médico ginecologista da Maternidade Santamaria do Hospital Português.
O especialista informa que o Papanicolau é a forma mais segura de prevenir o câncer de colo do útero, evitando quase 100% dos casos. Na avaliação clínica da paciente, o médico realiza a coleta de células do colo uterino para o exame microscópico em laboratório. Havendo alguma alteração no resultado do preventivo ginecológico, o médico pode complementar a avaliação através do exame de colposcopia. Esse método permite identificar lesões do colo do útero, que na maioria das vezes não são malignas, mas que podem evoluir. De posse do resultado, o especialista pode dar o diagnostico. O tratamento das lesões também pode requerer o emprego do Método Excisional, que consiste na retirada de toda a área lesionada com cirurgia de alta frequência (CAF) e posterior estudo desse tecido no laboratório. “Caso essas lesões não sejam descobertas e tratadas a tempo podem evoluir para um câncer no útero”, alerta o ginecologista, lembrando que a análise tecidual pode ser feita no Laboratório de Anatomia Patológica do Hospital Português sob a coordenação de profissionais altamente qualificados. A instituição também oferece a possibilidade de tratamento do câncer de colo do útero por videolaparoscopia, principalmente nos estágios iniciais. Além de seguro, esse procedimento minimamente invasivo permite mais conforto no pós-operatório e uma recuperação rápida.
De acordo com o especialista, o principal agente causador da doença é o Papiloma Vírus Humano (HPV), sobretudo os tipos 16 e 18, seguidos dos tipos 31 e 45. Todos são contraídos quase sempre por relações sexuais sem uso do preservativo. Existem pelo menos 30 diferentes tipos de vírus HPV relacionados à incidência de câncer de colo do útero. A vacinação constitui uma forma complementar de prevenção, oferecendo proteção de até 80%. A imunização pode ser feita ainda na infância (por meninas e meninos acima de nove anos) ou na fase adulta (tendo eficácia também para mulheres na quarta década de vida). Contudo, a vacinação não exclui a necessidade de realizar o exame preventivo com um especialista. “A maioria das mulheres com vida sexual ativa já entrou em contato com o HPV. Ainda assim, elas podem recorrer à vacinação para se imunizar”, diz. Entre os fatores de risco que elevam as chances de surgimento do câncer de colo do útero, ele destaca: ter múltiplos parceiros sexuais, iniciar precocemente a vida sexual, possuir o hábito de fumar (responsável pela diminuição da imunidade), alguns tipos de infecções, possuir doenças autoimunes, fazer tratamentos com base em imunossupressores, ser portador de HIV ou um paciente transplantado.
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