Palavra do Especialista — Hospital Português da Bahia
7 de maio de 2012
Palavra do Especialista
07 May 2012
Embora o cigarro seja uma causa de morte evitável, 200 mil pessoas morrem por ano no Brasil em decorrência de doenças associadas ao fumo, segundo o Instituto Nacional de Câncer – INCA. Na lista com centenas de patologias destacam-se os cânceres diversos e a doença pulmonar obstrutiva crônica. Para Dr. Antônio Dórea, médico pneumologista do Serviço de Broncoscopia do Hospital Português (instituição que acaba de lançar campanha interna antifumo), as ações educativas têm favorecido a mudança de comportamento. Hoje, a Bahia é o terceiro Estado do país com redução do número de fumantes. Em entrevista, o especialista explica porque é tão difícil abandonar o hábito e os benefícios conquistados por quem vence esta luta.
O tabaco “Representa uma causa potente de dependência química, com vinculação semelhante a outros tipos de drogas. Todas as suas variações são nocivas à saúde: por inalação (cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha), aspiração (rapé) e mastigação (fumo-de-rolo). Geralmente, atua como um compensador da ansiedade, da solidão, do medo, do estresse, sendo um meio de escape e busca pelo prazer”.
A dependência “A nicotina, substância psicoativa presente em todos os tipos de tabaco, é a responsável pela dependência. Ela atua no sistema nervoso central, causando uma falsa sensação de prazer. No caso do cigarro, há ainda de quatro a seis mil componentes tóxicos. Esses agentes químicos entram na corrente sanguínea e atingem o cérebro em segundos, afetando o sistema nervoso central. À medida que o hábito é estabelecido, cria-se uma relação de dependência com o fumo. Esse processo é muito particular. Há pessoas que possuem predisposição genética e se tornam dependentes em muito pouco tempo. A vinculação ao tabaco é diretamente proporcional ao número de cigarros fumados e à duração do hábito (semanas, meses ou anos). Quanto mais se fuma, mais vontade se tem de fumar”.
Fumante passivo “O fumante involuntário sofre os mesmos danos à saúde. Ao inalar a fumaça tóxica, ele também absorve os milhares de componentes tóxicos do fumo, tendo inclusive o mesmo risco de desenvolver dependência. Crianças que convivem com fumantes possuem chance potencial de se tornarem dependentes”.
Doenças relacionadas “As chances de um fumante desenvolver câncer de pulmão são 90% maiores que um não fumante. Outros problemas potenciais são AVC, infarto (IAM), Alzheimer, envelhecimento precoce, deformidades congênitas, aborto espontâneo, agravamento de doenças crônicas (hipertensão, diabetes), esclerose precoce, impotência sexual nos homens, etc. Os males do cigarro seguem em longo prazo. Mesmo após 10 a 20 anos de abandono do fumo a pessoa ainda está suscetível a ter doenças relacionadas”.
Abandono do cigarro “O combate à ação da nicotina requer tratamento especializado e multidisciplinar (com médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais). Isso porque alguns pacientes que decidem parar de fumar já apresentam doenças associadas. O tratamento pode ser individualizado ou coletivo. Em muitos casos, mesmo querendo deixar o hábito, o paciente necessita de ajuda. Somente 3% conseguem largar o fumo de forma radical, sem o uso de medicações. Apesar de difícil, o abandono é possível. A decisão tem que partir do paciente. O primeiro passo é ter consciência dos males causados à saúde. Só assim o tratamento tem chances efetivas de sucesso. A equipe médica vai acompanhar o paciente, prevenindo efeitos colaterais das medicações e prestando o apoio psicológico e emocional”.
Benefícios “Os benefícios à saúde de quem deixa de fumar são inúmeros: conquista de maior condicionamento físico e cardiorrespiratório, sono melhor, recuperação do olfato e do paladar, elevação da qualidade de vida. À medida que aumenta o tempo de abstinência do fumo a saúde tende a melhorar, afastando o indivíduo da faixa de risco de doenças”.
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