Doenças urológicas em mulheres — Hospital Português da Bahia
1 de outubro de 2012
Doenças urológicas em mulheres
01 October 2012
Não raramente, atendo homens admirados ao perceberem na recepção do consultório urológico algumas mulheres que aguardam por atendimento. Frases como “o senhor atende mulheres?” ou “o senhor também é ginecologista?” são muito comuns. De fato, muitas pessoas nem desconfiam que o urologista também atende mulheres, e que estas representam aproximadamente 30% das nossas consultas. O urologista é responsável por tratar doenças genitais masculinas (principalmente patologias da próstata, dos testículos, bolsa escrotal e pênis), mas também pelo tratamento de doenças do trato urinário em homens e mulheres (como as patologias dos rins, ureter, bexiga e uretra). Todo médico especializado em Urologia encontra-se apto para atender tanto homens como mulheres, desde crianças até idosos. Alguns dão mais ênfase à urologia feminina. Com o aumento da longevidade dos brasileiros, cada vez mais mulheres irão ao consultório do urologista, pois na menopausa, quase metade desse público têm problemas na bexiga.
Muitas doenças urológicas acometem as mulheres, mas a infecção urinária (cistite) é de longe, a mais comum, inclusive sendo mais frequente em mulheres do que em homens. As cistites causadas por bactérias da flora intestinal estão presentes preferencialmente em mulheres com atividade sexual, prisão de ventre, menopausa e cálculo do trato urinário (pedras nos rins), embora qualquer mulher, em qualquer faixa etária, possa ter infecção urinária. Algumas desenvolvem cistite de repetição, isto é, mais de três episódios de cistites no intervalo de um ano. Nesses casos, o tratamento consiste no uso de antibióticos, além de orientação miccional (urinar em intervalos regulares e em situações específicas), emprego de vacinas, profilaxia antibiótica e cranberry na forma de sucos ou tabletes.
O cálculo urinário está presente nas mulheres quase na mesma proporção dos homens, tendo relação com fatores hereditários e baixa ingesta de líquidos associada a uma dieta rica em proteínas. A maioria desses cálculos é eliminada espontaneamente. Os persistentes podem ser tratados por aplicação de ondas de choque, cirurgia a laser ou, mais raramente, por cirurgia convencional. Outra doença presente em aproximadamente 30% das mulheres acima dos 50 anos é a incontinência urinária de esforço (perda involuntária de urina associada ao esforço, espirro ou tosse). Algumas causas dessa patologia são: gestação com parto vaginal, obesidade e envelhecimento. A forma mais efetiva de tratamento é o cirúrgico, com colocação de telas vaginais ao redor da uretra.
Além destas, várias outras doenças femininas devem ser tratadas pelo urologista. Hiperatividade da bexiga (vontade repentina de urinar); divertículo de uretra (espécie de bolsa na uretra que pode infectar); fistula vesico-vaginal (que provoca perda constante de urina pela vagina); tumores dos rins, da bexiga, do ureter e da uretra. Algumas patologias inclusive são assintomáticas. A visita com regularidade ao especialista é essencial, sobretudo, no caso da prevenção do câncer e do cálculo do trato urinário. Agora que você já sabe, seja homem ou mulher, tenha o urologista como um aliado da sua saúde.
* Médico urologista com mestrado na especialidade pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia e líder do Serviço de Urologia do Hospital Português. Atende no Centro Médico HP.
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