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Câncer de Mama — Hospital Português da Bahia

15 de fevereiro de 2013

Câncer de Mama

15 February 2013

Câncer de MamaDados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelam que, em 2012, foram esperados 52.680 novos casos de câncer de mama no Brasil, com um risco estimado de 52 ocorrências a cada 100 mil mulheres. Na Bahia, a expectativa foi de 2.110 novos casos, com risco estimado de 27 a cada 100 mil mulheres. Os números não animam muito, mas não fogem às estatísticas, que apontam o câncer de mama como o segundo tipo mais frequente no mundo entre pessoas do sexo feminino. As taxas de mortalidade continuam elevadas no país, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. Nesta entrevista, o cirurgião oncológico e membro do Serviço de Mastologia do HP, Dr. César Augusto Machado, fala sobre a importância de se realizar exames preventivos periodicamente, e as formas de evolução da medicina no que diz respeito ao tratamento e cura da doença. Confira!

1-O que o senhor recomenda para prevenir a doença? A primeira recomendação é a adoção de medidas primárias, que diminuem o risco de aparecer a doença, como amamentar os filhos, manter uma alimentação saudável, praticar atividade física aeróbica regular, controlar o estresse, evitar a obesidade, ter um bom padrão de sono, não usar cigarro e bebidas alcoólicas, evitar reposição hormonal indiscriminadamente, entre outras. A prevenção secundária consiste em medidas que não evitam o aparecimento da doença, porém permitem a cura completa, como o rastreamento mamário, que deve ser feito com mamografia e, às vezes, complementado com ultrassonografia e ressonância magnética das mamas. Toda mulher, após 40 anos, deve realizar o exame preventivo anualmente, mesmo que não esteja sentindo nada e nem tenha histórico na família, até porque somente de 5% a 10% dos casos têm essa relação.

2-O autoexame das mamas ainda é considerado fundamental? A mamografia detecta um câncer até um ano antes que ele seja palpado, ou por um médico ou pela paciente no autoexame. Por isso, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e o Ministério da Saúde (MS) não consideram mais o autoexame como principal método de rastreamento, e sim a mamografia. O autoexame ainda tem importância naquelas mulheres com dificuldade de acesso à mamografia, e em todas elas é recomendado nos intervalos entre os exames. Ele deve ser feito de 5 a 7 dias após a menstruação ou na mulher pós menopausa numa data fixa, mensalmente, durante o banho e deitada após este, deve-se colocar um braço para cima e com o outro apalpar a mama contralateral.

3- Os homens também podem ter câncer de mama? Sim, mas em uma frequência muito menor. São, aproximadamente, 50 casos femininos para um masculino.

4- Quais os principais avanços e novidades no tratamento do câncer de mama? Um avanço é a melhoria na identificação das características do tumor, através da mamografia digital e ressonância nuclear magnética das mamas, imunohistoquímica e testes genéticos. Isso permite cirurgias mais precisas e econômicas, com menos sofrimento para a paciente, além de podermos escolher qual medicação este câncer é mais susceptível. A segunda evolução está na efetividade do tratamento, pelo surgimento de novas drogas e tipos de quimioterapia. Atualmente, um câncer de mama diagnosticado precocemente tem mais de 95% de chances de cura.

5-Há meios de “fugir” da cirurgia e ficar totalmente curada? Não. O tratamento sistêmico, como a quimioterapia, evoluiu muito nos últimos anos, porém a cirurgia ainda se faz necessária para a cura. A cirurgia para o câncer de mama tem evoluído também. Além de uma grande diminuição do número de mastectomias (mutilação da mama), elas têm assegurado um melhor efeito estético e reconstruções plásticas mais bonitas e precoces.

Câncer de Mama

Cancer Mama 01

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