Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelam que, em 2012, foram esperados 52.680 novos casos de câncer de mama no Brasil, com um risco estimado de 52 ocorrências a cada 100 mil mulheres. Na Bahia, a expectativa foi de 2.110 novos casos, com risco estimado de 27 a cada 100 mil mulheres. Os números não animam muito, mas não fogem às estatísticas, que apontam o câncer de mama como o segundo tipo mais frequente no mundo entre pessoas do sexo feminino. As taxas de mortalidade continuam elevadas no país, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. Nesta entrevista, o cirurgião oncológico e membro do Serviço de Mastologia do HP, Dr. César Augusto Machado, fala sobre a importância de se realizar exames preventivos periodicamente, e as formas de evolução da medicina no que diz respeito ao tratamento e cura da doença. Confira!
1-O que o senhor recomenda para prevenir a doença? A primeira recomendação é a adoção de medidas primárias, que diminuem o risco de aparecer a doença, como amamentar os filhos, manter uma alimentação saudável, praticar atividade física aeróbica regular, controlar o estresse, evitar a obesidade, ter um bom padrão de sono, não usar cigarro e bebidas alcoólicas, evitar reposição hormonal indiscriminadamente, entre outras. A prevenção secundária consiste em medidas que não evitam o aparecimento da doença, porém permitem a cura completa, como o rastreamento mamário, que deve ser feito com mamografia e, às vezes, complementado com ultrassonografia e ressonância magnética das mamas. Toda mulher, após 40 anos, deve realizar o exame preventivo anualmente, mesmo que não esteja sentindo nada e nem tenha histórico na família, até porque somente de 5% a 10% dos casos têm essa relação.
2-O autoexame das mamas ainda é considerado fundamental? A mamografia detecta um câncer até um ano antes que ele seja palpado, ou por um médico ou pela paciente no autoexame. Por isso, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e o Ministério da Saúde (MS) não consideram mais o autoexame como principal método de rastreamento, e sim a mamografia. O autoexame ainda tem importância naquelas mulheres com dificuldade de acesso à mamografia, e em todas elas é recomendado nos intervalos entre os exames. Ele deve ser feito de 5 a 7 dias após a menstruação ou na mulher pós menopausa numa data fixa, mensalmente, durante o banho e deitada após este, deve-se colocar um braço para cima e com o outro apalpar a mama contralateral.
3- Os homens também podem ter câncer de mama? Sim, mas em uma frequência muito menor. São, aproximadamente, 50 casos femininos para um masculino.
4- Quais os principais avanços e novidades no tratamento do câncer de mama? Um avanço é a melhoria na identificação das características do tumor, através da mamografia digital e ressonância nuclear magnética das mamas, imunohistoquímica e testes genéticos. Isso permite cirurgias mais precisas e econômicas, com menos sofrimento para a paciente, além de podermos escolher qual medicação este câncer é mais susceptível. A segunda evolução está na efetividade do tratamento, pelo surgimento de novas drogas e tipos de quimioterapia. Atualmente, um câncer de mama diagnosticado precocemente tem mais de 95% de chances de cura.
5-Há meios de “fugir” da cirurgia e ficar totalmente curada? Não. O tratamento sistêmico, como a quimioterapia, evoluiu muito nos últimos anos, porém a cirurgia ainda se faz necessária para a cura. A cirurgia para o câncer de mama tem evoluído também. Além de uma grande diminuição do número de mastectomias (mutilação da mama), elas têm assegurado um melhor efeito estético e reconstruções plásticas mais bonitas e precoces.
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