Notícias Fique por dentro das novidades

Sem pedras nos rins, e sem cicatriz — Hospital Português da Bahia

20 de maio de 2013

Sem pedras nos rins, e sem cicatriz

20 May 2013

Cerca de 8% das mulheres e 15% dos homens devem apresentar cálculo renal em algum momento da vida, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Para a maioria desse público, a eliminação da pedra dos rins vai ocorrer de forma espontânea e somente cerca de 10% a 20% dos casos devem requerer tratamento específico para a extração. A escolha do método mais adequado é determinada pela localização da pedra, pelo seu tamanho e ainda pelo quadro clínico do paciente. Uma das técnicas menos invasivas de tratamento é a Litotripsia Extracorpórea. Para fragmentar o cálculo renal este método não cirúrgico emprega equipamentos modernos, que podem utilizar como fonte de energia o laser, ondas de choque eletromagnéticas ou eletrohidráulicas. Por oferecer baixa complexidade e alta eficácia é considerado uma das melhores formas de tratamento do cálculo urinário. “Normalmente, a terapia não requer internamento hospitalar, apresenta baixo índice de complicações e alcança sucesso em aproximadamente 80% dos casos, quando corretamente indicada e aplicada por uma equipe experiente”, informa o médico líder dos Serviços de Litotripsia e Urologia do Hospital Português, Dr. Maurício Fucs.  
O especialista explica que, de um modo geral, a técnica é mais indicada para tratar cálculos de baixa densidade revelada pela tomografia computadorizada, cujos tamanhos variam entre 0,5 e 2,0 centímetros, e que estão localizados no rim ou no ureter (canal que leva a urina do rim à bexiga). Isto porque quando os cristais são mais moles e menores, o tratamento consegue fragmentá-los mais facilmente, permitindo que atinjam tamanho suficientemente pequeno para serem eliminados naturalmente, pela urina. Adultos e crianças podem realizar o procedimento, quando bem avaliados por um especialista. “Existem algumas contraindicações como coagulopatias, gravidez, hipertensão arterial sistêmica não controlada e infecção urinária não tratada. Pacientes que utilizam marcapasso devem passar por uma avaliação cardiológica prévia, e requerem cuidados específicos. Já os portadores de obesidade podem esbarrar nas limitações técnicas do aparelho”, observa.  
Acompanhando a evolução da técnica nas últimas décadas, o Serviço de Litotripsia do HP disponibiliza o moderno aparelho alemão Dornier Compact Sigma para o tratamento de pacientes de convênios, do SUS e particulares. A tecnologia de última geração possui alta performance na emissão de ondas eletromagnéticas para quebra da pedra renal. As ondas mecânicas são emitidas por uma fonte de energia à distância, que se propaga em meio líquido, atingindo o cálculo. Durante a terapia, o paciente permanece sedado (para evitar movimentação ou desconforto) e deitado em uma mesa acoplada ao equipamento. Através de monitores, o médico visualiza as imagens geradas por ultrassonografia ou radioscopia, localiza a pedra e ativa a emissão de ondas de choque eletromagnéticas na área de foco. De acordo com a condição do paciente, podem ser necessárias mais de uma sessão terapêutica para a quebra do cálculo. “O procedimento demora em média 45 minutos e, normalmente, é realizado com sedação do paciente, o que o torna indolor”.
Nos primeiros dias depois de concluído o tratamento, o urologista informa que é muito comum a presença de pequena quantidade de sangue na urina (hematúria) e, embora sejam raras, podem ocorrer complicações como hematoma perirrenal (presença de sangue no exterior do rim) e hematúria importante. O acompanhamento após a terapia avalia essas reações e decorridas cerca de duas semanas devem ser repetidos os exames de imagem, para constatar se o cálculo foi expelido na urina ou se não houve fragmentação. Nesse caso, o procedimento deve ser repetido. “Depois do tratamento o paciente deve permanecer bem hidratado. Caso sinta dor lombar importante, dificuldade para urinar ou febre, deve procurar o seu médico”, orienta.
Fatores de risco 
O cálculo renal é causado por um defeito metabólico que leva à produção de cristais nos rins. Na maior parte dos casos, o problema não apresenta qualquer sintoma. As chances de incidência são maiores em pessoas que já tiveram a disfunção. Vários fatores de risco favorecem o seu surgimento: propensão genética, aumento rápido de peso, obesidade, hipertensão, gota, diabetes, sedentarismo e, sobretudo, baixa ingestão de água associada ao consumo elevado de alimentos ricos em cálcio e ácido úrico. De acordo com a SBU a composição da urina está diretamente ligada aos hábitos alimentares. Assim, a prevenção do cálculo renal requer adoção de uma dieta saudável, ingestão diária de 2 a 3 litros de água, além de prática regular de atividade física.