Entrevista: Dr. Mário de Seixas Rocha, Gerente Técnico do HP
06 August 2013
Com quase três décadas de exercício da medicina e uma relação de 17 anos com o Hospital Português, Dr. Mário de Seixas Rocha assumiu a posição de Gerente Técnico da Instituição filantrópica, a partir de julho de 2013. Doutor em Medicina e Saúde Humana pela Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública, com vasta atuação nas áreas de Clínica Médica e Cardiologia, o especialista divide agora a função de coordenador da Unidade Coronariana (UCO) do HP com a chefia da Gerência Técnica. Atual presidente da Comissão de Revisão de Prontuário do HP e membro da Comissão de Qualidade e Segurança do filantrópico, ele revela nesta entrevista como a experiência acumulada na área assistencial vai auxiliá-lo na busca de soluções para os eventos cotidianos intrínsecos ao ambiente hospitalar.
1. Qual é a sua expectativa para a Gerência Técnica?
Nos últimos anos os hospitais têm experimentado uma multiplicidade de demandas, especialidades médicas e sofisticação tecnológica, que não foram acompanhadas na mesma dimensão pelo desenvolvimento da capacitação humana. Boa parte das instituições tem um modelo de gestão desenvolvido de modo formal e tradicional, que influencia diretamente a liderança executiva. Esperamos influenciar a realidade do Hospital de forma positiva, favorecendo o trabalho em equipe, com intenso envolvimento interpessoal, e o equilíbrio entre as metas relacionadas à autossustentabilidade e interesses dos nossos pacientes, para construir um ambiente organizacional satisfatório.
2. Que estratégia a Gerência Técnica deve adotar para consolidar a cultura do Hospital?
A cultura institucional é um elemento importante, que permite manter a integridade interna e as capacidades de adaptação, sobrevivência e crescimento em situações adversas. Contudo, pode funcionar tanto como um empecilho quanto como um impulsionador do aumento da produtividade. O nosso objetivo é criar uma correlação positiva entre desempenho e cultura institucional. Nossa principal estratégia é encurtar distâncias que porventura existam entre a administração e o corpo clínico, permitindo que a equipe seja esclarecida sobre os padrões e regras a serem seguidos, para que todos compreendam como devem se conduzir na Instituição.
3. Como o senhor avalia o papel deste setor em uma instituição de grande porte como o HP, que possui corpo clínico misto e quase 3 mil médicos cadastrados?
Um hospital é uma organização de grande complexidade em sua infraestrutura, processos, recursos e pessoas, particularmente neste ultimo componente. Seguramente, a existência de um hospital de corpo clínico misto e muito numeroso representa um desafio. O objetivo do HP é fornecer um atendimento que seja eficaz, eficiente e produtivo. Para tanto, é fundamental termos uma equipe confiável, embasada no melhor conhecimento possível e que proporcione a mínima variabilidade na qualidade do atendimento. A meta audaciosa desta Gerência é alcançar estes profissionais para que internalizem a filosofia de qualidade e segurança da assistência.
4. Que mensagem o senhor deixa para os pacientes do HP?
“Que os nossos clientes, quando doentes, possam ter a certeza de que estão no melhor local”, citando uma das referências internacionais em saúde, a Clinica Mayo. Assim, a equipe da Gerência Médica está engajada em criar um ambiente propício à prestação do melhor cuidado de saúde dos nossos clientes: com elevada qualidade, e orientado por indicadores consistentes e dados baseados em evidência que possam melhor beneficiar aqueles que procuram nosso Hospital.
5. Qual a sua mensagem para os colaboradores da instituição?
Todos aqueles que trabalham em um hospital, qualquer que seja a sua função específica, trabalham para atender pessoas. Esta é a razão da nossa existência na organização.