De bem com o coração — Hospital Português da Bahia
10 de setembro de 2013
De bem com o coração
10 September 2013
Cada órgão do corpo humano assume papel singular para o bom funcionamento do organismo, mas a atuação protagonista é desempenhada pelo coração. A cada batida, este órgão impulsiona a circulação de oxigênio e nutrientes na corrente sanguínea, permitindo a absorção de substâncias essenciais à vida. Se o ritmo é interrompido, todo o organismo deixa de funcionar. Hoje, a aterosclerose é a principal causa de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC. O problema é causado pelo acúmulo de placas de gordura nas artérias, que obstrui a circulação sanguínea e responde por mais de 300 mil óbitos por ano no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Na raiz dessas patologias estão fatores hereditários e situações comuns na vida moderna: obesidade, sedentarismo, tabagismo, hipertensão, colesterol alto, consumo abusivo de bebidas alcoólicas, estresse, entre outros. É sobre esses fatores que a medicina procura intervir preventivamente. Com esse objetivo, especialistas em cardiologia, nutrição, endocrinologia, pneumologia e psicologia do Hospital Português indicam cinco atitudes aliadas do funcionamento cardiovascular e propõem a adoção de ações combinadas para um estilo de vida saudável.
1.Faça exercícios regularmente
Andar, correr, nadar, pedalar ou jogar tênis. De modo geral, os exercícios aeróbicos ajudam a controlar o sobrepeso e o colesterol, reduzir a pressão arterial, bem como melhorar a sensibilidade do organismo à insulina, prevenindo ou facilitando o controle do diabetes; explica o médico da equipe de Arritmia do HP, especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia emembro da Câmara Técnica de Cardiologia do CREMEB, Dr. Alexsandro Fagundes. “Esses efeitos são desejáveis por prevenir complicações cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral”. Para usufruir de tais benefício sem médio ou longo prazo, a atividade deve ser realizada no mínimo cinco vezes por semana, tendo uma duração média de 30 a 60 minutos. Também é preciso respeitar os limites individuais de frequência e intensidade da modalidade praticada para que o sistema cardiovascular se beneficie direta e indiretamente dessarotina saudável.
Em 2012, a revista inglesa de medicina The Lancet demonstrou como o condicionamento físico regular, em longo prazo, foi capaz de reduzir a mortalidade em até 70%. Outro estudo publicado no New England Journalof os Medicine, neste ano, avaliou os efeitos da prática continuada de atividade física de alta intensidade em diabéticos com tratamento regular. Na avaliação do especialista, vistos em conjunto, os resultados das pesquisas mostram que a prática regular de exercícios não substitui a necessidade de controlar os fatores de risco com dieta, medicações para o diabetes, colesterol, entre outros meios. Contudo, demonstram como os exercícios potencializam o controle do peso, da glicemia, previne a obesidade, favorecendo o coração.
2.Cuide do seu bem-estar
“Preservar a saúde do coração pede um cuidado com a qualidade de vida, hábitos saudáveis, relações psicoafetivas satisfatórias e equilíbrio emocional para lidar com as situações da dinâmica cotidiana”, orienta a psicóloga da Unidade Coronariana do HP, especialista em Psicologia Hospitalar, Renata Correia. Ela explica que da mesma forma que as doenças do coração tendem a causar forte impacto psicoemocional, os fatores psicológicos favorecem o aparecimento de cardiopatias. “Existem manifestações psíquicas que são observadas em situações de adoecimento, enfrentamento da doença, perda, impotência ou fragilidade, e que aparecem, comumente, associadas à doença cardiovascular”. É o que ocorre nas situações de ansiedade, estresse e, sobretudo, depressão. Esta doença constitui um fator de risco para os problemas cardiovasculares, sendo mencionada em pesquisas como um aspecto tão danoso quanto o tabagismo. A orientação nesses casos é buscar acompanhamento psicológico que considere as particularidades pessoais e assuma papel facilitador na busca do bem-estar.
3.Avalie a tireoide
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia estima que 300 milhões de pessoas sofram de disfunções da tireoide em todo o mundo. Essa glândula localizada no pescoço é responsável pela produção de hormônios reguladores do metabolismo do corpo. A força de contração e o número de batimentos do coração também são modulados pela tireoide. Sua disfunção gera repercussões importantes no organismo, seja pela produção excessiva de hormônios (hipertireoidismo) ou pela baixa produção destes (hipotireoidismo). Dr. Helton Estrela Ramos, PhD em endocrinologia, especialista do Serviço de Endocrinologia e Metabologia do HP, alerta que essas disfunções também afetam negativamente o coração. “Por ser mais comum, o hipotireoidismo representa maior risco de infarto, doenças coronarianas, colesterol elevado e baixa resistência ao esforço físico. Essa disfunção age mais lentamente, ao contrário do hipertireoidismo que afeta o organismo mais rápido, requerendo assistência imediata, com possibilidade de causar insuficiência cardíaca, dilatação do coração, cansaço, arritmias e palpitação”.
Desse modo, o médico recomenda avaliar a função da tireoide através de dosagens hormonais, sobretudo do TSH (hormônio estimulante da tireoide), na presença de sintomas de disfunção cardíaca. Mulheres, sobretudo, depois dos 40 anos, e os idosos são mais susceptíveis a desenvolver tais problemas, devendo ser avaliados por um especialista pelo menos uma vez ao ano. “As doenças autoimunes da tireoide aparecem devido a maior predisposição genética, fatores emocionais e hábitos alimentares. Fazer atividade física regular, reduzir o nível de estresse e adotar uma alimentação bem balanceada são importantes na prevenção”.
4.Coma alimentos que fazem bem ao coração
“Em 90% dos casos, as doenças do aparelho cardiovascular estão ligadas ao excesso de peso e a obesidade”, afirma a chefe de Nutrição do HP, professora universitária e membro da Sociedade Brasileira para o Estudo da Obesidade, Gildete Fernandes. Alimentos ricos em flavonoides reduzem a absorção de gordura no sangue e a produção de colesterol, melhorando também a condição imunológica frente às doenças infecciosas. São eles o tomate, a melancia, o morango, a jabuticaba, a berinjela, a beterraba, entre uma grande variedade identificada pela cor vermelha arroxeada.
Vegetais, frutas, leguminosas (como ervilha, lentilha, grão de bico, feijão preto, feijão verde), raízes e tubérculos (como batata doce, inhame, aipim) são outro grupo de alimentos que devem ser consumidos regularmente,in natura (sem adição de condimentos industrializados). Ricos em fibras e carboidratos complexos (tipo de açúcar que leva cerca de 2 a 3 horas para ser digerido e absorvido pelo organismo), eles aumentam o nível de saciedade e diminuem a concentração de glicemia e de colesterol nas artérias, contribuindo, portanto, para a manutenção do peso. Nesses alimentos são encontradas fibras que ajudam a eliminar o colesterol ruim (LDL) e auxiliam no aumento da produção de colesterol bom (HDL). Essa característica permite manter o peso corporal, favorecendo o controle de problemas crônicos como hipertensão arterial, diabetes e obesidade. “Os alimentos que melhoram a função cardiovascular e fazem bem ao coração são os mesmos que evitam o ganho de peso excessivo”, diz a nutricionista.
5.Tenha um sono reparador
A insônia e a apneia obstrutiva do sono são as principais causas de má qualidade do sono, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tsiologia. Dr. Francisco Hora, presidente da Associação Brasileira do Sono (ABS) e coordenador do Laboratório do Sono do HP, adverte que além dos vários prejuízos acarretados para o bom funcionamento do organismo, esses problemas representam fator de risco para o coração, elevando as chances de desenvolvimento de cardiopatias. Na apneia há queda de oxigenação do sangue e aumento do batimento cardíaco e da pressão arterial. Essas oscilações súbitas, dezenas a centenas de vezes ao longo da noite, são os principais gatilhos para o desenvolvimento das doenças do coração e vasos (aterosclerose, crescimento do coração, hipertensão arterial, infarto agudo do miocárdio e derrame cerebral), de acordo com a ABS. Durante o tratamento de doenças do coração e hipertensão arterial, a apneia do sono não tratada pode contribuir para a piora da função cardíaca e aumento do risco de morte. “Assim como outros distúrbios do sono, a apneia tem tratamento. O exame de Polissonografia permite avaliar detalhadamente os múltiplos fatores fisiológicos durante o sono,proporcionando precisão diagnóstica e sucesso terapêutico, com restituição da qualidade de vida”, observa o especialista.
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