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Disfunção Hormonal — Hospital Português da Bahia

10 de setembro de 2013

Disfunção Hormonal

10 September 2013

Muitas vezes a pele, as unhas e os cabelos revelam indícios de disfunções hormonais e nem percebemos. Excesso de pelos no corpo, couro cabeludo com áreas falhadas; unhas com deformidades, lesões esbranquiçadas, aspecto “fofo” ou quebradiço, podem ser sinais de alerta. Contudo, antes de apelar para o uso de algum recurso cosmético é importante investigar as causas do problema com um especialista. Dra. Maria Creusa Rolim, líder do Serviço Especializado em Endocrinologia e Metabologia do Hospital Português, professora da Faculdade de Medicina da UFBA, observa que homens e mulheres podem desenvolver distúrbios hormonais (embora a maior incidência seja no público feminino) e recomenda sempre consultar um especialista na área para avaliar se há um problema hormonal de fato ou apenas uma situação passageira e natural. “Além de economizar no uso desnecessário de cosméticos, essa atitude alerta o paciente para problemas mais graves de saúde que necessitam de intervenção médica”, observa. Confira a entrevista completa!
 
1. Porque a disfunção hormonal afeta os cabelos? 
Na maioria dos casos, a queda de cabelo é normal. O cabelo, enquanto célula de excreção (não necessária ao corpo), passa pelas fases de crescimento (de 2 a 6 anos), de estabilização (de 1 a 2 semanas); e de eliminação (de 5 a 6 semanas). Essas fases ocorrem de forma simultânea. Por isso,é natural haver queda de cabelo a todo o momento. Quando há anormalidade, podemos perceber falhas no couro cabeludo ou uma diminuição significativa dos pelos existentes.
 
2. Como é possível identificar alterações hormonais observando a pele?
Muitas vezes, a pele é o melhor reflexo da existência de distúrbio hormonal. Estrias podem sinalizar o acometimento das glândulas suprarrenais (adrenais), como acontece na Síndrome de Cushing que causa produção excessiva de cortisol. Em algumas doenças ovarianas e adrenais é comum o surgimento de acne, requerendo investigação. Em outros casos, a cútis também revela intolerância a glicose, resistência à insulina ou até mesmo diabetes, pelo escurecimento da área ao redor do pescoço ou de uma pele mais rude, grossa, denominada Acantose Nígricans. A menopausa também modifica a pele feminina, tornando-a mais fina e propensa a sangramentos. É preciso estar atento ao tratamento não apenas da pele, mas do estado de saúde como um todo. 
 
3. Quais glândulas costumam se relacionar ao surgimento desses problemas? 
Doenças na tireoide e algumas doenças nas glândulas suprarrenais e ovarianas podem causar alterações de cabelo. A Síndrome do Ovário Policístico, por exemplo, causa Hirsutismo (excesso de pelos). Em alguns casos, esse distúrbio pode gerar pelos nas mulheres similares aos dos homens– barba, pelos no peito, nos pés, aumento de pelos nas coxas, merecendo atenção especial do médico.
A presença de lesões nas unhas pode indicar alterações hormonais, mas também pode estar relacionada a fungos, anemias, doenças pulmonares ou uso excessivo de esmalte. O ideal é buscar atendimento especializado.
 
4. Como deve ser realizada a investigação dessas reações? 
Em todas as patologias, sejam elas tireoideanas, adrenais, ovarianas, pancreáticas ou mesmo fora da área endocrinológica, o acompanhamento clínico é fundamental. A história da doença, o exame físico do paciente e alguns exames laboratoriais ou de imagem, ajudam o especialista no diagnóstico adequado e na terapia guiada.
No caso de doenças da tireoide que afetam cabelo e unhas, uma avaliação inicial dos hormônios TSH, T4 Livre e Anticorpo Anti-Tireoperoxidase, ajuda o médico no diagnóstico para o tratamento correto. Já na avaliação da glândula adrenal, que afeta a pele e os pelos, a dosagem de hormônios como Cortisol, Testosterona Total e Livre, Sdhea, auxilia muito na adequação do diagnóstico e condução do tratamento.
Para diagnosticar e tratar doenças como Ovário Policístico é recomendado a dosagem de Testosterona, 17 Hidroxiprogesterona e realização de ultrassonografia capaz de visualizar os ovários. No caso das afecções do pâncreas, a glicemia de jejum e insulina, auxilia o médico no diagnóstico de resistência a insulina, orientação para mudança de estilo de vida e terapia medicamentosa, quando necessária.
 
5. As disfunções hormonais costumam surgir a partir de que idade? 
Depende da patologia. As doenças tireoideanas são mais comuns após os 35 anos. Já as doenças ovarianas costumam surgir depois da primeira menstruação, apresentando melhora posterior. Doenças adrenais podem acometer desde crianças até idosos. Enquanto a Síndrome de Resistência a Insulina afeta mais os adultos, sedentários e pessoas com história familiar de diabetes.
 
6. O HP oferece quais recursos para tratar a disfunção hormonal?
A instituição dispõe de equipe treinada e atualizada para o diagnóstico dos distúrbios hormonais, além de um laboratório habilitado para dosagens específicas. No Hospital também é possível fazer testes e exames de imagem de alta precisão diagnóstica, tais como ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética nuclear.