O nascimento prematuro é a principal causa de morte em recém-nascidos no mundo e a segunda causa de óbito em crianças menores de cinco anos. Anualmente, 15 milhões de crianças nascem antes da gestação completar 37 semanas (em média, uma gravidez leva de 37 a 40 semanas de evolução). O Brasil ocupa a décima posição entre os países com maior incidência desse tipo de parto. Os dados fazem parte da Estatística Mundial da Saúde 2013, publicada pela Organização Mundial de Saúde – OMS e convergem para outro levantamento desenvolvido recentemente na Universidade Federal de Pelotas, com apoio do UNICEF e Ministério da Saúde: Prematuridade e Suas Possíveis Causas. A pesquisa revelou que 11,7% dos nascimentos no Brasil são prematuros. O índice se equipara ao dos países de baixa renda e chama atenção para a necessidade de intervenções. Uma solução preponderante apontada pelo coordenador médico da Maternidade Santamaria, Dr. Leomar Lyrio, é o acompanhamento pré-natal. “Ao ter a gestação monitorada por um especialista, a mulher passa a receber orientações fundamentais para preservar sua saúde e do seu bebê. Os exames realizados nesse período possibilitam acompanhar a evolução natural da gravidez e identificar possíveis anormalidades antecipadamente, potencializando a atuação médica preventiva e a segurança da gestante e da criança em formação”, destaca.
Quanto mais precocemente ocorre a interrupção da gravidez maior será o risco para o bebê. De acordo com o especialista, a criança prematura apresenta maior predisposição para complicações, principalmente as de ordem respiratória, requerendo maior atenção. Uma das causas da vulnerabilidade do bebê prematuro é a interrupção do processo de formação dos órgãos, que torna a criança mais susceptível ao desenvolvimento de problemas. Segundo a OMS, em 2010, as complicações da prematuridade responderam por 14% das mortes de crianças menores de cinco anos. Diversos fatores podem ocasionar o parto prematuro: hipertensão arterial (uma das patologias mais frequentemente associadas), diabetes mellitus, tabagismo, obesidade, assistência pré-natal inadequada, gravidez na adolescência, histórico de parto prematuro em gravidez anterior, anomalia congênita fetal, gravidez assistida (fertilização in vitro), rutura prematura da membrana amniótica, gestações múltiplas, infecções (sendo mais comum a infecção urinária), patologias uterinas, entre outros problemas de saúde vivenciados pela mãe relacionados pelo Ministério da Saúde.
Dr. Leomar Lyrio observa que um pré-natal bem orientado pelo obstetra, com apoio da gestante e de familiares, pode conduzir ao diagnóstico do risco de prematuridade. “Desta forma, a mulher grávida recebe uma assistência adequada, podendo impedir que tal morbidade venha a se instalar”, destaca. O ideal é que esse acolhimento seja iniciado logo após a descoberta da gestação. Durante as avaliações, o médico observa a existência de patologias prévias que podem complicar a gravidez, como também rastreia possíveis doenças que possam vir a se instalar em detrimento da própria evolução da gestação. “O pré-natal constitui uma assistência preventiva, assim, a gestante deve buscar um diálogo franco com o obstetra, procurando relatar todas as informações que possam agregar valores ao seu acompanhamento clínico. É importante que ela veja o médico como um grande aliado na promoção de uma gestação saudável”, conclui.