O conforto costuma ser o principal aspecto considerado no momento de dormir e geralmente é o fator que determina a escolha do colchão, travesseiro e demais itens que compõe o ambiente de descanso. Nada mais justo, afinal um terço da vida de todo ser humano é dedicado ao sono. Mas, se levarmos em consideração as condições ideais para preservar o alinhamento da coluna vertebral durante as 8 horas em que dormimos, é importante ficar atento à posição mais adequada para deitar. De lado, de bruços ou de barriga para cima, o modo de dormir influi diretamente na saúde da coluna.E se o tipo de colchão for inadequado para a necessidade pessoal, pode causar ou acentuar problemas posturais tais como cifose e lordose. “A melhor posição para dormir e a mais confortável é em decúbito lateral (de lado), com os joelhos pouco flexionados, usando um travesseiro entre as pernas e outro para apoiar a cabeça”, informa o médico cirurgião da coluna vertebral do Hospital Português, membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, Dr. Djalma Amorim.A posição lateral é mais adequada porque favorece a respiração e o devido alinhamento da coluna, evitando que os discos de cartilagem sejam tensionados. Nesse caso, pode-se utilizar um travesseiro de espuma,na altura do ombro, para preencher mais facilmente o espaço entre a cabeça e o colchão. Caso a preferência seja pela posição de barriga para cima, a escolha dever ser por um travesseiro macio e fino para apoiar a cabeça. A única contraindicação dessa disposição é para pessoas que roncam ou possuem apneia do sono, disfunções que podem se agravar ao dormir com as costas apoiadas no colchão. Já quem opta por dormir de bruços deve reavaliar a escolha, porque a coluna fica sem qualquer tipo de sustentação durante as horas de sono, podendo desenvolver lesões.
O cuidado com a altura do travesseiro é importante para evitar dor localizada ou que se irradia para a musculatura próxima a região do pescoço. A mesma atenção vale para o tipo de colchão, que deve ser ortopédico, ou seja, ter densidade suficiente para se moldar à curvatura do corpo, sem perder a capacidade de resistência. Dr. Djalma Amorim explica que as pessoas já possuem curvaturas fisiológicas naturais, por isso os colchões mais duros terminam retificando a coluna, enquanto os mais macios acabam aumentando as curvaturas. “Essas duas possibilidades são prejudiciais porque podem causar dor na coluna vertebral”.
Desse modo, antes de comprar o colchão e o travesseiro é importante descobrira densidade corporal (proporção entre peso e altura) mais indicada. Hoje, é possível encontrar opções de mola, mola ensacada, espuma e viscoelástico que atendam esse critério. Existe um gráfico no qual essas informações são cruzadas para indicar a densidade de espuma mais adequada para cada pessoa. “As características individuais devem ser preservadas mesmo no caso de casais que dormem juntos. Nessas situações, o colchão de mola ensacada é o mais indicado por ser mais firme e sustentar melhora diferença de peso nos dois lados da cama”, informa. Outro aspecto destacado pelo ortopedista é a necessidade de seguir as orientações do fabricante com relação ao prazo de validade e a mudança de lado do colchão a cada seis meses.“Essas orientações devem ser seguidas desde cedo, como medidas preventivas. Uma noite mal dormida prejudica o desempenho durante todo o dia”, alerta.