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Ressonância de 3 Tesla — Hospital Português da Bahia

5 de novembro de 2013

Ressonância de 3 Tesla

05 November 2013

A evolução dos equipamentos de Bioimagem tem proporcionado o conhecimento cada vez mais aprofundado das estruturas e funcionamento do corpo humano por meio da captação de imagens de alta definição, beneficiando o planejamento terapêutico – clínico ou cirúrgico – em diferentes especialidades médicas. Tal avanço é evidente na utilização da Ressonância Magnética de 3Tesla. O equipamento de última geração tem contribuído sensivelmente para o aprimoramento de áreas como oncologia, mastologia, neurorradiologia e urologia graças à alta resolução de imagem em sequências, associada à elevada precisão diagnóstica na identificação de lesões milimétricas. “Podemos dizer que esse aparelho é o que existe de mais novo e moderno em termos de tecnologia magnética na atualidade”, afirma Dra. Juliana Costa, especialista em radiologia e diagnóstico por imagem e uma das líderes da Bioimagem do Hospital Português – Serviço que possui um dos raros equipamentos disponíveis em Salvador e profissionais qualificados na emissão de laudos clínicos nas áreas de neurologia, tórax, abdômen, sistema musculoesquelético e cabeça e pescoço.  
Na área de Urologia, a Ressonância Magnética de 3T tem se mostrado decisiva para investigar tumores da próstata – tipo que se tornou o segundo mais comum entre os brasileiros nas últimas décadas. A captação de imagens de alta resolução anatômica da glândula tem papel essencial no diagnóstico inicial, estadiamento (detecção do grau de extensão da doença, localizada ou espalhada) e seguimento do paciente depois do tratamento, segundo a especialista. “A maior vantagem de avaliar a próstata com o equipamento de 3T é poder obter informações sobre o funcionamento da glândula com uso de técnicas multiparamétricas (difusão, perfusão e espectroscopia) que permitem a aquisição de imagens de altíssima resolução espacial e temporal, e consequentemente uma melhor diferenciação entre tumor e tecido normal”, observa. Outra vantagem do aparelho para a Urologia é a supressão do uso da bobina endorretal nas avaliações da próstata, com preservação da qualidade diagnóstica e ampliação do conforto para o paciente. 
Na Mastologia, a Ressonância Magnética de 3T representa um apoio importante para o diagnóstico precoce do câncer de mama e elevação das chances de cura. Embora não substitua a mamografia, esta avaliação complementa o rastreamento de tumores mamários em mulheres com alto risco, auxilia no planejamento cirúrgico e no acompanhamento do tratamento. A eficácia do exame também se comprova na avaliação de implantes mamários, principalmente nas suspeitas de rotura. “Com este equipamento podemos obter imagens com maior resolução e em um menor tempo quando comparado ao aparelho de 1,5T”, compara Silvio Takashi Suguino, médico radiologista. 
A especialidade de Neurorradiologia também se beneficia enormemente desse recurso, ampliando a capacidade de investigação de patologias neurológicas e a segurança do paciente. Para o neurorradiologista do Serviço de Radiologia do HP, Saulo Lacerda, o equipamento de 3T avalia melhor as estruturas intracranianas, revelando de forma mais precisa a anatomia e a função cerebral. Esses dados podem ajudar no planejamento cirúrgico por meio de estudos mais avançados, como a Tractografia – método através do qual o cirurgião obtém antes do procedimento cirúrgico uma noção mais precisa da relação da lesão a ser operada com as estruturas nobres do cérebro, minimizando a chance de sequelas no pós-operatório. “Esse exame favorece bastante o tratamento de tumores cerebrais, auxiliando na definição da via de abordagem cirúrgica mais adequada para o paciente”. O especialista ressalta a superioridade do aparelho de maior campo magnético na investigação de pacientes com crises convulsivas, tendo maior capacidade na detecção de displasias corticais e melhor avaliação dos hipocampos.
Hoje, o emprego da Ressonância de 3T nas avaliações da circulação cerebral proporciona alta precisão e riqueza de detalhes da anatomia vascular, auxiliando no diagnóstico de pessoas com histórico de doença vascular, colesterol elevado, hipertensos e diabéticos. “Essa precisão consegue apontar a necessidade cirúrgica ou não e esclarecer dúvidas levantadas por aparelhos de menor resolução, poupando o paciente de uma terapia mais invasiva”, conclui o especialista.