Controle financeiro pessoal
06 December 2013
O forte apelo consumista no fim de ano, motivado pela renda extra em circulação – pagamento do 13º salário, adiantamento de férias, reservas acumuladas ao longo do ano, etc. – representa uma verdadeira tentação para quem deseja empregar o rendimento mensal de forma assertiva. Para fugir dessa armadilha (e da inadimplência nos meses seguintes), a recomendação dos especialistas é planejar as despesas pessoais. Em longo prazo, o cuidado pode resultar na concretização de antigos sonhos, como a compra do carro, da casa ou mesmo de uma viagem. Quem controla os impulsos consumistas e aprende a fazer gastos programados tem maior chance de atingir esse objetivo. Acostumado com a rotina de controle e planejamento orçamentário, o coordenador da área de Controladoria do Hospital Português, Marcelo Liguori ensina como tomar as melhores decisões na hora de gastar o seu dinheiro. Confira!
1. Quais os riscos para quem não faz o planejamento dos gastos pessoais?
Planejar significa traçar um plano, programar, projetar; e o planejamento financeiro significa estabelecer e seguir uma estratégia, visando atingir objetivos que podem ser de curto, médio ou longo prazo. O brasileiro não tem por hábito planejar. Como se diz popularmente “vive apagando incêndio”. A grande consequência disso é a dificuldade de lidar com situações imprevistas que requerem uma reserva financeira. Quem não tem o hábito de planejar vai ganhando dinheiro e gastando à medida que as necessidades aparecem e, por isso, sempre deixa para o futuro o momento de poupar.
2. Como devo começar a poupar?
É recomendado guardar 10% do salário, todos os meses. Para isso, o primeiro compromisso que precisa ser feito é com você mesmo. Mentalize: “serei honesto comigo”. Com esta consciência formada faça um orçamento, verifique quais despesas precisam ser eliminadas e quais investimentos e necessidades devem ser priorizados. Desse modo, você terá um diagnóstico da sua situação financeira atual, reconhecerá as suas limitações, mas também conhecerá o seu potencial de realização. Acompanhar este orçamento e o que você está conseguindo realizar durante o mês é muito importante para que as metas sejam alcançadas.
3. O que devo fazer para deixar de comprar por impulso?
A magia da publicidade, as novas tecnologias e os designes sedutores deixam a vida do consumidor mais difícil na tarefa de poupar. Algumas perguntas simples podem ajudar no momento da compra desnecessária. Preciso trocar de carro? Este smartphone fará tanta diferença? Parcelar no cartão de crédito faz sentido? Meu orçamento comporta esta dívida?
4. Qual o destino mais adequado para o salário extra no fim de ano?
Dezembro chegou trazendo o pagamento da última parcela do 13º salário e você (incentivado pelas lojas decoradas e pelos sorteios maravilhosos nos shoppings centers) logo pensa: vou gastar! Antes de tomar essa atitude lembre que esse é um excelente momento para iniciar o seu planejamento financeiro. Na verdade, a reflexão que você deve fazer é: como devo empregar o meu 13º salário? Há anos, a orientação é a mesma:
- Pague suas dívidas.
- Quite todas as despesas do mês corrente.
- Guarde dinheiro para as despesas extras do início de ano (matrícula, material escolar, IPVA do carro, IPTU, entre outras).
- Agora sim, se sobrar dinheiro pode gastar!
Seguindo esses passos, com a consciência do que realmente é necessário adquirir, você provavelmente terá suas dívidas extintas ou reduzidas e um Ano Novo promissor.