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Magreza desmedida — Hospital Português da Bahia

6 de dezembro de 2013

Magreza desmedida

06 December 2013

Que mulher não deseja manter o corpo magro, livre de gordura? A vontade notória do público feminino, hoje também compartilhada por homens, ganha força no mundo inteiro graças ao padrão estético difundido pela indústria da beleza. Na busca dessa meta, é preciso ficar atento aos sinais que indicam quando o ideal se torna uma obsessão passível de prejuízos à qualidade de vida. Perda de peso excessiva, privação voluntária de refeições, atividade física em demasia, são características próprias da anorexia nervosa – tipo de transtorno alimentar que pode estar associado à depressão. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – SBEM, todos os anos, o problema é responsável pelas maiores taxas de mortalidade entre os transtornos psiquiátricos, decorrentes de inanição e suicídio. “A pessoa anoréxica tem uma visão distorcida da própria imagem. Ela se olha no espelho e acredita estar acima do peso, por mais desmedida que seja a sua magreza”, observa a médica psiquiatra do Centro Médico Hospital Português e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, Dra. Hercília Oliveira.  
Entenda o transtorno
Ainda não se sabe exatamente os fatores desencadeantes da anorexia nervosa, mas os sintomas se caracterizam pela perda de peso intensa decorrente de dieta extremamente rígida, busca constante pela magreza, medo mórbido de engordar e distorção da imagem corporal. O transtorno alimentar é mais comum em mulheres e pode surgir na adolescência com o início do ciclo menstrual ou na fase adulta. A obsessão pelo emagrecimento leva o portador da doença a desenvolver uma alimentação restritiva, podendo levar à desnutrição. Considerando os valores de referência do Ministério da Saúde para o cálculo do Índice de Massa Corporal (proporção entre peso e altura), uma pessoa saudável deve ter IMC entre 18,5 kg/m2 e 24,9 kg/m2. Já em uma pessoa com anorexia nervosa esse índice é igual ou inferior a 17,5 kg/m2.]
 Reconhecendo os sintomas
Para os especialistas no assunto, a busca do modelo estético ideal exerce influência sobre a alta incidência de transtornos alimentares em mulheres. Por isso, é importante atentar para comportamentos orientados pela ideia fixa de emagrecimento, com perda significativa de peso. Dra. Hercília Oliveira observa que são muitas as consequências clínicas da doença, dentre elas as alterações hormonais e metabólicas, que podem levar à suspensão do ciclo menstrual e à desnutrição. Geralmente, a pessoa não percebe que está doente. Quem costuma identificar o problema é a família, através da observação de rituais alimentares, emagrecimento importante, alterações do humor e comprometimento da vida como um todo. “Mas, ainda que a iniciativa de procurar ajuda seja muitas vezes tomada pela família, é importante a criação de demanda de tratamento pelo próprio paciente”, destaca.   
Como tratar
O enfrentamento do problema começa com o reconhecimento do transtorno pelo paciente. Devido à complexidade da doença o tratamento é multidisciplinar, podendo envolver psiquiatra, endocrinologista, psicólogo e nutricionista. “A terapia deve ser planejada de forma individualizada, considerando a particularidade de cada caso”, conclui a especialista.