Busca do corpo perfeito
07 January 2014
“A beleza está nos olhos de quem vê”. O conceito de belo, inserido na ciência estética alemã no século XVIII, tem transposto fronteiras culturais no ocidente e ajudado a padronizar os ideais de beleza feminina e masculina cultuados na atualidade. A avaliação é do cirurgião plástico José Carlos Amaral Dantas. Com três décadas de atuação na arte de transformar pessoas e passagem por centros de saúde renomados, o especialista considera o nível de exigência do brasileiro cada vez maior quando se trata de reproduzir arquétipos de beleza humana. Os números comprovam. Nos últimos três anos o Brasil superou a quantidade de cirurgias estéticas realizadas nos Estados Unidos, passando a ocupar a primeira posição no ranking internacional. Somente em 2012 foram feitos 1,5 milhão de procedimentos do tipo. Lipoaspiração, colocação de silicone nas mamas, abdominoplastia, blefaroplastia e redução de mama, ocupam o topo da lista. “Apesar das diversidades culturais, os arquétipos de beleza começam a ser exportados. A todo instante as pessoas são lembradas pela mídia de como elas estão e de como elas podem ser”, observa.
Para o especialista, a busca por um corpo livre de imperfeições pode ser motivada pelo clima tropical do país, que favorece a maior exposição das formas; pelos estereótipos estéticos difundidos em propagandas; ou ainda, pelo anseio de maior aceitação pessoal. Para essas pessoas, a cirurgia estética adquire valor social relevante ao corrigir alterações corporais que muitas vezes causam inibição e tolhem o desenvolvimento social. As cirurgias reparadoras e reconstrutoras também exercem influência importante para o resgate da autoestima e aceitação no meio social. Segundo o médico, crianças em idade escolar costumam sofrer ao receberem apelidos que destacam a imperfeição física. “Hoje, a evolução das técnicas cirúrgicas e a maior qualificação dos profissionais da área possibilitam o alcance de excelentes resultados”, informa, citando como exemplo a colocação de prótese mamária via axilar endoscópica, que ilustra o avanço das técnicas de implantação de próteses de silicone devido à cicatriz quase imperceptível. Apesar disso, Dr. José Carlos Amaral Dantas destaca que em se tratando de cirurgia plástica o bom senso deve sempre imperar. “Restrições anatômicas impõem limites onde o cirurgião deve ser conservador. Há meninas que ainda não saíram da adolescência e já sonham em colocar uma prótese de silicone nos seios. É preciso avaliar cada situação para evitar exageros”.
O cirurgião plástico observa que o brasileiro se sugestiona por padrões muito difíceis de serem atingidos. A preocupação com a forma física leva muitas pessoas a viverem em função da beleza corporal. Logo, quando existe a crença de que se tem um corpo feio isso pode afetar a vida de forma significativa. O inverso também é verdadeiro, para quem leva a beleza a sério. “É preciso ter a consciência de que a beleza não é tudo. O corpo é finito. A beleza dura pouco. Quando você enxerga o lado metafísico e inacabado do belo, passa a sentir a beleza interior que os olhos não vêm. Este sentimento por vezes tem a capacidade de engrandecer a valorização do corpo objeto”. Para quem pretende se submeter a um procedimento estético ou reparador, o cirurgião lembra que outros aspectos devem ser levados em consideração visando resultados satisfatórios: buscar referências do cirurgião junto a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e conhecer a estrutura da instituição de saúde onde vai ser realizado o procedimento. Como exemplo, ele cita a infraestrutura do Hospital Dia do Hospital Português, composta por equipe multidisciplinar experiente e capacitada, que atua de acordo com protocolos de cirurgia segura; equipamentos de ponta, UTI, além de todo o suporte oferecido por um hospital geral de grande porte. “Essa atenção amplia a segurança do paciente e as chances de êxito cirúrgico”, conclui.