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Corpo saudável para aproveitar os dias de folia — Hospital Português da Bahia

4 de fevereiro de 2014

Corpo saudável para aproveitar os dias de folia

04 February 2014

“Já é Carnaval cidade, acorda pra ver”. Os versos do compositor e cantor Gerônimo já começaram a ecoar na capital baiana. Com a chegada do verão, cresce a expectativa em torno da maior festa popular do planeta, que atrai milhares de pessoas para as ruas de Salvador. Mas apesar do clima festivo, o cuidado com o corpo não pode ser deixado de lado, especialmente nesse período em que há uma enorme concentração de agentes patogênicos circulando pela cidade. 

 A chance de proliferação de um vírus ou bactéria nesse ambiente cresce proporcionalmente com o número de turistas presentes no município. Somado a isto, há o descuido com os alimentos, que são comercializados ao ar livre e, na maioria das vezes, sem nenhum controle sanitário dos órgãos públicos de saúde. Em todos os casos, a regra é precaução. De acordo com o Dr. Alessandro Farias, Líder da Infectologia do Hospital Português, cuidados redobrados com a alimentação e o contato com outros indivíduos nunca é demais.

 O simples ato de beijar na boca, tão comum na festa de rua baiana, pode trazer de complicações comuns, como gripes e resfriados, a doenças extremamente perigosas como meningite e mononucleose, também conhecida como febre do beijo. “O beijo é uma forma comum para transmissão de algumas doenças, sobretudo do vírus da família herpesviridae, onde herpes são os mais comuns. Além do herpes tipo I, pode ocorrer transmissão do herpes II (comum em regiões genitais), citomegalovirus e vírus causadores de infecções respiratórias. O Epstein Barr vírus, conhecido como mononucleose, é o mais comum entre os jovens, como a turma que frequenta o carnaval. Pode apresentar febre prolongada, dores articulares, cefaleia, inflamação nas amígdalas, aumento do baço, mal estar geral e lesões de pele”, revela.

 No topo da lista de alerta estão as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). Com o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e, em alguns casos, de drogas psicoativas, os foliões acabam abusando do sexo sem proteção. Normalmente é na penetração que ocorre a infecção por DSTs, sendo a AIDS a mais grave e com maior taxa de mortalidade. Sífilis, Gonorreia, HPV, Clamídia e Hepatite B estão entre as infecções – esse número pode passar de 20 – que podem ser transmitidas através da relação sexual. “O problema é que o início das manifestações clínicas destas doenças acontece normalmente depois do carnaval, respeitando o período de incubação de cada uma delas. Sem falar de outras doenças que podem não se apresentar clinicamente, porém podem ser transmitidas”, avisa.

 Nos últimos anos, o Ministério da Saúde tem intensificado suas campanhas de conscientização para alcançar um número maior de foliões e realizar o diagnóstico precoce das DSTs. A medida está dando resultado: em 2013 houve um aumento de 53% na procura pelos testes rápidos de detecção de DSTs em Salvador, com 16 resultados positivos para o HIV. “Qualquer relação sexual sem preservativo está submetida a um risco potencial. A escolha correta da parceria sexual e o uso constante do preservativo são as melhores estratégias de prevenção que cada indivíduo pode fazer. Porém, uma vez exposto ao risco, é conveniente que em até seis meses realize-se uma avaliação adequada”, recomenda o infectologista.

 Alimentação de rua

 A variedade é tão grande quanto os blocos que passam pela avenida. Cachorro-quente, churrasco, saladas e até sushi fazem parte do cardápio da folia momesca. Uma infinidade de sabores e perigos para a saúde. “Os alimentos expostos na rua, que estão sujeitos às alterações de temperatura e produzem crescimento bacteriano, também podem ser contaminados por sujeiras e manipulação inadequada. Nesse caso, há uma chance considerável de ocorrência de toxinfecção alimentar. E não são apenas os alimentos contaminados que causam riscos à saúde. As preparações muito gordurosas e ricas em açúcares podem provocar má digestão, gazes, azia, entre outros”, avisa Gildete Fernandes, Nutricionista Chefe do Departamento de Nutrição do HP.

 Além da intoxicação alimentar, o folião pode se deparar com gastroenterites e até meningites virais. A dica para passar longe dessas doenças é evitar os alimentos expostos e manipulados por pessoas sem equipamentos básicos de proteção, como luvas e gorros. “O intenso aglomerado de pessoas, as refeições em locais não seguros, do ponto de vista de limpeza e fiscalizações, a falta de higiene e o armazenamento inadequado dos alimentos são importantes fatores que favorecem a proliferação dos agentes patogênicos durante a festa. Higienizar as mãos sempre que possível, evitar a colocação das mãos e dedos nos olhos ou na boca e escolher bem onde vai fazer refeições são regras básicas para evitar boa parte destas doenças”, explica o Dr. Alessandro Farias.

 Para evitar problemas no trato digestivo durante os dias de festa, os foliões também devem realizar uma dieta leve, a base de massas, grelhados, sucos e frutas, adicionadas de melaço, granola ou aveia. E não pode esquecer a reidratação. “A água é importante para manter a qualidade do sangue, a temperatura corpórea e repor as perdas com o suor. É o hidratante universal. Entre as isotônicas, a mais recomendada é a água de coco. A cada hora é indicada a ingestão de ambas para manter a hidratação. Já as bebidas hipertônicas devem ser ingeridas com água, pois quando consumidas puras podem provocar diarreia osmótica”, sugere a nutricionista.

 Fuja das aglomerações

 Evitar as infecções não significa estar totalmente seguro no circuito da folia. Brigas, atropelamentos, desmaios, uso de entorpecentes, entre outros, também fazem parte do leque de problemas comuns a essa época do ano. “O importante é evitar ambientes com aglomeração de pessoas e pouca circulação, pelo risco de acidentes que possam causar danos físicos e de contaminação por doenças de transmissão respiratória”, avalia Janaina Sanches, Enfermeira Chefe da Emergência do HP.

 Além das intempéries comuns à festa, nessa época cresce o número de casos de intoxicação alcoólica e infecções respiratórias virais e infecciosas, especialmente entre os pacientes mais jovens. “Sem sombra de dúvidas, os jovens são os mais frequentes no atendimento de emergência durante o carnaval, principalmente por conta do abuso do uso de álcool e da ingestão de alimentos suspeitos de contaminação”, conclui Janaina Sanches.

 Brinque com segurança:

 

  • Identifique corretamente seu filho, com credencial com foto, dados da criança e dos responsáveis.
  • Evite ambientes com aglomeração/lotação de pessoas.
  • Evite alimentos de procedência duvidosa.
  • Evite a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas e não consuma bebidas de procedência duvidosa.
  • Aumente a hidratação oral, bebendo bastante líquido.
  • Utilize protetor solar em caso de exposição ao sol
  • Mantenha distância de fontes de eletricidade, evitando choques.
  • Evite brigas e confusões.
  • Evite promiscuidade sexual, não esquecendo o uso do preservativo.
  • Jamais dirija alcoolizado.