Disfunção erétil
04 February 2014
Esqueça a obesidade ou a queda de cabelo. O grande temor de 10 em cada 10 homens é a chamada Disfunção Erétil (DE), antes conhecida como impotência sexual. Atualmente mais de 25 milhões de brasileiros, com idade superior aos 18 anos, possuem algum problema dessa natureza, de acordo com estimativas da Sociedade Brasileira de Urologia. E anualmente são diagnosticados um milhão de novos casos. A mais completa pesquisa sobre DE, realizada nos Estados Unidos, demonstrou uma prevalência do problema em 52% dos homens entre 40 e 70 anos. No Brasil, um estudo epidemiológico realizado com 1.286 homens, na mesma faixa etária, revelou uma prevalência de 48,8%.
De acordo com o Dr. Maurício Fucs, Coordenador do Centro de Urologia do HP, apenas uma pequena parcela dos homens afetados pela DE procuram assistência médica. A complexidade da sexualidade, os tabus e preconceitos, as restrições culturais e religiosas e a aceitação da situação como consequência normal do envelhecimento são explicações deste comportamento. Ainda segundo o especialista, a DE piora muito a qualidade de vida do casal, uma vez que afeta a autoestima e a autoconfiança masculina, levando a problemas de relacionamento com a parceira.
“Problemas psicológicos como stress, ansiedade e depressão, alterações orgânicas induzidas pela diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica estão entre as principais causas de disfunção erétil. Vários são os fatores de risco associados a esta condição, sendo os principais o sedentarismo, o tabagismo, o alcoolismo, a elevação sanguínea do colesterol e das triglicérides, o uso de alguns anti-hipertensivos e antidepressivos e o uso inadequado de hormônio masculino (esteroide anabolizante). A cirurgia de retirada da próstata, conhecida como prostatectomia radical, indicada somente naqueles homens portadores de câncer de próstata, pode levar a DE em cerca de 50% dos casos. As outras cirurgias de próstata, realizadas por via endoscópica uretral, ou mesmo abertas, indicadas para o tratamento da hiperplasia benigna da próstata, não possuem relação com a doença”, comenta.
A disfunção erétil pode esconder problemas muito mais graves. Esse pode ser, por exemplo, o primeiro sinal de que algo não vai bem com o coração. Homens com ereção deficiente possuem duas vezes mais chances de ter um infarto. Para o urologista, como os fatores de risco da doença coronariana são os mesmos da disfunção de origem vascular, todo paciente com ereção deficiente, sem sintomas cardiológicos, é um cardiopata em potencial. Pela mesma razão, os portadores de DE possuem maior probabilidade de serem acometidos por um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Se o paciente for diabético, a possibilidade de que algo grave ocorra é ainda maior.
Apesar do receio de alguns pacientes em buscar apoio médico, enfrentar o problema pode ser mais simples do que parece. “Atualmente várias modalidades de tratamento são oferecidas aos portadores de DE. O urologista pode encaminhá-lo ao psicólogo, prescrever medicamentos orais, drogas injetáveis no pênis ou na uretra e, em casos mais graves, a intervenção cirúrgica na forma de colocação de prótese peniana. Independentemente do tipo de tratamento indicado, a rotina de atividade física, associada a uma dieta balanceada é sempre uma ótima opção. E nem preciso dizer que o fumo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas não combinam com vida sexual prazerosa”, finaliza.
Dica: Para um diagnóstico mais preciso, a Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que sejam realizados exames psicológicos, de glicemia, colesterol e testes de níveis de testosterona, além, é claro, de avaliação médica com um especialista.