Fim das noites insones
06 March 2014
As horas passam, você rola de um lado para o outro da cama e o sono não vem. Esse roteiro noturno é bastante conhecido por quem sofre de insônia. Somente no Brasil, mais de 35 milhões de pessoas possuem o problema e podem relatar experiências semelhantes sobre o assunto. Dificuldade de concentração, irritabilidade, sonolência, lapsos de memória, desatenção, cansaço, redução da capacidade produtiva e uma diminuição significativa da qualidade de vida. O coordenador do Laboratório do Sono do Hospital Português e presidente da Associação Brasileira do Sono – ABS, Dr. Francisco Hora, explica que a privação frequente de sono impede o exercício de funções sistêmicas e regenerativas comumente experimentadas por quem dorme. “O sono atua na preservação do sistema nervoso, na regulação do peso, dos níveis glicêmicos, da pressão arterial, na produção de anticorpos. A quantidade de horas necessárias ao repouso varia. Pessoas jovens dormem mais, idosas menos. Mas, o fato é que todo mundo precisa dormir”, afirma. Para quem deseja fazer as pazes com o colchão a Polissonografia representa a luz no fim do túnel. Considerado padrão ouro no diagnóstico de doenças associadas ao sono, o exame permite uma avaliação criteriosa dos distúrbios do sono, oferecendo a chance de tratamento efetivo.
Além da insônia, o exame se mostra eficaz na investigação de mais de 70 tipos de patologias relacionadas ao sono, tais como a apneia obstrutiva que afeta a musculatura da laringe e causa interrupções breves e repetidas na respiração durante o repouso, além de ronco alto, engasgos e sufocamento. A apneia pode levar ao infarto, Acidente Vascular Cerebral e à perda da memória, quando não tratada. Quem dorme pouco também está sujeito ao estresse e maior ganho de peso, devido ao desequilíbrio nas taxas do hormônio cortisol (que estimula a fome e torna o metabolismo mais lento). Segundo especialistas, ao deixar de vivenciar as cinco fases do sono, responsáveis por assegurar um descanso reparador, abre-se uma porta de entrada para uma série de problemas físicos, psíquicos e emocionais.
De acordo com Dr. Francisco Hora, na maioria das vezes, a experiência prolongada de noites em claro tem relação direta com hábitos comportamentais como sedentarismo, tabagismo, estresse, obesidade e ambiente inadequado para o repouso. O especialista observa que na sociedade contemporânea muita gente tem dificuldade para dormir porque escolhe abdicar das horas de sono para dedicar tempo às atividades profissionais ou ao uso de dispositivos eletrônicos conectados à internet. “A vida cotidiana tem privado cada vez mais pessoas da possibilidade de relaxar completamente durante o sono. Hoje, é comum alguém dormir e manter alto nível de atividade cerebral, porque não consegue se ‘desligar’ dos pensamentos, o que impossibilita um sono restaurador”.
IDENTIFICAÇÃO DOS DISTÚRBIOS DO SONO
Agregando uma infraestrutura completa para a realização da Polissonografia, o Laboratório do Sono do Hospital Português oferece equipe treinada e experiente, aparelhagem moderna para monitoração multiparamétrica do sono, além de suítes individuais e climatizadas que proporcionam as condições ideais para o repouso e conforto do paciente. De acordo com Dr. Francisco Hora, ainda no primeiro semestre desse ano, o Laboratório do Sono do HP vai passar a dispor de novos leitos, tornando-se um dos maiores e mais bem equipados do país nesta área.
Ao realizar o exame, que deve ser feito por um período mínimo de seis horas durante a noite, a pessoa com distúrbios do sono passa a ser monitorada por meio de sensores afixados sobre a pele, que permanecem conectados a computadores. Esse acompanhamento proporciona o registro simultâneo de múltiplas variáveis fisiológicas durante o sono: posição do corpo, movimento dos olhos (eletro-oculograma), atividade elétrica cerebral (eletro-encefalograma), atividade dos músculos (eletromiograma), oxigenação do sangue (oximetria), fluxo e esforço respiratório, frequência cardíaca e ronco. “A partir da avaliação desses fatores, o médico pode tecer um diagnóstico preciso dos aspectos que prejudicam o sono do paciente, potencializando as chances de sucesso do tratamento”.
HIGIENE DO SONO
1. Deite e se levante em horários regulares todas as noites;
2. Vá para a cama somente quando estiver sonolento, com sono;
3. Não use a cama para leitura, ver televisão ou alimentar-se, prefira a sala ou outro ambiente. A cama deve estar relacionada como ato de dormir;
4. Evite ficar na cama sem dormir. Ficar na cama rolando de um lado para outro gera estresse e piora a insônia;
5. Estabeleça um ritual de relaxamento antes de se deitar: um banho quente, diminuir a luminosidade do quarto enquanto se prepara paea deitar;
6. Evite uso de álcool e de cafeína pelo menos 6 horas antes do seu horário de dormir;
7. Não se alimente próximo ao horário de dormir;
8. Evite cochilos durante o dia, eles atrapalham seu sono à noite.
9. Procure se ocupar durante o dia, evitando o ócio.
10. Faça atividades físicas regularmente, mas evite exercícios fortes no fim do dia.
Fonte: Associação Brasileira do Sono