Melanoma
06 March 2014
Borda, assimetria, cor e diâmetro dos sinais e pintas do corpo são características que devem ser observadas durante o autoexame da pele, de acordo com especialistas no assunto. Essa atitude simples, embora não substitua a avaliação médica, oferece apoio significativo para a descoberta precoce de um dos tipos mais raros e potencialmente graves de câncer: o melanoma. No Brasil, o problema representa 4% das neoplasias malignas que afetam a população, com alto risco de se espalhar para outros órgãos (metástase) e taxas elevadas de mortalidade em estágios avançados, de acordo com o INCA. Descobrir o problema precocemente é fator essencial para o sucesso do tratamento. O especialista do Serviço de Dermatologia Oncológica do Hospital Português, Dr. Pedro Dantas destaca a importância de as pessoas se manterem atentas às características do próprio corpo, para que possam reconhecer o surgimento de sinais ou manchas anteriormente não observados e buscar ajuda especializada quando preciso. “Pessoas dos diversos tons de pele estão sujeitas a desenvolver melanoma, sobretudo, as que enfrentam os altos índices de radiação solar de regiões como o nordeste brasileiro”, alerta.
Os cuidados sob o sol devem ser redobrados por pessoas de pele mais clara, devido a uma sensibilidade maior aos raios ultravioletas. No entanto, quem possui pele mais morena, considerando a diversidade de tons proporcionada pela miscigenação brasileira, também não deve descuidar, adverte o especialista. “Salvador concentra uma das maiores incidências mundiais do melanoma acral (tipo de tumor maligno que acomete as regiões das palmas das mãos, plantas dos pés e unhas) e que pode se apresentar como um sinal aparentemente inocente”. Para observar a pele, o médico orienta seguir uma regra simples, conhecida como regra do ABCD: identificar sinais ou pintas com forma assimétrica (A), que possuam bordas irregulares (B), cores múltiplas (C), diâmetro maior que 6 milímetros (D) ou que apresentem evolução rápida nos últimos meses (E). “Ao observar algum sinal ou mancha de pele com quaisquer dessas características é preciso procurar um médico dermatologista para que seja feita uma avaliação detalhada”, informa.
O exame dermatológico de corpo inteiro muitas vezes é auxiliado por recursos modernos da área, que proporcionam o suporte necessário para um diagnóstico mais precoce da patologia. No Serviço de Dermatologia Oncológica do HP, além de profissionais qualificados e experientes na avaliação clínica da pele, os pacientes contam com equipamentos como o dermatoscópio – que dá ao médico uma visão ampliada da lesão de pele e de estruturas localizadas na profundidade da epiderme, proporcionando uma avaliação minuciosa da mancha ou sinal. Após o exame, o médico já tem subsídio para uma suspeita inicial da doença. “Nesses casos, o paciente é submetido a uma biópsia e ao exame anatomopatológico para confirmar o diagnóstico e também avaliar a gravidade do melanoma. A partir daí, a depender do caso (se o tumor for invasivo), é encaminhado ao serviço de Oncologia”, explica.