Glaucoma
06 May 2014
O glaucoma primário é caracterizado por uma neuropatia óptica progressiva e bilateral, que causa lesões progressivas e irreversíveis ao nervo óptico, traduzidas por defeitos funcionais no campo de visão. A doença é a principal causa de cegueira irreversível no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, em todo o globo mais de 70 milhões de pessoas são acometidas pelo glaucoma. Destas, aproximadamente, 7 milhões apresentam perda definitiva da visão.
Existem diversas formas de manifestação do glaucoma. A mais prevalente é o glaucoma crônico primário de ângulo aberto, caracterizado por alterações progressivas no nervo óptico, comumente associadas à elevação da pressão intraocular. Esta forma de glaucoma é assintomática no início, levando muitas pessoas a serem diagnosticadas apenas na fase avançada da doença com repercussões importantes na visão.
No glaucoma crônico de ângulo aberto, os principais fatores de risco são: hipertensão ocular, aumento da escavação do nervo óptico, histórico familiar de glaucoma, idade superior a 50 anos, miopia, afrodescendência e hipertensão arterial sistêmica. Já o glaucoma crônico de ângulo fechado pode ocorrer após episódios de crises agudas, que são um sinal de alerta. Devido a oclusão do ângulo, ocorre aumento súbito da pressão intraocular e sintomas como dor severa, vermelhidão (hiperemia) conjuntival e visão turva. Assim como o glaucoma crônico de angulo fechado, outras formas menos prevalentes de manifestação da doença são o glaucoma congênito e os glaucomas secundários.
O diagnóstico é feito com exame oftalmológico completo, incluindo medida da pressão intraocular e avaliação criteriosa do nervo óptico com exames anatômicos e também funcionais. A análise completa e criteriosa do olho é imprescindível para diagnosticar e estadiar o glaucoma, que é uma doença crônica, ou seja, não tem cura, mas tem controle! O tratamento baseia-se no estadiamento (grau de evolução) da doença e consiste principalmente no controle adequado da pressão intraocular. Pode ser clínico (com medicações anti-hipertensivas tópicas e/ou sistêmicas), por laserterapia ou métodos cirúrgicos (fistulizantes, não penetrantes, implantes valvulares ou procedimentos ciclodestrutivos).
Feito o diagnóstico e estadiamento preciso da doença, o oftalmologista pode determinar a terapêutica adequada para cada caso. A prioridade é pelo tratamento clínico, com uso de colírios anti-hipertensivos (isolados ou associados), por ser uma forma não invasiva, eficaz, de fácil adesão e poucos efeitos colaterais. Em casos específicos, a laserterapia é indicada como tratamento auxiliar a terapia clínica. Já o tratamento cirúrgico é empregado apenas nos casos de glaucoma congênito ou quando o método clínico é ineficiente ou contraindicado, como nas alergias medicamentosas.
Portadores de glaucoma devem realizar exames oftalmológicos periódicos para acompanhamento da doença e da resposta ao tratamento. O intervalo entre as avaliações é definido pelo especialista, com base no estadiamento da doença e eficácia da terapia.