HPV
06 May 2014
Dois meses após iniciar a campanha nacional de vacinação contra o Papiloma Vírus Humano (HPV), o Ministério da Saúde comemora os mais de 3 milhões de meninas de 11 a 13 anos já imunizadas, e a maior proximidade da meta de vacinar 4,1 milhões de adolescentes nessa primeira fase da campanha. O objetivo é evitar o crescimento da doença sexualmente transmissível mais comum do trato genital feminino e principal causadora de câncer de colo do útero no Brasil. A estratégia do MS segue o exemplo de países como os Estados Unidos que, já testaram a eficácia da vacina em 2006, com meninas que ainda não haviam começado a vida sexual e, hoje, observam uma redução aproximada de 60% no número de infecções, lesões e anormalidades citológicas precursoras do câncer do colo do útero. “O HPV pode acometer pessoas de qualquer idade, porém é mais frequente dos 20 aos 40 anos. A diminuição da idade da primeira relação sexual, a multiplicidade de parceiros sexuais e a não utilização da camisinha, representam fatores importantes para o aumento de casos de infecção”, alerta Dr. José Carlos Monteiro, coordenador do Serviço de Ginecologia do Hospital Português.
A vacina quadrivalente deve ser aplicada em três doses, prevenindo os subtipos 16 e 18 de HPV (responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo de útero), 6 e 11 (relacionados a verrugas genitais, condiloma acuminado e outras doenças associadas). Para ampliar a proteção, após aplicação da primeira dose, a segunda deverá ocorrer em dois meses e a terceira, em seis meses. Dr. José Carlos Monteiro observa que nem todos os tipos de HPV estão envolvidos no processo oncológico. “Existem grupos de baixo risco e outros com alto potencial de oncogenicidade. Por isso, o exame ginecológico é o passo mais importante para o diagnóstico preciso das lesões associadas ao vírus”, informa.
SINTOMAS
Após o contato com a pele ou mucosa, o HPV coloniza toda a área do trato genital inferior. A manifestação clínica varia de acordo com a condição imunológica ou sistêmica da mulher. Segundo o especialista, as formas mais comuns são: clínica (com presença de verrugas genitais), subclínica (com lesões não visíveis a olho nu, identificadas no preventivo ginecológico) e latente (sem evidências de lesões e alterações citológicas, colposcopicas e/ou histológicas).
PREVENÇÃO
Além da vacinação, a prevenção contra o HPV deve incluir o uso de camisinha e a realização anual do preventivo ginecológico em mulheres que tenham ou tiveram vida sexual ativa. O exame obrigatório para o rastreamento de lesões no colo do útero possui baixo custo e é realizado no consultório médico. A avalição compreende a colposcopia e a citologia oncótica cervical e vaginal coradas pelo método de Papanicolau. No preventivo ginecológico o especialista avalia o colo uterino com ajuda de um colposcopio (aparelho que permite visualizar as lesões do colo uterino com grande aumento e resolução). Na Citologia oncótica é feito o exame microscópico de amostras celulares do colo uterino e da vagina, colhidas com escova e espátula apropriadas fixadas e coradas pelo método de Papanicolau. “Esses exames constituem as armas mais importantes na atualidade para identificação dos processos pré-malignos e das fases microinvasoras do carcinoma cervical”, destaca o ginecologista.
TRATAMENTO
Para destruir as lesões causadas pelo vírus podem ser empregados métodos químicos, laser, eletrocirurgia e estimulantes imunológicos (imunomoduladores).