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Alergias e problemas respiratórios — Hospital Português da Bahia

4 de junho de 2014

Alergias e problemas respiratórios

04 June 2014

Mesmo no Brasil, onde as estações climáticas são indefinidas, é comum o inverno gerar um maior número de ocorrências de doenças respiratórias e alergias. Essa relação se deve às características climáticas desse período do ano (marcado por baixa temperatura e ar seco), e à maior permanência de pessoas em ambientes fechados e pouco ventilados. O resultado é o surgimento de sintomas como gripes, alergias e infecções das vias aéreas, que fazem o país apresentar uma das maiores taxas de rinossinusites e doenças respiratórias crônicas no mundo. Nas regiões Norte e Nordeste essa prevalência é ainda maior. Hoje, a capital baiana é a terceira cidade da América Latina no ranking de casos de rinite. A especialista do Serviço de Emergência de Otorrinolaringologia do Hospital Português, Dra. Renata Dias, observa que embora a rinite alérgica seja mais prevalente (afetando cerca de 30% da população brasileira), nem sempre recebe a devida atenção e tratamento adequado, comprometendo a qualidade de vida dos seus portadores. Nesta entrevista, a otorrinolaringologista orienta como manter a saúde nesse período do ano. Confira!

1.   Para muitas pessoas com história de rinite alérgica, a chegada das baixas temperaturas e do clima seco vem acompanhada de sensações como ressecamento e irritação nasal, ou até mesmo de sangramento do nariz. O que causa esses sintomas e como é possível evitá-los?

O clima seco e a queda da temperatura são fatores que agridem a mucosa nasal, gerando ressecamento, irritação e epistaxe (sangramento), que favorecem infecções e alergias respiratórias. Devido à baixa umidade do ar, a secreção nasal fica mais espessa, diminuindo seu fluxo normal e a filtragem dos microrganismos que prejudicam a saúde. No inverno também há maior concentração de alérgenos no ar e baixa da imunidade, devido ao consumo maior de energia pelo organismo. Apesar disso, os principais vilões do frio são os ambientes fechados e as roupas guardadas há tempos, que aumentam a exposição a ácaros, poeira, mofo e demais substâncias alérgenas. O ideal é lavar casacos, edredons e cobertores antes que o frio chegue, secando-os ao sol para eliminar os ácaros. Deve-se guardá-los em sacos plásticos. Também, mesmo com frio ou chuva, é preciso deixar uma fresta na janela para ventilação. Lavar as mãos frequentemente durante todo o dia, beber bastante água, fazer a lavagem nasal com soluções salinas e evitar poeira em casa são outras formas de prevenção.

2. Inalação, chás caseiros, uso de solução fisiológica e descongestionante nasal. Qual a forma correta de atenuar as crises agudas de tosse, espirro, coriza e congestionamento nasal?

Essas medidas apenas aliviam os sintomas. Mas, o diagnóstico e tratamento adequados devem ser feitos por um otorrinolaringologista, que vai identificar o quadro clínico para adoção das medidas corretas. Na maioria dos casos é indicada a higiene nasal através de lavagem com soluções salinas, que eliminam o acúmulo de secreções e ajudam na função respiratória. Os chás caseiros diminuem os sintomas, porque o líquido quente melhora a fluidificação das secreções, hidrata e o vapor inalado ajuda a expectorar. Já os descongestionantes nasais só devem ser usados com indicação médica, pois podem desencadear uma rinite vasomotora.

Pesquisas apontam o uso de mel e própolis como auxiliares no tratamento e redução dos sintomas das doenças respiratórias. Essas substâncias produzidas pelas abelhas possuem princípios ativos contidos nos vegetais e geram efeitos terapêuticos benéficos para a saúde, atuando no equilíbrio biológico do organismo.

3. O que fazer para prevenir as situações de emergência respiratória e alérgica?

O melhor a fazer é o acompanhamento periódico com o otorrinolaringologista. No inverno, é comum que as pessoas se apresentem com prurido nasal (coceira no nariz), congestão nasal, espirros, coriza e tosse, que são sintomas comuns às crises alérgicas e às rinossinusites virais. Mas, como são patologias diferentes, devem ser corretamente diagnosticadas para, então, receberem o devido tratamento. O especialista fará testes específicos para identificar o problema e definir a solução mais adequada. Mas sempre se deve manter a casa imune contra alergias e infecções respiratórias, seguindo uma rotina de limpeza constante.

4.  Quais recursos são utilizados para diagnosticar e tratar os sintomas de alergia e problemas respiratórios?

A observação cuidadosa da história do paciente, dos seus exames clínicos, laboratoriais, de imagem e otorrinolaringológicos. No Serviço de Otorrinolaringologia do HP, o exame endoscópico revela todas as regiões da cavidade nasal, faringe e laringe, possibilitando a análise macroscópica detalhada da mucosa dessas regiões. Após o diagnóstico, o tratamento é individualizado.

5. Como é feito o atendimento dos casos de emergência?

Na Unidade de Emergência do Serviço de Otorrinolaringologia do HP, por profissionais especializados que realizam o acompanhamento ambulatorial e o seguimento desses pacientes, dispondo de recursos diagnósticos específicos para vias aéreas superiores e suporte completo para o alívio imediato dos sintomas.