Sustentabilidade e qualidade em saúde
07 November 2014
Nunca se falou tanto em garantir a viabilidade econômica das instituições de saúde preservando a qualidade dos serviços prestados como nos dias atuais. O princípio da sustentabilidade como gerenciamento mais inteligente dos recursos materiais e naturais é uma tendência universal que ganha corpo com a consciência de que os recursos são finitos e todo gasto evitável de energia natural ou humana constitui um desperdício inadmissível.A médica assistente da Gerência Técnica do Hospital Português, Dra. Maíra Dantas observa que na área da saúde, a visão de ganho deve ser ampla e socialmente responsável,já que o êxito é medido pelo desfecho favorável ao paciente.“O setor da saúde tem peculiaridades que não permitem arriscar tanto, sendo preciso seguir conceitos de sustentabilidade já consolidados em outras áreas da gestão”, afirma.
Para adotar melhores práticas sustentáveis,o HP criou uma Comissão de Padronização que se dedica a elaborar pareceres técnicos baseados na avaliação dos custos e benefícios relativos ao uso de materiais médico-hospitalares. Esses pareceres fornecem informações relevantes quanto à garantia de uso seguro dos insumos hospitalares e consideram desde o registro dos materiais na Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) até as suas especificações na literatura científica de referência ena legislação pertinente, a descrição ilustrada para efeito didático, bem como as condições de reprocessamento e esterilização, os critérios de elegibilidade, o tempo médio de uso ou permanência e as recomendações de troca, entre outros. “Os materiais que atendem aos requisitos mínimos exigidos pelos órgãos regulamentadores passam por uma fase inicial de observação pelas lideranças e equipes assistenciais para posterior aprovação definitiva”, informa.
Com a intenção de estabelecer uma política de transparência, segurança e uniformização das condutas entre os seus colaboradores e parceiros, o HP compilou os pareceres da Comissão de Padronização no Manual de Boas Práticas para a Auditoria. A estratégia funcionou tão bem entre os prestadores e operadoras de saúde, que a instituição tem se tornado referência nessa área, sendo procurada por outros hospitais para fornecer alguns pareceres publicados no Manual. “Conseguimos minimizar glosas e reforçar a seriedade do processo de gestão. Descadastramos materiais que não apresentavam comprovação de eficácia e continuamos revisitando os itens a cada novo questionamento pertinente realizado”, informa Dra. Maíra.
Participam da Comissão de Padronização representantes de todos os setores que integram o fluxo de materiais usados no HP. Setor de Compras, Auditoria de Contas, CCIH, Farmácia, Gerência Comercial, Segurança do Trabalho, Corpo Clínico e Suprimentos. Os especialistas dessas áreas são convocados para as reuniões da Comissão sempre que há necessidade de informações específicas sobre materiais utilizados em cada setor hospitalar. Nessas ocasiões eles prestam esclarecimentos técnicos e os dados são submetidos à análise crítica de um relator imparcial ao processo, que produz relatório para avaliação final da Comissão. “Vivenciamos um momento de empenho das instituições de saúde na busca da sustentabilidade. Preservar a qualidade dos serviços através do trabalho comprometido das equipes assistenciais e dos princípios éticos e humanitários que regem os hospitais filantrópicos, é fundamental para alcançar esse objetivo”, conclui.